quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A morena percepção da mobilidade urbana

Se eu tivesse que responder a uma pergunta de concurso público sobre mobilidade urbana assim faria:

Usaria o primeiro parágrafo definindo o que entendo acerca de mobilidade urbana com a idéia de ser uma circulação de pessoas, veículos e modais de transporte (taxis, vans, ônibus, trem, metro, etc) e a capacidade de ele ser fluido e com impactos ambientais (forte ou fracos). Encerraria este parágrafo dizendo ser atribuição do Estado em promover a gestão pública dessa mobilidade.

No parágrafo seguinte discorreria sobre o tema iniciando por situar a cidade onde moro ou citando uma cidade grande onde a mobilidade urbana ocorre e o grau de desafios que entendo existirem.

Em outro parágrafo citaria os aglomerados urbanos existentes nos centros dessas cidades e nas periferias mais próximas e a presença de empreendimentos comerciais e de outra natureza onde pessoas acessam e circulam. Também relembraria a questão dos estacionamentos.

Mais adiante prosseguiria com a questão dos empregos disponíveis em maior quantidade e em maior remuneração no centro e nas periferias mais próximas para onde as pessoas, diariamente, também circulariam.

Não deixaria de citar, em outro bloco, a questão das intempéries climáticas, calor e chuvas que gerariam alagamentos, engarrafamentos e transtornos de toda sorte.

A propósito da circulação veicular, não deixaria de ressaltar a responsabilidade do cidadão em não seguir leis de trânsito e a não-cortesia que agravam, sobremaneira, o caos da circulação.

Como o parágrafo final, de fechamento, requer uma opinião ou uma eventual solução, eu diria que nas demais atuais a solução da mobilidade urbana é um enorme desafio para as gestões públicas por questões estruturais, orçamentárias e culturais.

Como solução eu faria alusão à questão ambiental e o quanto ela impede novos investimentos e melhoras por questão do impacto ambiental e como solução de fecho, ressaltaria a importância de se investir em vias de circulação para o interior dos estados a fim de se esvaziar o cinturão habitacional que  contribui, sobremaneira, para o atual cenário caótico.

Bem, fica a dica porque não tenho planos de fazer nenhum concurso público, todavia, um fato que hoje presenciei, ressalta o que sempre lhes digo acerca de nossa morena idiossincrasia.

Hoje pela manhã uma notícia chamou-me a atenção: Uma mobilização em um bairro no Rio de Janeiro contra as obras de uma via expressa em nome da melhoria na mobilização urbana.

O que queriam? Protestar contra a obra, a confusão causada e, estimulados pelos comerciantes locais, protestar contra a redução do comércio naquelas unidades de negócio. Claro está que o coitadismo e o sensacionalismo foram mote para os repórteres ouvirem, somente, o lado dos prejudicados. Ressalte-se que as circulações prevalentes beneficiavam o transporte coletivo.

Conforme sempre ressalto, não adianta importar soluções aplicáveis em sociedades mais maduras achando-se que, aqui, elas serão aceitas e consolidadas de forma flúida. Assim, os crescentes "movimentos" dando conta de melhoria de qualidade de vida, menor impacto ambiental por circulação veicular caem por terra quando deparadas na realidade.

Pode ser uma bandeira politicamente correta a ser desfraldada, só que no caso dos moradores em passeata, no quintal alheio. No momento que tem impacto nos interesses imediatos a oposição se verifica. Quanto aos comerciantes e o coitadismo...
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