quinta-feira, 21 de novembro de 2013

E o fim do ano está chegando...

Caros amigos, gostaria de lhes convidar a uma singela reflexão e ela tem muito a ver com a enorme quantidade de notícias veiculadas na mídia acerca de um evento banal, sim, no fundo banal, mas que a própria sociedade está se encarregando de dar vestes de essencial, a prisão dos mensaleiros.

Enquanto esta ação diversionária orquestrada pela mídia sempre preocupada no sensacionalismo muito mais do que no esclarecimento, algo de podre no reino da Dinamarca ocorre no planalto central.

Estamos encerrando o mês de novembro e dezembro terá menos do que quinze dias úteis antes do recesso parlamentar. Sei que o tema é árido, a esmagadora maioria não gosta de política, mas o ano que vem será crítico em termos de gestão pública no limite de uma sufocante carga tributária, ou seja, majoração de preços essenciais no intuito de se fazer caixa para municípios pois o que eles terão que recolher aos cofres federais tenderá a aumentar. Ou seja, para este ano que finda, 2013, a presidente ainda não passou o restante dos orçamentos municipais e estaduais para que governadores e prefeitos cumpram com seus calendários orçamentários. Em outras palavras, se iniciar dezembro, em menos de quinze dias, a exemplo do ano passado, partidos e deputados terão que deliberar por uma nova redistribuição de recursos por intermédio dos fundos de participação de municípios e dos estados. Equivale a dizer que nem todos os 5 565 municípios receberão o tanto que recolheram para a presidente e, pior ainda, terão que rolar para o ano que vem as dívidas atuais com fornecedores, construtoras, empresas de transporte, lixo etc etc. A lei determina que no ano que vem, pague-se, primeiro, estas dívidas (restos a pagar) e depois o funcionalismo (este em torno de 47% do orçamento de muitos municípios.

Chato este papo, não? Chato falar de política e não de futebol, não? Mas é que ano que vem começa com grandes despesas, haverá calor, incidência de epidemias, aumento nos consumos de energia, apagões, problemas de mobilidade urbana, enchentes, problemas com renegociação de coleta de lixo, manutenção de obras de orçamento etc, etc, etc e os prefeitos, todos no vermelho devido ao atraso do ano corrente, tendo que usar os minguados repasses de fim de ano para pagar os débitos deste corrente ano, pagamento de pessoal e juros e serviços de dívidas com a União. 

Enquanto isto, na mais gritante crise de gestão pública, a presidente lança mão da mídia para desviar a atenção da sociedade com os casos dos mensaleiros, depois os da PEC 122, PEC 300 e várias outras artimanhas.

A redução da desigualdade está cobrando sua fatura, ou seja, com pouquíssimo investimento em infra-estrutura, para se ter a sensação de bem-estar geral dos eleitores, os financiamentos e redução de linha branca irão continuar, ou seja, em crise de infra-estrutura de distribuição de energia elétrica, geladeiras, máquinas de lavar, ar-condicionados, liquidificador, ferrros de engomar, chuveiros elétricos serão vendidos aos montes com o mesmo padrão de suprimento de energia cujo HBV, horário de verão, não permitirá, sequer, uma manutenção descente.

Amigos, ainda mais por ser ano eleitoral e uma flagrante dificuldade em se gerir, a contento, os graves desafios do país, haverá uma forte tendência a, novamente, se investir no consumo. Não temos infra-estrutura para tal, tampouco capacidade de fornecimento de energia, para ficar com apenas estes dois problemas. Ademais, o aumento de carros nos pátios das montadoras impeliu o governo a manter a redução de IPI e aumentar o financiamento facilitado, ou seja, mais carros nas ruas sem melhoras, significativas, na mobilidade urbana. 

Enfim, amigos, minha parte estou fazendo. Muito mais urgente do que se saber a consistência do coco dos mensaleiros na prisão, é saber o quando e como o restante do orçamento de sua cidade será repassado, ou não. Os aumentos de tarifas e impostos municipais, se forem autorizados pelos vereadores, É LEI!! E vai pesar no bolso.

Procuro lhes ajudar a ver nossa situação além do canto de sereia governamental. Ano que vem será crítico para muitos de nós.
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