quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O alerta da AIE sobre a exploração do pré-sal


O Estado de S. Paulo

O Brasil poderá se tornar, até 2035, o sexto maior produtor de petróleo do mundo - atrás apenas da Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Canadá e Iraque. Mas para isso terá de ser eficiente na exploração dos campos do pré-sal e investir em média US$ 90 bilhões por ano. É o que diz o Panorama Energético Global, da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado anteontem. "O ponto para o Brasil será encontrar o equilíbrio entre o controle nacional e a necessidade de desenvolver tecnologia, ter dinheiro e atrair investimento estrangeiro", disse a Fernando Nakagawa, do Broadcast, da Agência Estado, a diretora executiva da AIE, Maria van der Hoeven.

Está em curso uma mudança radical no mercado internacional de energia, em razão da exploração do gás de folhelho (ou gás de xisto) nos Estados Unidos. Mas a AIE, financiada pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), acredita que a exploração das novas fontes não ameaçará o papel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O que se explica pelo baixo custo de exploração no Oriente Médio.

Segundo a diretora da AIE, no pré-sal mais empresas "farão ofertas para as próximas licenças". Para o portfólio das companhias globais de petróleo, adicionar reservas é essencial. "Esse quadro é consistente com nossas expectativas e o Campo de Libra vai contribuir para o aumento da produção de petróleo esperada para o Brasil." Em 2035, o País deverá produzir 6 milhões de barris/dia (três vezes mais do que hoje) ou, no cenário mais otimista, 6,8 milhões de barris/dia.

A AIE tem críticas a aspectos da política brasileira para o pré-sal. Por exemplo, ao impor regras para a exploração e para atingir o conteúdo local (dos equipamentos necessários à extração do óleo), o País "adicionou tensão" à cadeia produtiva. E, em consequência, "vai levar um tempo para alcançar todas as necessidades da cadeia de produção".

O alerta da AIE deve ser tido em consideração, pois a agência tem uma visão otimista do Brasil: entende que é possível superar a transição "do modelo de controle estatal para uma situação com mais elementos de mercado". O governo não deve fazer ouvidos moucos para as advertências. Melhor agir com pragmatismo, buscando o capital estrangeiro.

"Há uma razão muito atrativa para que o País encontre uma solução: o dinheiro." O petróleo vai beneficiar todo o País, disse Van der Hoeven.

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