Então, chegamos a mais um fim de ano.
Em que evoluímos, afinal?
Uma crise fiscal, uma crise de confiança e uma irrefragável incapacidade gerencial da presidente E das demais 5 565 cidades.
O que podemos pensar sobre isso?
Sob a égide da análise sociocultural, um ano crítico onde a sociedade brasileira se comportou como?!?! Sociedade brasileira. Não fiscalizou os parlamentares que elegeu, ficou ávido por feriados e fins de semana, pródigos e serelepes em movimentos de rua inócuos, absolutamente inócuos.
O que faltou foi, de fato, uma fiscalização dura, cerrada no fator político, ou seja, faltou governança social e fiscalização sobre as atividades parlamentares nas três esferas. Mais uma vez a estrutura e os viventes políticos fizeram o que bem entenderam sem se preocupar com o que a sociedade precisa. Não diria "quer" pois tenho convicção que que haveria platitudes modísticas e generalismos. Se houvesse perguntas nas ruas as respostas, se houvessem, seriam de "prateleira", aquela resposta sempre pronta que todo mundo fala. Ah! Se todo mundo fala, "alguém" induziu esse "senso comum".
Mais objetivamente, em que melhoramos? Em saneamento básico com o ressurgimento de epidemias e, até, novas formas tais como a zica? Em saúde pública? Não existem vacinas suficientes tampouco recursos logísticos para qualquer unidade de saúde em qualquer dos 5 565 municípios.
E sobre a Educação? Em que melhoramos? Geramos novos postos de trabalho com densidade de produção e eficiência? Conseguimos debelar o apagão de mão de obra ou o analfabetismo funcional? E sobre a crise no FIES, no PRONATEC? Ou os rendimentos nos programas internacionais de avaliação de aprendizagem?
Em que a Segurança Pública melhorou? Estamos mais seguros no ir e vir? Na mais mera e irrisória garantia social: Sair e voltar para casa em segurança!!
Essa anomia da sociedade, do cidadão, do eleitor, permite parlamentares despreparados que correm para o populismo, com soluções mirabolantes contudo inócuas. Estamos nos habituando.
Quem tem impacto positivo, preto no branco? O fator Econômico. Estamos em crise. Teremos problemas no bolso. A sociedade optou em se iludir com possibilidades de impechment da presidente abrindo espaço para licitações intempestivas de “fim de festa”, via de regra ganhas em âmbito centralizado, ou seja, para uma secretaria de turismo ou de transporte de uma cidade do interior, as mesas, cadeiras e computadores serão fornecidos por uma empresa “PÊXE” que ganhou uma licitação centralizada, quem sabe, próxima ao poder. Jamais o empresário local terá a chance de tirar o pé da lama nesse “apagar das luzes” de descentralizações de recursos orçamentários feitos no fim do período legislativo. Sabem o que acontecerá ano que vem? O TCU sendo emudecido para conveniência geral por “cambalhotas” que serão dadas em profusão.
O que isso tem a ver com você? Aumentos de tarifas e arrecadações municipais, pois sem recursos as câmaras de vereadores autorizarão, sempre “em caráter excepcional” aumentos que o prefeito, para se desafogar dos credores do ano anterior, precisará gerar recursos.
Bem, os motivos e a reflexão já estão extensos, repetitivos e desesperadores, posto que não enxergo qualquer liderança de visibilidade pública de penetração nacional que nos lidere para uma mudança de comportamento social.
Mais populismo, mais messianismo é tudo que teremos e o que nos resta em pleno sexto ano, da segunda década do século XXI.
E ainda temos muito aprendizado, muito chão e muitas lágrimas pela frente.
Fazer o quê?!?!
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