domingo, 28 de fevereiro de 2010

O telhado de vidro

Gostaria, agora, de ter gravado o discurso de Obama, pré-candidato, chamando esta medida de arbitrária e anti-democrática e, sobretudo, contrária aos ideais de liberdade dos americanos.


O Patriot Act foi muito criticado tanto pela Hillary Clinton quanto pelo próprio Obama.
Aos poucos ele está mostrando que a realidade é bem diferente daquela que ele percebia e propunha mudanças.


Conforme eu já esperava, o  homem que iria mudar o mundo e ganhou um Nobel da Paz por pura intenção e nenhuma medida concreta para tal, está, finalmente, cumprindo o papel que a sociedade espera dele.


Agora ele é o dono do telhado de vidro que antes ele mesmo jogava pedras.


Obama renova medidas antiterroristas pós 11 de setembro

Lei permite que as autoridades vigiem um estrangeiro que seja suspeito de estar envolvido em terrorismo
EFE 


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,obama-renova-medidas-antiterroristas-pos-11-de-setembro,517365,0.htm
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, renovou algumas medidas que dão mais poder ao Governo para realizar investigações antiterroristas e que expirariam neste domingo, 28.

Obama assinou a extensão por um ano de algumas disposições da chamada "Patriot Act" (lei patriótica), adotada após os atentados de 11 de setembro de 2001.

O presidente ratificou no sábado a lei, que não continha as cláusulas para reforçar a proteção da privacidade e a supervisão que seus aliados tinham promovido no Congresso.

Os líderes democratas não conseguiram superar a oposição dos republicanos à inclusão desses tópicos e, no final, tanto o Senado como a Câmara de Representantes aprovaram o projeto de lei sem as cláusulas.

Com a medida, Obama renovou a autorização para interceptar as conversas de uma pessoa em qualquer telefone e para revistar documentos e propriedades pessoais considerados fundamentais em uma investigação, ações que precisarão ser previamente avalizadas por um juiz.

A lei também permite que as autoridades vigiem um estrangeiro que seja suspeito de estar envolvido em terrorismo, mesmo que não tenha vínculos com um grupo extremista.
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Enxergar o caminho Leandro Vieira

Amigos, segue um excelente artigo, em blog, de um grande amigo, o Prof Leandro Vieira.
Qualquer coisa que ele vier a escrever vale a pena ser lido.
Visitem, com regularidade, o blog dele.



Outro dia um ex-aluno me enviou um e-mail dizendo que queria investir em sua própria educação no próximo ano, e solicitava algumas sugestões de cursos e treinamentos. O único porém é que tinha de ser algo com retorno imediato, para que o valor investido fosse recuperado o mais rápido possível.
Seria realmente ótimo que as coisas funcionassem assim: você acaba de participar de um treinamento em vendas e – ZÁS! – no fim do mês seu contracheque já vem mais gordo.  Depois de terminar seu curso de MBA, imediatamente receber um aumento de 25%. Infelizmente, demanda-se um pouco mais de tempo para se obter o retorno – pelo menos do ponto de vista financeiro – de nossos investimentos em educação.
Expliquei isso ao rapaz e sugeri que ele fizesse um curso de oratória, afinal todo administrador precisa saber se comunicar e, boa parte do tempo, falar em público. “Se eu fizer esse curso, você acha que eu posso recuperar o investimento em, pelo menos, uns dois meses?”, perguntou logo em seguida. Como havia sido muito claro na primeira resposta, resolvi ser mais enigmático e encarnar o Mestre dos Magos na segunda. Segue um trecho do e-mail que lhe enviei:
Havia um jovem garoto que desejava muito ser um exímio lutador de Kung-Fu. Seu desejo era o de igualar o seu mestre – e um dia vir a superá-lo. Todos os dias, acordava muito cedo para ir ao templo Shaolin praticar. Como todas as crianças de sua idade, o jovem garoto era muito impaciente, queria logo atingir o nível do mestre.
- Mestre, se eu treinar 5 horas seguidas por dia, em quanto tempo chegarei ao seu nível? – perguntou o garoto ao seu professor.
- 10 anos! – respondeu rispidamente o velho mestre.
- E se eu treinar mais tempo, 8 horas por dia?
- 15 anos!
- E se eu treinar 12 horas por dia, só me dedicando ao Kung-Fu?
- 30 anos!
- Mas como é possível? Quanto mais tempo pretendo me dedicar, maior o prazo para chegar ao seu nível?
- Quando se tem um olho fixo no objetivo, resta apenas um para enxergar o caminho.
Nenhum treinamento, por melhor que seja, irá resultar em mais dinheiro na sua conta no fim de semana seguinte. Aliás, quando falamos em EDUCAÇÃO, devemos ir muito além do sentido instrumental que o termo pode suscitar (exemplo: fazer um curso para ganhar mais). Educação é muito mais que um mero instrumento. Quando aprendemos algo, aprendemos para a vida inteira, e não apenas para o desempenho de alguma atividade em curto prazo. Adquirimos conhecimentos e habilidades que irão se conectar a outros conhecimentos e habilidades, a outros e a outros…, ampliando nossa própria consciência e visão de mundo.
Os livros de administração e de outras disciplinas relacionadas ao mundo dos negócios nos ensinam o valor do foco em resultados, da importância de se traçar metas e objetivos para se atingir o sucesso na vida profissional e pessoal. Eles estão certos e não estou aqui para desmenti-los. O estabelecimento de metas, por exemplo, é uma forma inteligente e pragmática de estimular e proporcionar o crescimento em qualquer área de atuação. Terminou a primeira fase do jogo? Passe pare a seguinte. Conquistou a faixa amarela? Hora de conseguir a azul. Terminou a faculdade? Siga para a pós-graduação. Foi promovido? Continue em direção ao topo.
E, de fato, vamos seguindo, com ânsia, com pressa, um degrau após o outro, sempre com a ilusão de que existe um ponto imaginário que indique que “chegamos lá”, que a vida se estende como uma imensa linha reta, ou como um plano cartesiano, onde o eixo das abscissas (x) representa o tempo e o das ordenadas (y) as nossas conquistas. A vida não é um gráfico. Se assim o fosse, a cada coordenada (x,y) alcançada, em um momento de reflexão, faríamos a seguinte e profunda pergunta: e daí?
Não podemos apenas nos agarrar desesperadamente às nossas metas e esquecer de observar o “caminho”, a senda que traçamos ao longo da vida. É nessa jornada que estão guardados os verdadeiros tesouros que tanto buscamos.
Notou como os últimos 10 anos passaram voando? Que na próxima década tenhamos a sabedoria de atingir nossos objetivos e, ao mesmo tempo, manter nossos olhos abertos e atentos ao caminho. Um feliz 2010 a todos!
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A crise está na esquina norte

Amigos, um outro olhar acerca de uma crise já existente, muito antes da adesão da Venezuela ao Mercosul, tendo como principal patrono nosso presidente.


Coisas de Estado,  dentre elas a diplomacia, são para serem decididas pelas Instituições da Sociedade, referendadas pelo Congresso Nacional e executadas pelo Executivo, mais apropriadamente, o Itamaraty.


Estas ações e decisões são responsabilidade de toda a sociedade, também seu legado e patrimônio.


Assim, o eterno cochilo no "berço explêndido" já nos colocou na beira da crise na esquina.


Para ajudar nosso presidente ainda trás o Irã, ou melhor, vai atrás do Irã. E tudo isto a mídia, ao não cumprir o seu papel, faz-nos parecer serem coisas aleatórias que surgem no cenário apenas para fazer um contra-ponto ideológico contra os EUA.


Vale a pena ler e refletir.





Estive em Caracas antes do carnaval. Respira-se um clima pesado na Venezuela. A responsabilidade não é do El Niño, mas de Hugo Chávez. Seu governo se torna mais repressivo à medida que cresce a insatisfação social em consequência da inflação em alta, da desarticulação do sistema produtivo, do desmantelamento dos serviços públicos de saúde, do aumento da criminalidade, do racionamento de água e energia. Resultado não de fenômenos climáticos ou das maquinações do "império", mas da ineficiência, do voluntarismo e da arbitrariedade que caracterizam, cada vez mais, os dez anos de sua permanência no poder.

Chávez surgiu invocando a figura de Simon Bolívar. Hoje, para fins práticos, quem lhe serve de referência é Cuba. A construção do "socialismo do século 21" passou a orientar o projeto chavista a partir das eleições parlamentares de 2005, quando as oposições desistiram da disputa e os partidos governistas conquistaram 100% das cadeiras da Assembleia Nacional, e do pleito presidencial de 2006, que deu a Chávez seu segundo mandato. Até então, apesar de tudo, o chavismo havia-se movido dentro dos limites da Constituição de 1999, que inovava, mas não rompia com a matriz federativa e liberal da Constituição de 1961. Em desrespeito à Constituição vigente havia-se comportado, isso sim, a direita golpista, quando tentou apear Chávez do poder à força, em abril de 2002. O golpe fracassou, em boa medida, graças à pronta condenação latino-americana orquestrada pelo Brasil, na época presidido por Fernando Henrique Cardoso.

Em 2005-2006, com o controle quase total da situação política, o coronel-presidente engatou a segunda marcha do movimento chavista, 
agora sob a bandeira do socialismo do século 21, mescla rara e confusa de ideias marxistas, cristãs e "bolivarianas". Nessa etapa, a reforma da Constituição tornou-se seu maior objetivo político. Reformar para concentrar o poder no Executivo federal e na Presidência da República, para permitir a reeleição indefinida, para criar os tentáculos que, por cima de governadores e prefeitos, permitiriam o controle direto do poder local pelo centro do poder, personalizado em Chávez. Reformar para mudar o regime de propriedade e estabelecer as bases de um novo modo de produção. Junto com as reformas, derrotadas em plebiscito no final de 2007, mas mesmo assim implementadas por meio de decretos nos anos subsequentes, vieram a formação de uma milícia popular subordinada à presidência e a criação de um partido, o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), sob a liderança de Chávez. Um projeto de tendência totalitária, com um viés personalista, um componente de militarização da vida política e uma vocação a estender sua influência para além das fronteiras nacionais venezuelanas.O regime vem sofrendo seguidas defecções após abraçar o "socialismo do século 21", várias de peso, como as do general Raúl Baduel, do ex-vice presidente José Vicente Rangel e, semanas atrás, do então ministro da Defesa e vice-presidente Ramón Carrizález. São três, aparentemente, as principais razões para a perda de aliados: a exacerbação do caráter personalista do regime ("eu sou o povo", disse o coronel-presidente há poucas semanas), a acentuação dos seus traços totalitários e o peso cada vez maior de oficiais cubanos no esquema militar e repressivo do governo. Além disso, a subordinação estrita dos conselhos comunais à direção do PSUV tem levado intelectuais e militantes adeptos da participação popular direta à desilusão e ao afastamento. Às defecções se soma a erosão do apoio social ao governo, hoje reduzido, segundo as pesquisas mais recentes, a pouco menos da metade da população.

Nada disso, porém, faz prognosticar o recuo de Chávez. Ao contrário, conquistado o direito à reeleição indefinida no referendo de 2009, o coronel-presidente dobra a aposta até aqui vitoriosa: a polarização maniqueísta entre "o povo" (liderado por ele) e "a oligarquia" (representada pela oposição) e a manipulação das regras do jogo, como a recente reforma eleitoral, que tende a favorecer o PSUV nas eleições de setembro. A estratégia e a retórica do confronto não são novidade. Pela primeira vez, no entanto, os benefícios ao povo estão posto em xeque, pelas razões apontadas no primeiro parágrafo. Com seu apoio social ameaçado, com ex-aliados em fuga, com uma economia débil e serviços sociais e de infraestrutura comprometidos, Chávez age de modo a fortalecer os mecanismos repressivos e aumentar o medo de se opor ao governo: nos últimos meses, uma juíza foi encarcerada por liberar um empresário que se encontrava detido há muito tempo sem processo, a polícia e bandos armados arremetem contra manifestações estudantis, atos e ameaças de expropriação de empresas e imóveis comerciais tornam-se ainda mais arbitrários e intempestivos, etc.
A radicalização chavista aponta perigosamente na direção de uma escalada de violência. Estima-se que haja entre 3 milhões e 6 milhões de armas ilegais no país. Também armada está a milícia popular sob o comando de Chávez. Circulam rumores de toda sorte, incluindo a reedição do "Caracazo", violentos e generalizados protestos de rua ocorridos em meio à crise econômica do final dos anos 80. Teme-se, sobretudo, um autogolpe de Chávez, ao estilo Fujimori, pretextando a necessidade de garantir a ordem em face de "circunstâncias excepcionais".

Do Brasil, até aqui, até onde nos é dado saber, nem sequer uma nota de preocupação. Lula faria bem se deixasse claro a Chávez que complacência tem limites. Que os valores (a democracia) e os interesses do Brasil (a estabilidade política na região) não se subordinam a eventuais afinidades ideológicas e alianças políticas que possam existir entre setores de seu partido e o castro-chavismo. Se não o fizer, assumirá, por omissão, responsabilidade pelas imprevisíveis consequências da escalada repressiva em curso na Venezuela. 
Sergio Fausto, diretor executivo do iFHC, é membro do Grupo de Acompanhamento da Conjuntura Internacional (Gacint) da USP. E-mail: sfausto40@hotmail.com
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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Alegres e ignorantes Lya Luft


Só a maturidade pode permitir que se produza uma peça magnífica como esta abaixo escrita.


"Estar informado e atento é o melhor jeito de ajudar a construir 
a sociedade que queremos, ainda que sem ações espetaculares"


Lya Luft é escritora
http://veja.abril.com.br/030310/alegres-ignorantes-p-024.shtml



Há fases em que, inquieta, eu talvez aponte mais o lado preocupante da vida. Mas jamais esqueço a importância do bom humor, que na verdade me caracteriza no cotidiano, mais do que a melancolia. Meu amado amigo Erico Verissimo certa vez me disse: "Há momentos em que o humor é até mais importante do que o amor". Eu era muito jovem, na hora não entendi direito, mas a vida me ensinou: nem o amor resiste à eterna insatisfação, à tromba assumida, às reclamações constantes, à insatisfação sem tréguas. Bom humor zero. Desperdício de vida: acredito que, junto com dinheiro, sexo e amor, é a alegria que move o mundo para o lado positivo. Ódio, indignação fácil, rancores e inveja – e nossa natureza predadora – promovem mediocridade e atos cruéis.
Quando, seja na vida pessoal, seja como cidadãos ou habitantes deste planeta, a descrença e o desalento rosnam como animais no escuro no meio do mato, uma faísca de bom humor clareia a paisagem. Mas há coisas que nem todo o bom humor do mundo resolveria num riso forçado. Como senti ao ler, numa dessas pesquisas entre esclarecedoras e assustadoras (quando vêm de fonte confiável), que mais de 30% da nossa chamada elite é de uma desinformação avassaladora. Aqui o termo "elite" não tem a ver com aristocracia, roupa de grife, apartamento em Paris ou décima recostura do rosto, mas com a gente pensante. A que usa a cabeça para algo além de separar orelhas. Pois, segundo a pesquisa, entre nós a imensa maioria dos ditos pensantes não consegue dizer o nome de um só ministro desta nossa República. Senadores, nem falar.
A turma que completa o 2º grau, que faz faculdade, que tem salário razoável, conta no banco, deveria ser a informada. Essa que não precisa comprar carro em noventa meses e deixar de pagar depois de quatro. A elite que consegue viajar conhece até algo do mundo, e poderia ter uma pequena biblioteca em casa. Em geral, não tem. Com sorte, lê jornal, assiste a boas entrevistas e noticiosos daqui e de fora, enfim, é gente do seu tempo. Para isso não se precisa de muita grana, acreditem. Mesmo assim, essa elite é pouco interessada numa realidade que afinal é dela.
Resolvi testar a mim mesma: nomes de ministros atuais desta nossa República. Cheguei a meia dúzia. São quase quarenta. Então começo a bater no peito, em público, aliás. Num país onde mais da metade dos habitantes são analfabetos, pois os que assinam o nome não conseguem ler o que estão assinando, ou vivem como analfabetos, pois não leem nem o jornal largado na praça, os que sabem ler deveriam ser duplamente ativos, informados e participantes. Não somos. Nossos meninos raramente sabem o título de seus livros escolares ou o nome dos professores (sabem o dos jogadores de futebol, dos cantores de bandas, das atrizezinhas semieróticas). Agimos como se nada fora do nosso pequeno círculo pessoal nos atingisse.
Além das desgraças longe e perto, vindas da natureza ou do homem, estamos num ano eleitoral. Inaugurado o circo de manobras, mentiras e traições escrachadas ou subliminares que conhecemos. Precisamos de claridade nas ideias, coragem nos desafios, informação e vontade, e do alimento dos afetos bons. Num livro interessante (não importa o assunto) alguém verbaliza velhas coisas que a gente só adivinhava; um filme pode nos lembrar a generosidade humana; uma conversa pode nos tirar escamas dos olhos. Estar informado e atento é o melhor jeito de ajudar a construir a sociedade que queremos, ainda que sem ações espetaculares. Mas, se somos desinformados, somos vulneráveis; se continuarmos alienados, bancaremos os tolos; sendo fúteis, cavamos a própria cova; alegremente ignorantes, podemos estar assinando nossa sentença de atraso, vestindo a mordaça, assumindo a camisa de força que, informados, não aceitaríamos.
Alegria, espírito aberto, curiosidade, coisas boas desta vida, todos as merecemos. Mas me poupem do risinho tolo da burrice ou da desinformação: o vazio por trás dele não promete nada de bom.
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DE SOLDADO A BRIGADEIRO

Houve uma formatura na Base Aérea de Brasília, Dia do Aviador, a primeira com o Pres Lula em seu primeiro ano de mandato.
Quando os oficiais generais chegaram eu estava próximo a muitos. Cantarutti, da minha turma, Chf de gabinete do Trib de Justiça do GDF me falou: Jeffrinho, olha o Brig Rosenélio, já na reserva, mas como concursado daquele tribunal era subordinado do Cantarutti (éramos Aspirantes a Oficial e o Brig Rosenélio já era Tenente-Coronel, Chefe do Hospital do CATRE. Eu disse: Não vou prestar continência para o Brig Rosenélio!! Espanto dos próximos, inclusive de outros Brigadeiros e do próprio. Completei: Para o Brig Rosenélio eu peço Bênção!!! Motivo: Quando éramos iniciantes como oficiais, prontos para aprontar com toda nossa juventude e dinheiro no bolso, ele foi nosso pai postiço, nosso conselheiro. Acompanhou o desempenho de todos da minha turma nos cursos das aeronaves que estávamos realizando. Até hoje quando cruzo com ele eu peço Bênção!!!
Ele não é exemplo para mim e muitos de minha turma. Ele é um ícone.
Sds




DE SOLDADO A BRIGADEIRO - 
Uma  história  incrível que teve início 
na década de 50, e que demonstra 
o valor da educação  como potencial
 transformadora de vidas, aconteceu 
em Natal (RN) com um balconista 
de loja de tecidos no centro da cidade. 
Francisco Rosenélio de Carvalho 
nasceu em Currais Novos 
 e órfão de pai, foi estimulado  pela
 mãe, Maria Rosa de Carvalho, 
costureira, a estudar. 
Graças ao conselho decisivo dela, mudou-se 
em 1954 para a capital potiguar



Arrumou emprego e ocupava horários vagos, 
inclusive no período destinado ao almoço para 
estudar. 
Sonhava ser militar. Tinha a idéia de que no 
quartel teria possibilidade
de se aperfeiçoar e crescer na vida.
 A aposta deu certo já no ano seguinte.





Em 1.955, ingressou como Soldado na Base Aérea 
de Natal.
 Em 56, já era Cabo depois de ser aprovado 
em um concurso.
 Em 57, mais uma prova para a Escola de 
Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá. 
Aprovação de novo. 
Especializou-se em sistemas hidráulicos de aviões. 
Formou-se Sargento.
 “Em toda a minha trajetória, meus chefes e meus 
professores entendiam que estudar era minha vida. 
Convivi muito com as dificuldades.
 Sabia que somente o estudo poderia me levar longe”.
 O Sargento Rosenélio não sossegou. Ao tempo que 
estudava os equipa mentos de aviões como o T-6, 
B-25,  B-26, lia sem parar para prestar vestibular. 
“Escolhi um curso difícil. Mas não ia desistir. 
Já tinha me formado Sargento...”. 
Prestou vestibular para medicina.





Passou de primeira. Saía da Base Aérea direto para
 faculdade. 
Passava noites em claro estudando para provas. 
“Hoje vejo muita gente se queixando. Sempre muitos
me ajudaram vendo que eu realmente estava disposto. 
Cinco anos depois eu já era médico. 
Mas eu não queria deixar a FAB”. Não deixou. 
Prestou mais um concurso e... aprovado para ser
 oficial médico da instituição. Chegou a Brigadeiro. 
Depois de 42 anos e oito meses de serviços à FAB, 
foi para reserva. Antes, ocupou chefias e direções 
de vários hospitais, como o Hospital de Força Aérea 
de Brasília e o Hospital das Forças Armadas, 
também sediado na capital federal.





Aos 61 anos de idade, sem a farda,
se  impôs um novo desafio. Prestou 
concurso  para o cargo de médico do
 Ministério Público  do Distrito Federal, 
onde ainda trabalha. 
Em 2009, recebeu a medalha de 
Cidadão Honorário de Brasília, além 
de outras condecorações  especiais 
depois de mais de 50 anos como servidor 
 público. 
O homem não para. Atua hoje como 
analista pericial da Promotoria de Justiça de 
Saúde do MPDF. 
“Tudo o que eu sou ou tenho, devo a minha família,
aos estudos e à FAB. 
A valorização do ensino me tornou alguém melhor. 
Faria tudo de novo”, diz, aos 73 anos de idade. 
Aposentar? Nem pensar! 
Diz que ainda tem muito a aprender.
Um verdadeiro exemplo de dignidade,
perseverança e amor à FAB.










Consumo de energia já preocupa

Relembrando que tal situação era, por demais, previsível.
A facilitação do acesso ao crédito para compra de eletrodomésticos, a redução de IPI para compra da " linha branca" e os baixos investmentos na malha de distribuição de energia ao longo do país, juntos, tinham que culminar em restrições de fornecimentos iminentes.
Se isto é exemplo de boa gestão pública eu tenho que rever meus conceitos e trocar meus livros.


Consumo de energia já preocupa
" O governo federal voltou a debater a adoção de medidas para estimular maior eficiência no consumo de energia elétrica, no momento em que a carga total no país bate recordes."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

REFLEXÕES DE QUEM CHEGOU LÁ...

Este texto guardei pois achei muito bom e acreditava, na época, que o, então, presidente mundial do Bank of  Boston viria a ter projeção no cenário nacional.
A reportagem é da Exame, não tenho a data exata, mas é próximo de dez anos atrás.
Boa leitura. Sugiro que guardem, também.


REFLEXÕES DE QUEM CHEGOU LÁ...


Há muitas formas de se aprender. Pode ser através da teoria, pela experimentação dirigida, pela experiência  prática ou pela experiência alheia.
Teoricamente podemos tomar conhecimento de que o fogo queima. Também podemos ser levados a observar que ao colocar um papel no fogo, este incendeia, que é a experimentação dirigida. Podemos, ainda, nos queimar em uma chama, que é a própria experiência, e como se pode concluir, tem um profundo senso prático.
Por fim, podemos ouvir o relato de alguém que já se queimou, os detalhes de como se sentiu, os efeitos da queimadura e aprender, através da experiência alheia, que o fogo queima.

Todos nós já aprendemos de todos estes modos sobre as situações mais simples às mais complexas. Aprender com a experiência alheia pode ser uma forma de acelerar nossa performance, evitando erros e identificando meios de acertar. É um fato que nem toda  experiência serve para todo mundo, mas toda experiência serve para entendermos um pouco melhor como funciona a dinâmica da vida.

É por isso que vale a pena se debruçar sobre as idéias de uma pessoa bem sucedida, entender sua forma de ver e pensar o mundo, para descobrir nuances que não havíamos percebido antes. Uma das apresentações de case de sucesso mais interessante dos últimos tempos é do goiano Henrique Meirelles, atual presidente mundial do Bank Boston. Em uma de suas palestras ele ressaltou, de maneira didática, como conseguiu alçar, com sua equipe, o Bank Boston do Brasil, de 39a posição num ranking de 40 países, para o primeiro lugar, superando até a operação americana.

O que se segue é um resumo dos princípios, idéias, inovações e comportamentos que nortearam essa vitoriosa trajetória. O desafio colocado para toda a equipe quando Meirelles assumiu a presidência do Banco no Brasil foi: "O que precisamos aprender e realizar para sermos os melhores?". A resposta a esse desafio foi:

Mentalidade

Tomar a decisão de ser o melhor. Esse é o compromisso básico, algo que precisa ser decidido e entendido por todos. Há um custo para essa conquista. É preciso decisão para que tudo ocorra.

Estratégia

Qual é o padrão referencial? Quem é o melhor? Qual nossa situação em relação a esse padrão? Supere o padrão para ditar o novo padrão. É fundamental definir qual o resultado que se deseja e focar nele. Defina, claramente, as regras do jogo.

Talentos

Criar o time. Recrutar interna e externamente pessoas que queiram fazer parte de um projeto vencedor.
Investigar e implementar o que motiva as pessoas a realizar.
Investir na educação e na disseminação da cultura entre as pessoas.
Formar um Conselho de personalidades influentes, pensantes e afinadas com o projeto.
Seja competente. Se não for prepare-se.
Descubra sua maneira de aprender e concentre-se em no aperfeiçoamento e aquisição de novas habilidades que sejam prioritárias para o projeto.
Desenhe tarefas estimulantes. Permita que as pessoas exercitem seus talentos. Contrate pelo histórico de resultados.
Aplique, cobre e aja com disciplina.

Operação

Focar nas dificuldades individuais para afetar positivamente o coletivo. Dê atenção aos detalhes, porque é na soma destes que se obtém a percepção sobre o todo.
Faça projetos de encantamento das pessoas alvo do planejamento.
Foco na tarefa. Saber sobre o que se vai realizar é mais importante que todo o conjunto de informações gerais.
É preciso investir em tecnologia, em informação e conquistar a disposição das pessoas.

Estão aí algumas reflexões de quem chegou lá. Talvez esse plano não sirva totalmente para seus objetivos, mas muitas dessas idéias podem inspirá-lo a conquistar seus propósitos, tanto pessoais quanto profissionais.
Agora só falta que você conspire com todos ao seu redor para produzir sucesso coletivo. Suerte!
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O maior tema internacional da atualidade por Luiz Felipe Lampreia

Bem, aos que concordam com a sua aproximação com o Irã não podem perder de vista que Israel poderá atacar e ficar por isso mesmo, aí quero ver alguém da trupe iniciar um movimento diplomático como o que nasce em Cuba recentemente, para se bloquear negócios financeiros dos judeus na América Latina. 

O que aconteceria então com este alinhamento e simpatia com o presidente Iraniano? E com os judeus, do mundo, fortemente influenciadores dos investimentos internacionais: Dar um castiguinho no Brasil: Perder uma expressiva quantidade de investimentos externos.

Como nossa capacidade de poupança está prejudicada em função da prioridade dada aos investidores externos, os programas sociais sofrerão um colapso. A estatização generalizada ganhará, por conseguinte, força no congresso por não haver espaço para a economia da mercado.

Aí será  a nossa vez de termos o efeito Tequila, que não tenho certeza se a sociedade sequer se lembra ou talvez saiba o que foi isso. O México, menina dos olhos dos investidores internacionais quebrou, gerou a crise e hoje, quase vinte anos depois, ainda está aos cacos, apesar de, de vez enquando dar uma recuperada mas, dado à fraqueza das instituições, o que se assemelhará a nós em breve, o dinheiro de fora some de novo e eles ficam aos cacos novamente.
É só ler os jornais internacionais para ver como está o México no último mês.


O maior tema internacional da atualidade
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100225/not_imp515823,0.php

O Irã é hoje, sem dúvida, a maior ameaça à paz e à segurança do mundo.


Seu 
programa nuclear avança velozmente, sendo composto por milhares de centrifugadoras enriquecendo urânio a um nível de concentração que já atingiu os 4% necessários para gerar eletricidade. Seu presidente já afirmou que foi também atingido o nível de 20%. Dizem os cientistas que é mais difícil chegar a 20% do que aos 90% necessários para confeccionar uma bomba atômica. Não se sabe se é verdade ou bazófia, mas há indicações de que assim é. Em outras palavras, o Irã está próximo do limite da capacidade nuclear.

forte movimentação diplomática das grandes potências (Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia, Grã-Bretanha), especialmente na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com sede em Viena, para evitar ou postergar a posse da arma nuclear pelo Irã indica que existe grande urgência e preocupação.

As negociações para evitar esse desfecho gravíssimo avançam lentamente, porém, seja porque o Irã negaceia, seja porque a pressão não é suficientemente contundente. 
As sanções econômicas que são ventiladas hoje, geralmente, não funcionam. É também sempre difícil trazer a China, potência com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, a concordar com sançõesMedidas que realmente atinjam interesses iranianos fundamentais - tais como o bloqueio de seus depósitos financeiros internacionais ou de compra de tecnologias sensíveis - são particularmente difíceis de reunir apoio suficiente para serem implementadas. De todo modo, o efeito de eventuais sanções é difícil de prever, já que, por vezes, não surtem o efeito desejado e acabam reforçando o sentimento nacionalista e a coesão em torno do governo de que são objeto.

Nas 
ruas de Teerã e de outras grandes cidades iranianas há uma contestação crescente ao regime, que se parece cada vez mais com o dos Estados autoritários tradicionais, ou seja, ditaduras nas quais o aparelho de segurança controla o Estado e a maior parte da vida pública. Na América Latina já vimos esse filme muitas vezes. A repressão está sendo cada mais severa à medida que a contestação popular aumenta. A oposição popular não se curva, malgrado a repressão sangrenta, mas tampouco abala decisivamente o governo dos aiatolás. O resultado é um impasse que não repercute sobre o progresso iraniano rumo ao armamento atômico.

O cronômetro está avançando nos três tabuleiros acima referidos e, se o caminho do armamento nuclear for o mais rápido, é possível que a Europa, os Estados Unidos e Israel sejam forçados a um dilema terrível, uma verdadeira escolha de Sofia: aceitar um Irã nuclear ou atacá-lo para evitar que ocorra esse desfecho. Não é possível que esse seja o desejo dos governantes de Washington, Jerusalém, Paris ou Londres. Qualquer das duas alternativas seria nefasta. Um ataque, além de militarmente difícil e incerto, semearia o caos total no Oriente Médio, onde já não faltam tensões e impasses. A arma nuclear daria ao Irã uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de Israel, que seria compreensivelmente intolerável para um povo que já sofreu o que sofreu.

À medida que esse quadro se torna mais grave, a posição brasileira de aproximação com o regime de Mahmoud Ahmadinejad torna-se cada vez mais incompreensível e perigosa para os interesses nacionais. Não se trata de "não curvar-se aos desígnios das grandes potências", como argumentam os porta-vozes do governo. Trata-se, isso sim, de dar sustentação internacional a um país que hoje só a recebe da Venezuela e de mais alguns poucos Estados irrelevantes no cenário mundial. Consiste em cometer um gesto gratuito, cujo preço é incomparavelmente maior do que qualquer possível retorno comercial ou político. Apoiar um regime que reprime brutalmente nas ruas uma oposição desarmada contraria os princípios básicos dos direitos humanos, dos quais o Brasil é fiel defensor. 

Como se não bastassem essas fortes razões, essa política provoca um risco de contágio ao programa nuclear brasileiro, que é respeitado por todos os compromissos que assumimos nos últimos 22 anos de renúncia às armas nucleares e avalizado por todas as inspeções internacionais que aceitamos. Algumas vozes isoladas ainda põem em dúvida o acerto dessas decisões - o que sempre causa espanto, pois não temos inimigos nem vivemos em região onde impere a insegurança militar. Não há dúvida, porém, de que o Brasil tem um programa nuclear exclusivamente pacífico e é considerado internacionalmente um país sério e sem ambiguidades nesse terreno. A nova intimidade com o Irã cria suspeitas - infundadas, por certo, mas difíceis de desmentir, dado o tom de algumas declarações oficiais de apoio a Teerã - que em nada atendem aos nossos interesses e só podem criar dificuldade de toda ordem para nós. Em matéria de tal gravidade, à medida que o quadro diplomático e militar se deteriora, persistir nessa linha e, por exemplo, visitar o inefável Ahmadinejad em Teerã só pode trazer-nos prejuízos materiais e políticos incalculáveis e completamente desnecessários.

Como dizia o grande ministro Antonio Azeredo da Silveira, com seu humor personalíssimo, apoiar o Irã é atravessar para pisar de propósito em casca de banana na outra calçada. Ainda é tempo, para o governo brasileiro, de refletir melhor e, discretamente, para não ser forçado a admitir a extensão do equívoco, deixar de atravessar a rua. 

Luiz Felipe Lampreia, embaixador, foi ministro das Relações Exteriores (1995-2001)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A VOLTA DA TEORIA X por Thomaz Wood Jr.




http://www.cartacapital.com.br/edicoes/2005/04/336/2034/

Quase meio século de discursos progressistas e inovações gerenciais não foi suficiente para superar formas anacrônicas na gestão de pessoas
Muito antes de Tom Peters, Spencer Johnson e outros bufões da Administração, havia Douglas McGregor (1906-1964). E muito antes das ondas gerenciais da década de 1990, havia a “Teoria X e a Teoria Y”, sua famosa criação. Com o livro O Lado Humano da Empresa, publicado originalmente em 1960, McGregor deixou sua marca na história da Administração. A tese é simples: o papel do gestor é organizar recursos, inclusive pessoas, para que a empresa atinja seus objetivos. Entretanto, duas teorias opostas – a X e a Y – definem a forma como os gestores percebem a motivação dos funcionários e estabelecem sua abordagem gerencial. Cada uma dessas teorias parte de pressupostos antagônicos.

Os pressupostos da Teoria X são os seguintes: primeiro, o trabalho é desagradável para a maioria dos indivíduos e eles tentam evitá-lo sempre que possível; segundo, a capacidade criativa e a iniciativa para resolver problemas organizacionais são características incomuns; e terceiro, a maioria das pessoas não deseja ter responsabilidades e, por isso, deve ser controlada. Caso tomem tais pressupostos como válidos, os gestores adotarão práticas como supervisão cerrada, controle rígido e ações de coerção.

Com isso, provavelmente colherão comportamentos hostis, altas taxas de
turnover e baixa produtividade. Os gestores menos afeitos ao chicote talvez utilizem uma versão amenizada do receituário e tentem comprar com recompensas o comprometimento e a dedicação de seus funcionários. A hostilidade será menor. Entretanto, um ciclo perverso poderá se instalar, com uma demanda cada vez maior por benefícios contra ganhos cada vez menores de produtividade.

McGregor defendia que, uma vez que as necessidades básicas estejam atendidas por um certo nível de salário, este perde sua capacidade motivacional. Assim, indivíduos que trabalham sob a Teoria X buscarão preencher necessidades sociais e de auto-realização fora do trabalho. Empresas que aplicam a Teoria X, completa o autor, não são efetivas porque nas sociedades modernas as necessidades básicas dos indivíduos estão satisfeitas.

A Teoria Y toma pressupostos antagônicos à X: primeiro, se as condições forem favoráveis, o trabalho pode ser algo natural e prazeroso; segundo, se estiverem comprometidos, os indivíduos serão capazes de conduzir ações autônomas e de ser criativos para atender aos objetivos da organização; e terceiro, a maioria das pessoas pode assumir responsabilidades, porque a criatividade e a iniciativa são atributos comumente encontrados.

Sob tais pressupostos, os gestores vão procurar alinhar os objetivos da organização e dos funcionários. Eles irão implantar estruturas descentralizadas, delegar mais poder de decisão aos níveis operacionais, dar maior amplitude às funções e promover a participação. Uma organização que opera dessa forma deve, segundo a teoria, ser mais produtiva, inovadora e capaz de satisfazer as necessidades dos funcionários.

Passados 45 anos, não faltam motivos para a hegemonia da Teoria Y. A evolução dos mercados, a exigir mais velocidade e inovação, tanto quanto a evolução dos profissionais, a demandar melhores condições de trabalho, conspirou para acentuar sua dominação sobre a Teoria X. De fato, é hoje inimaginável que um executivo se declare simpático a qualquer um dos pressupostos da Teoria X. Entretanto, a prática continua bem mais X do que apregoam os bons manuais de gestão. É cabível, por isso, perguntar: o que explica sua persistência em tantas fábricas, órgãos públicos, empresas de call center, bancos e outras organizações?

A primeira razão, presente em países subdesenvolvidos como Pindorama, é que parte considerável da população ainda não teve as condições mínimas de subsistência atendidas. Além disso, a falta de maturidade profissional e a capacitação profissional insuficiente de gestores e funcionários mantêm práticas anacrônicas em pleno uso. A segunda razão relaciona-se a traços culturais ainda fortes, como a alta “distância de poder” entre líderes e liderados e a “postura de dependência”. Esses traços, quando presentes nas empresas, tendem a validar os pressupostos da Teoria X, e não aqueles da Teoria Y.
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

LIDANDO COM PESSOAS QUE ACHAM VOCÊ DIFÍCIL



 Comentários negativos, diferenças de ponto de vista e discordâncias fazem parte do dia-a-dia profissional, aprenda a lidar com isso
Por Ilana Berenholc 



Um dos principais elementos na formação da nossa imagem é nossa reputação. Uma boa reputação abre muitas portas, enquanto uma reputação negativa dificulta o caminho. O que fazer então quando sabemos que temos a fama de sermos pessoas difíceis?


Um dos conceitos existentes no gerenciamento de imagem chama-se halo effect. São as generalizações feitas a respeito de alguém, que distorcem a percepção que temos desta pessoa. Deste modo, quando temos uma boa impressão a respeito de alguém, acreditamos que tudo nela é positivo. No entanto, quando a impressão é negativa, acreditamos que tudo sobre ela é negativo. É como se apenas uma característica fosse capaz de minar todas as nossas outras qualidades.


A fama de pessoa difícil talvez seja uma das características mais negativas que podemos ter associada ao nosso nome. A questão é que a palavra "difícil" pode dar margem a muitas interpretações: difícil por que? Mas a partir do momento que esta informação é disseminada, ela pode trazer sérias conseqüências. Temos desde a exclusão de certos grupos, oportunidades não dadas, até comportamentos provocativos vindos de outras pessoas.


A primeira reação que temos a este tipo de comportamento é nos fecharmos numa concha e acusarmos todos de estarem errados -reforçando a imagem que os outros têm de nós. Pode até ser que estejam mesmo errados, entretanto todos nós temos pontos cegos em nossa personalidade. São aquelas características que todos enxergam, menos nós.


É vital para sua sobrevivência em qualquer ambiente profissional que você descubra quais são esses pontos cegos. Fique atento a sua forma de se expressar quando está se comunicando. Será que sua linguagem corporal, seu tom de voz e as palavras que usa não indicam que você está sempre pronto para um confronto? Existe uma grande diferença entre uma personalidade agressiva e uma assertiva. A assertividade se baseia na autoconfiança, enquanto a agressividade, na insegurança. A assertividade se mostra através de atitudes como ter coragem de expressar sua opinião, mesmo quando todos pensam o contrário, falar calma e pausadamente, buscar soluções para problemas existentes e não fazer de conta que não existem, não querer ter sempre a razão, dar sugestões - não ordens. Se não conseguir detectar nenhum ponto cego em sua personalidade, busque o feedback de alguém em quem confia. Esteja preparado para ouvir as respostas. Não as veja como acusações, mas como ferramentas.


No entanto, se você detectar uma situação em que este tipo de comentário esteja sendo muito prejudicial a sua carreira, não o ignore. Se sente que alguém usa esta característica sua para provocá-lo ou se as pessoas tendem a excluí-lo, chame as pessoas envolvidas para conversar. Sugira um café ou almoço. Diga que você tem consciência de suas diferenças, mas que está disposto a colocá-las de lado para conseguirem realizar um bom trabalho. Se alguém insistir nas acusações, fique na sua. Talvez ela precise extravasar e não vale a pena entrar numa discussão - o que iria reforçar a opinião que os outros têm a seu respeito. Não acuse ninguém de nada, colocando a outra pessoa na defensiva. Procure aliviar as coisas. Mostre que você ouviu o que a pessoa tinha a dizer. Coloque seu ponto de vista e peça para que o outro proponha uma solução. Isto irá mostrar que você está aberto a mudanças. Muitas pessoas adoram criticar, mas na hora que são questionadas não conseguem ser específicas. Ao questioná-las, você as enfraquece. Se você perceber que a crítica é justa, reconheça. Se for necessário um pedido de desculpas, faça isto o quanto antes. Assim, terá o respeito de todos. Em todos os momentos deixe claro que você busca uma solução - e não vencer a disputa.


Comentários negativos, diferenças de ponto de vista e discordâncias fazem parte do dia-a-dia profissional. Estamos em contato com pessoas com estilos de comunicação, crenças e valores diferentes dos nossos. Ninguém espera que você concorde com tudo e goste de todos ao seu redor. No entanto, isto não deve impedi-lo de estabelecer e manter bons relacionamentos.
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Iniciativa e Acabativa


Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas idéias. Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.

Acabativa, é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma idéia e levá-la até o fim.

Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar os burocratas.

* Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.

* Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.

* Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.

Essa singela classificação explica muitas das contradições do mundo moderno.

Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores - entre os quais me incluo -  morrem pobres.

Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar  suas próprias idéias teria parado no Visual Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros - dizem as más línguas que até copiou algumas.

Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma idéia, e não para quem a teve. Uma idéia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.

Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas idéias. Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução.

Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.

Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.

Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como  sócio um acabativo. Há um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.

Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo.

Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.

Publicado na Revista Veja de 11 de novembro de 1998
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50 perguntas para você fazer a si mesma(o)...

1. Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos tem?
2. O que é pior, fracassar ou nunca tentar?
3. Se a vida é tão curta, por que a gente faz tanta coisa que não gosta e gosta de tantas coisas que não fazemos?
4. Depois que tudo for dito e feito, você terá dito mais ou feito mais?
5. Cite uma única coisa que você gostaria de mudar no mundo.
6. Se a felicidade fosse a moeda do país, que tipo de trabalho te faria rico?
7. Você está fazendo aquilo em que acredita ou se acomodou com o que faz?
8. Se a expectativa de vida fosse de 40 anos, em que isso mudaria sua vida?
9. Até que ponto você controlou o caminho que sua vida tomou até aqui?
10. Você se preocupa em fazer certo as coisas ou fazer as coisas certas?
11. Você está almoçando com três pessoas que respeita e admira. Todas elas começam a criticar um amigo íntimo seu, não sabendo que é seu amigo. A crítica é injusta e de mau gosto. O que você faz?
12. Se você pudesse dar um único conselho a um recém-nascido, qual seria?
13. Você passaria por cima de uma lei para salvar uma pessoa amada?
14. Você já viu loucura onde depois viu criatividade?
15. Há algo que você sabe que faz diferente das outras pessoas? O que é?
16. Por que o que te faz feliz não faz todos felizes necessariamente?
17. Cite uma coisa que você ainda não fez mas que quer MUITO fazer. O que te impede?
18. Você está se prendendo a algo que não deveria?
19. Se você tivesse que mudar de estado ou país, para onde iria e por quê?
20. Você aperta o botão do elevador mais de uma vez? Tem certeza de que isso acelera o elevador?
21. Você preferiria ser um gênio preocupado ou um Zé-ninguém feliz?
22. Por que você é quem você é?
23. Você tem sido o tipo de amigo que gosta de ter como amigo?
24. O que é pior, quando um bom amigo vai pra longe ou perder o contato com um amigo que mora bem próximo de você?
25. Cite algo pelo qual você é mais grato.
26. Você preferiria perder suas velhas recordações ou nunca poder construir memórias novas?
27. É possível saber a verdade sem antes questioná-la?
28. O seu maior medo já se concretizou?
29. Você se lembra algo que te deixou extremamente aborrecido há 5 anos? Hoje, aquele episódio importa?
30. Qual é sua memória da infância mais querida? O que a faz tão especial?
31. Quando no seu passado recente você se sentiu mais vivo e intenso?
32. Se não agora, quando?
33. Se você ainda não alcançou o que quer, o que tem a perder?
34. Você já esteve com alguém, não disse nada, e saiu com a sensação de que teve a melhor conversa da sua vida?
35. Por que religiões que pregam o amor causam tantas guerras?
36. É possível saber, sem sombra de dúvida, o que é bom e o que é mau?
37. Se você ganhasse 1 milhão de dólares, largaria o seu emprego?
38. Você preferiria ter menos trabalho ou mais trabalho em algo que realmente goste?
39. Você sente que viveu este mesmo dia 100 vezes?
40. Quando foi a última vez que você entrou na escuridão com apenas uma vaga luz de idéia de algo em que você acreditava?
41. Se todos seus conhecidos morressem amanhã, quem você visitaria hoje?
42. Você concordaria reduzir sua vida em 10 anos para ser super atraente ou famoso?
43. Qual é a diferença em estar vivo e viver plenamente?
44. Quando vai ser o tempo de parar de calcular os riscos e apenas seguir adiante e fazer o que é certo?
45. Se aprendemos com nossos erros, por que temos tanto medo de errar?
 46. O que você faria diferente se soubesse que ninguém te julgaria?
47. Quando foi a última vez que você reparou no som da sua respiração?
48. O que você ama? Suas ações recentes refletem este amor?
49. Daqui a 5 anos, você vai lembrar do que fez ontem? E ante-ontem? E o dia anterior?
50. As decisões são feitas agora. A pergunta é: você está decidindo por si só ou deixando que outros decidam por você?

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