domingo, 31 de janeiro de 2010

Haiti confirma detenção de americanos por tráfico de menores

Conforme lhes disse antes, o Haiti tem muito a nos ensinar em termos de governança social e crimes transnacionais.
Segue uma breve reportagem.

Haiti confirma detenção de americanos por tráfico de menores


O texto abaixo dá outra abordagem ao tema.
Dez americanos são presos no Haiti por tráfico de crianças


Contudo, há que se considerar a opinião dos especialistas 
Adoção de crianças haitianas deve ser último recurso, diz Unicef

Nos estudos sobre tráfico de pessoas e de órgãos, via de regra, há o envolvimento de pessoas ligadas às ONG's, Cruz Vermelha, ou mesmo organizações privadas ligadas à ONU fazendo parte do grande esforço de estabilização.


O tema merece acompanhamento.

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Caos pós-terremoto beneficia narcotráfico no Haiti

Relembro que, a propósito do "affair" de Zelaia em nossa embaixada em Tegucigalpa, comentei acerca da importância de se ter Honduras nas mão de Chavez em função do polígono marítimo que se formaria para amparar os velozes botes contendo produtos de tráfico, armas ou drogas.


Também comentei que o Haiti, hoje, é o maior exemplo de como a governança democrática pode ser fundamental para uma região, e no seu específico caso, para o  mundo.


Conforme lhes prometi, aos poucos estaremos tecendo uma grande colcha conceitual acerca dos reais perigos às sociedades hoje em dia que são reconhecidas tanto pela ONU como pela OEA, como ameaças transnacionais ou novas ameaças. Estes assuntos são estudados, com profundidade nos EUA e na Europa.


As principais principais ameaças transnacionais hoje (tráficos de armas, drogas, pessoas, guangues de rua (pandilhas ou maras), lavagem de dinheiro, corrupção, desastres naturais) encontram-se hoje, concomitantemente, em todo o Haiti, daí a importância de se acompanhar de perto o que ocorre lá.


A notícia abaixo correlaciona outras de importância mas que passaram muito discretamente pela mídia:
Bases americanas na Colômbia e as reclamações de Chavez e Evo Morales;
A reclamação de Chavez por bases americanas nas ilhas Holandesas a poucas milhas do litoral venezuelano;
A presença de Zelaya na Embaixada Brasileira;
O desaparecimento de crianças no Haiti;
A maciça presença americana no Haiti e, por fim, 
As empresas de segurança privadas autorizadas pelo Congresso Americano no Haiti.


Amigos, pouco há de ideologia de esquerda na gritaria geral sobre a presença americana tanto na Colômbia como no Haiti. Acreditem, são negócios que estão sofrendo impactos.


A notícia abaixo esclarece um pouco melhor.



Caos pós-terremoto beneficia narcotráfico no Haiti


LUIS KAWAGUTI
da Folha de S.Paulo, em Porto Príncipe


Enquanto ainda tenta se reerguer do terremoto que o devastou no último dia 12 de janeiro e deixou ao menos 170 mil pessoas mortas, o Haiti lida com outro flagelo mais permanente e contra o qual também precisa de auxílio da comunidade internacional.


As principais rotas de tráfico de cocaína de Colômbia, Bolívia e Peru para os EUA e para a Europa passam pelo país e ajudam a financiar gangues e policiais corruptos. De acordo com Aramic Louis, secretário de Estado da Segurança Pública do Haiti, o país não tem condições de combater os traficantes sem ajuda estrangeira.


"Infelizmente o Haiti não recebe ajuda suficiente para enfrentar a criminalidade transnacional. Os traficantes estão se aproveitando de nossas dificuldades por causa do terremoto", disse Louis. Segundo o secretário de Estado, 471 policiais haitianos morreram no desastre, e mais de 200 estão feridos ou desaparecidos. Dedicados a proteger desabrigados, os policiais remanescentes não podem combater o crime organizado por causa da catástrofe.


Estimativas da Unpol, a polícia das Nações Unidas que auxilia a Polícia Nacional do Haiti, dão conta de que pelo menos entre 8 e 10 toneladas de cocaína passem pelo Haiti por mês. A droga vai para a Venezuela e de lá segue para o Haiti em pequenos aviões venezuelanos. A polícia da ONU já identificou 22 pistas de pouso clandestinas no país caribenho.


Os carregamentos chegam a cidades e ilhas no sul do Haiti, que funcionam como pontos de apoio. Seguem então para o norte do país em lanchas de alta velocidade, passando por um entreposto na ilha La Gonave -para onde o Brasil está enviando tropas que integram a Minustah, missão de paz da ONU-, e também por uma rota terrestre, em carros dirigidos por policiais haitianos corruptos, segundo investigação da Unpol.


Os destinos finais são bases de traficantes na ilha de La Tortuga e na cidade de Port de Paix, área cuja segurança é responsabilidade da Argentina. A principal base dos criminosos fica em La Tortuga, um antigo reduto de piratas na época colonial, onde praticamente não há presença do Estado nem da ONU. Policiais da ONU sobrevoaram essa ilha no fim de 2009 e identificaram mansões supostamente usadas pelos traficantes.


De lá, as drogas seguem em lanchas de alta velocidade para as ilhas Turks e Caicos, de onde vão para a Europa em embarcações e aviões, e para as Bahamas --a porta de entrada para os EUA. Para despistar as autoridades americanas, os traficantes usam barcos de pesca e aviões que voam a baixa altitude para não serem detectados por radares.


Corrupção


"O Haiti é usado para trazer toda a droga da América do Sul que vai para os Estados Unidos e para a Europa. O país é vítima da sua localização e além disso não tem guarda costeira nem força aérea", disse Fred Blaise, porta-voz da Unpol no Haiti.


Não há venda de cocaína no Haiti, pois a maioria da população não tem recursos financeiros para comprar drogas. Contudo, a passagem da droga pelo país contribui para a corrupção de policiais haitianos, segundo Blaise. Entre 2004 e 2009 cerca de 2.000 policiais foram afastados da Polícia Nacional do Haiti. Louis admite a existência de corrupção na polícia haitiana.


O dinheiro do tráfico também ajuda a financiar gangues que atuam em Porto Príncipe. Contudo, grande parte desses grupos foi presa ou morta por policiais da ONU, do Haiti e por tropas da Minustah. Os criminosos remanescentes ainda possuem armas escondidas, mas não enfrentam os capacetes azuis desde 2007.


Com o terremoto, cerca de 5.500 membros dessas gangues voltaram às ruas, e o governo haitiano não divulga quantos foram recapturados. Pelo menos sete deles foram assassinados desde o dia 12 em Porto Príncipe por brigadas de autodefesa organizadas em comunidades pobres. Investigações da Unpol que foram interrompidas pelo terremoto também começavam a reunir indícios de uma suposta ligação de políticos haitianos com os traficantes internacionais que atuam no país.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Brasileiro Carlos Ghosn pede objetivos claros sobre mudança climática

Este cidadão eu aposto que ainda vai se candidatar à presidência da República no Brasil.
Ele foi escolhido, dentre inúmeros, para recuperar uma empresa francesa e foi alçado ao metier japonês.

Vejam, portanto, que o que ele fala tem peso, reverberação e densidade no mundo industrial mundial.

Se ele vem à público requerer clareza nos objetivos, significa dizer que até então estamos falando de retórica, cobrando-se esforços sem, ao  menos, sinalizar para que lado ou metodologia a ser empregada e estabelecendo metas de redução de CO2 de maneira aleatórea e abstrata.

Observa-se que este profissional, ao falar, representa um pool de corporações. Ele não vai se projetar falando de improviso e sim após consubstanciar o que vai externar após inúmeros debates entre empresas e estas entre seus acionistas.
Isto sim, é um modelo de gestão (ou governo) de consenso.


Brasileiro Carlos Ghosn pede objetivos claros sobre mudança climática

Davos (Suíça), 29 jan (EFE).- O presidente da aliança automobilística Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, pediu hoje que sejam estabelecidos "objetivos claros", porque "o setor privado precisa saber para onde ir".

Em uma sessão do Fórum Econômico Mundial, em Davos, dedicada à mudança climática, Ghosn defendeu que a melhor solução para reduzir as emissões dos automóveis "sairá de uma boa colaboração entre esta indústria, a do petróleo e a química".

Com um enfoque integrado, "ninguém escapa de sua responsabilidade, mas, assim, temos certeza de que será encontrada a melhor solução, a que tenha mais sentido e requeira menos recursos", explicou.

Acrescentou que "a maioria destas soluções virá da inovação, da tecnologia, e os Governos devem ter objetivos sobre o que a tecnologia pode fazer".
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Cordel de Antônio Barreto


O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba  de retornar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso".

Desta vez o alvo é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo. Nesse  novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele não deixa pedra sobre pedra.. São 25 demolidoras septilhas (estrofes de  7 versos). Só para dar um gostinho:

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bial
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial,
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

* * *

Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara, na Bahia.
É autor de um dos mais recentes e estrondosos sucessos da Internet, o
cordel Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e
preconceituoso.
Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros,
da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para
evoluir espiritualmente.
Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e
Literatura Brasileira.
Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em
dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Possui incontáveis trabalhos em jornais, revistas e antologias, com
mais de 100 folhetos de cordel publicados sobre temas ligados à
Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários
títulos ainda inéditos.
Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas,
xotes e baiões.

O cordel "Big Brother Brasil, um programa imbecil" é imperdível e está
completinho aqui, em primeira mão:

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Internet também cria marginalizados sociais

Amigos, fiz questão de colocar a notícia inteira no post para consultas posteriores sob o "tag - exclusão digital".


Esta análise foi discutida em sala de aula com o Prof Dr Emiliano da American University e fiquei impressionado com a desigualdade de acesso bem ali, próximo à Instituição onde estudava, às margens do rio Anacostia.


De fato, comprovei que o setor a leste do Congresso, tanto ao norte como ao sul, às margens do Anacostia, a pobreza é bem significativa e o PIB é bem diferente. Vê-se, inclusive, no padrão de lojas de alimentos e de variedades.


Uma crítica do professor era a de que tal tendência não tinha retorno e que se o governo não se adiantasse estas pessoas ficariam à margem do desenvolvimento causando problemas sociais no futuro.


No nosso caso há uma vantagem para se conter esta tendência: Nossa cultura do cartorialismo que, aliada a necessidade de se gerar postos de trabalho, via de regra por concurso público, amaina, um pouco, esta tendência de se informatizar o acesso aos serviços públicos.


O tema, aliado à questão do envelhecimento populacional, merece ser acompanhado.





David Alandete
A divisão digital se alimenta de pobres, de idosos e da população rural, sem acesso a serviços que se mudaram para o ciberespaço


Na revolução da Internet, que hoje chega aos telefones celulares, às telas de televisão e até aos aviões, uma boa parte da população ficou desprezada. Há idosos que não entendem o que é um navegador. Existem regiões pobres, rurais e urbanas, que não dispõem dos cabos necessários para oferecer banda larga. E há jovens que dominam perfeitamente os programas de bate-papo e as redes sociais, mas não sabem como enviar um currículo em boas condições através do correio eletrônico. São os marginalizados da rede, e diante de uma tecnologia em rápida mutação correm o risco de ficar para trás.


Richard Brock é um deles. Esse morador de Washington, de 65 anos, dedicou toda a sua vida ao salão de cabeleireiro e se considera um analfabeto digital -a comprovação empírica de que a célebre divisão digital existe. "Eu pensava que para ligar um computador era preciso tirar o plástico com que vinha enrolado", brinca. "Percebi que a Internet se torna necessária para as pessoas da minha idade, para organizar o trabalho da igreja, consultar serviços da prefeitura, manter contato com parentes e amigos."


E não só para isso. Diante da grave crise econômica que vivem os EUA, Brock, já aposentado, procura trabalho. "E para isso é preciso entender de computadores e de Internet." Para um idoso que nunca aprendeu informática, que nunca abriu um notebook na vida, pode ser muito difícil voltar ao mercado de trabalho em uma dura crise econômica na qual as aposentadorias de muitos não estão garantidas e em que os despejos e as penhoras são moeda corrente. Essa é a verdadeira face do que se passou a chamar de divisão digital.


Pessoas como Brock são os alunos da academia Byte Back, situada no bairro de Brookland em Washington, uma área de maioria afro-americana. Esse centro é um refúgio de pessoas sem um teto na rede, cidadãos que carecem da formação e dos meios para navegar na Internet. Aqui se dão aulas de informática gratuitas para pessoas que quando chegam não sabem o que é um computador, e quando saem podem formatar um currículo, abrir uma conta de e-mail e mandá-lo para um departamento de recursos humanos. Trata-se de uma pequena ponte, por mais precária que seja, que oferece um grande avanço para contornar a brecha digital.


No ano passado a Byte Back deu 527 aulas para 442 alunos. Deles, 307 se matricularam no nível mais básico, no qual precisam aprender do zero, desde o botão de Iniciar do Windows. Em geral, 80% dos alunos -entre os quais há algumas pessoas sem teto- finalizam os cursos. Os professores, quase uma centena, são em sua imensa maioria voluntários.


"Pelo tipo de gente que vem aqui, temos a impressão de que as pessoas entre 60 e 80 anos estão ficando para trás. Isso é algo que vai piorar conforme houver coisas que só possam ser feitas online", explica a diretora da escola, Kelley Ellsworth. "A partir deste ano aqui em Washington só é possível registrar crianças em creches públicas através da rede. Até alguns meses atrás podia-se fazer pessoalmente. Agora os idosos sem experiência de informática não podem se encarregar de uma coisa tão simples para seus netos."


É verdade. Há cada vez mais burocracias que são feitas exclusiva ou principalmente através da rede. O governo dos EUA, por exemplo, exige que os viajantes europeus que queiram visitar o país se registrem previamente em uma lista através de um site. Muitos centros escolares dos EUA impõem deveres a seus alunos que devem ser feitos online. As empresas de telefonia, eletricidade e água cobram uma tarifa de até 3 euros mensais para enviar faturas em papel.


A Espanha, por exemplo, já tem a identidade digital para fazer todo tipo de tarefas com o simples acesso a uma conexão à Internet, e as prefeituras dos países industrializados utilizam cada vez mais a rede para trâmites tão simples -e que antes envolviam filas e papeladas- como renovar carteiras de motorista, requerer seguro-desemprego, pagar multas de trânsito ou saber aonde o guincho levou seu carro.


Segundo uma pesquisa do Centro de Pesquisas Pew do final de dezembro, 74% dos americanos usam regularmente a Internet. Essa cifra é bastante superior à registrada na Europa, onde somente 49% da população têm conexão à Internet em casa, segundo um relatório de 2009 do Ministério da Indústria, elaborado com dados de 2008. Na Espanha, 51% dos domicílios contam com conexão à rede, abaixo de países como Eslováquia, Reino Unido ou Suécia.


Esses dados confirmam a existência de desigualdades demográficas no acesso à Internet. Nos EUA, por exemplo, 76% das pessoas de raça branca se conectam à Internet com regularidade. Essa cifra cai para 64% entre a população hispano-americana. A diferença é mais pronunciada entre faixas etárias: 93% dos jovens entre 18 e 29 anos se conectam à rede, enquanto só 38% dos maiores de 65 anos o fazem.


"É normal que as pessoas mais velhas que vêm para estas aulas sintam medo no início", explica Ellsworth. "Muita gente não sabe nem o que a espera em uma tela de computador. O melhor em nossas aulas é ver as caras de vitória no final, ver que o medo desaparece e como essas pessoas comemoram sua vitória pelo simples fato de ir ao site da prefeitura e procurar algum dado."


Afinal, os idosos deveriam ser os mais beneficiados por uma tecnologia que evita papeladas intermináveis e filas longuíssimas. "Essas pessoas deveriam mergulhar na rede. Ninguém como elas pode obter um benefício de pedir uma visita médica ou um serviço municipal através de uma tela em sua casa", explica Ellsworth. Mas não são só os idosos que sofrem os prejuízos colaterais da divisão digital.


"Os casos mais preocupantes que encontro são os de jovens que acreditam ser muito versados em informática e Internet, mas ignoram que na realidade são analfabetos digitais", acrescenta Ellsworth. "São pessoas que se comportam como ninguém nos chats, que controlam todas as redes sociais e têm perfis em dezenas de sites. Mas que não são capazes de abrir um documento de texto e formatá-lo, ou que não conhecem as regras básicas de enviar uma mensagem de correio eletrônico para pedir um trabalho, gente com endereços de correio confusos, ou que não sabe sequer passar um corretor ortográfico em um documento."


Embora se destaquem menos, os jovens de poucos recursos e com educação moderada também são deixados de lado nessa divisão digital. Em Washington há muitos deles. Sofrem um desemprego que entende de raças e bairros. Aqui, no 3º distrito, zona rica de embaixadas e universidades, de maioria branca, o desemprego é de 3%. No 5º distrito, do outro lado do rio Anacostia, uma zona pobre de submoradias e insegurança nas ruas, de maioria afro-americana, é de 28%.


Mas alguns especialistas entendem que esses são os efeitos normais de qualquer ciclo econômico e que na realidade essa divisão digital é uma quimera. "Mais que uma brecha, é uma membrana permeável", explica Benjamin Compaine, especialista em empresas digitais, professor de administração de empresas na Universidade Northeastern e autor do livro "A Brecha Digital: Crise a enfrentar ou mito inventado?", publicado em 2001. "Algumas pessoas têm conexão no trabalho e não em casa. Há jovens que têm Internet na escola e não precisam dela em casa. É muito difícil descrever uma brecha como a que esse termo sugere."


No mundo desenvolvido há lacunas regionais não conectadas à rede, por ser zonas remotas, de difícil acesso, ou bairros pobres em zonas urbanas onde às vezes nem sequer existem os cabos necessários para oferecer a Internet. O governo americano anunciou em dezembro passado que oferecerá US$ 2 bilhões (1,4 bilhão de euros) para facilitar o acesso à banda larga nesse tipo de área. Ao fazer o anúncio, em 29 de dezembro na Geórgia, o vice-presidente Joe Biden disse que o acesso à banda larga "é necessário para criar a economia do século 21".


Para o professor Compaine, como para muitos economistas dos EUA que defendem o livre mercado, o Estado deveria se dedicar a outros assuntos. "Quando há tantas pontes para construir e tantas infraestruturas para melhorar, coisas que na verdade a iniciativa privada não vai solucionar, por que investir o dinheiro dos contribuintes em algo como facilitar o acesso à rede? Nos últimos dez anos a oferta e a procura solucionaram o problema. Sim, há cerca de 20% de domicílios nos EUA sem conexão à rede. Mas em muitos desses domicílios vivem pessoas que têm Internet no trabalho, ou no telefone ou através de satélite. São números imprecisos."


Em relação aos lugares remotos sem acesso à rede, Compaine é claro: "Por que eu deveria pagar pelo acesso à Internet em uma zona rural do Wyoming, por exemplo? Viver em cada lugar tem seus benefícios e seus custos. É certo que para um fazendeiro de Wyoming o seguro do carro custa menos que a metade do seguro do meu carro em Nova York, por exemplo. É normal que para ele o acesso à rede custe mais caro".


Nem todo mundo tem a mesma opinião. "A divisão digital existe. Se não quiser chamá-la assim, também se pode falar em desigualdade econômica. É a mesma história de sempre", explica Ken Eisner, diretor-executivo de operações da companhia sem fins lucrativos One Economy, encarregada entre outras coisas de oferecer conexão à rede para minorias pobres. "A Internet é o novo espaço público. Não ter acesso à rede em muitos casos não é uma questão de se viver em um lugar ou outro. É uma questão de pobreza, de subdesenvolvimento urbano ou rural", acrescenta.


Um de seus últimos projetos é oferecer acesso à banda larga para mais de mil famílias em Washington, através da operadora de telefonia e Internet Criket e com a ajuda de Google e Qualcomm. Até agora realizaram projetos semelhantes em outros estados, nas áreas rurais da Califórnia, Carolina do Norte, Virgínia Ocidental ou Missouri. Recentemente a One Economy iniciou programas semelhantes em grandes cidades como Washington.


"Por cada acesso à rede que oferecemos estamos dando a uma criança os meios necessários para ter um trabalho digno", explica Clyde Edwards, diretor da One Economy e coordenador de seus projetos locais na área metropolitana de Washington. "Trabalhamos para que todas as crianças pobres de hoje possam sonhar com ser os criadores do Facebook ou do Google de amanhã. Queremos levar a Internet a todos os lugares possíveis."


É um sonho que muitos outros compartilham. Há conexões com a rede mundial em lugares nunca antes imaginados, como o pólo sul, na Estação Amundsen-Scott, ou a bordo do ônibus espacial da Nasa. Diversas iniciativas tentaram levar a Internet a lugares extremamente remotos. Muitas vezes com êxito, como demonstra o caso de Entasopia, no Quênia, uma aldeia de 4 mil habitantes à qual o Google, através de um convênio com a Universidade de Michigan, levou a banda larga no ano passado através de uma conexão satélite alimentada por painéis solares.


O sonho de um mundo totalmente conectado parece se tornar realidade aos poucos, a cada dia. As novas gerações quase já nascem conectadas à rede. Só o tempo e a sucessão de gerações demonstrarão se a Internet é capaz de reduzir as desigualdades ou se realmente ajuda a combatê-las.



Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Mercenários dos EUA estão de olho no Haiti

Este é o lado nada charmoso do esforço de reconstrução.
As empresas privadas para poder investir na reconstrução e poder assegurar seu patrimônio físico usarão, com bastante freqüência, este tipo de serviço.


A notícia do link pode parecer fora de propósito, mas ocorre com freqüência maior do que nós, aqui, podemos entender.

Um pequeno detalhe neste contexto: Via de regra o Congresso americano autoriza esta categoria de "contractors" atuando ao lado das Forças de Paz ou de Estabilização (vide Iraque e Afeganistão).


By the way:  A maioria do Congresso, hoje, é democrata, do partido do homem que veio para mudar a truculência deixada por Bush.

Mercenários dos EUA estão de olho no Haiti

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A prioridade número um

Fico pensando no que falta.

Relembrando:
Temos 95% de residências com televisões; 98% com rádios; jornais custando 30 centavos nas grandes cidades. Há, ainda, um considerável parâmetro de 160 linhas de telefones celulares em uma sociedade de quase 200 milhões de habitantes. Investimentos em inclusão digital, distribuição ampliada de livros didáticos, enfim, meios e ferramentas disponíveis.

A propósito dos recursos, quem quiser pode comprovar que desde o Gov Sarney, Educação e Saúde são os segmentos que sempre tiveram, ao longo do ano fiscal, a menor incidência de contingenciamento o que perfaz um repasse líquido bem maior que todos os demais ministérios.

O que falta, então?
Tenho plena consciência que isto é um problema de sociedade, antes mesmo de ser de governos das três esferas, municipal, estadual e federal.


Talvez nossa mania de delegar a cobrança por resultados, por não gostar de ir à reuniões nas escolas, ou de não comparecer nas Secretarias de Educação. Votamos, esquecemos e queremos resultados. Assim não vai funcionar nunca.

Os problemas de Educação estão muito bem ilustrados na reportagem para qual o link os remete. Junte-se a isto ainda termos 13% de estradas em condições de oferecer trânsito de bens e de serviços, uma forte impedância de acessibilidade física bem como de energia elétrica e de telecomunicações. Há, também, 38 % de carga tributária e 35% de mercado informal.

Será que, de fato, seremos quinta economia em 2016?
Sendo realista e não pessimista: Eu duvido. Seja com Dilma, Madre Teresa de Calcutá, o Papa ou qualquer outro emérito íncone, lá não chegaremos.


Queridos amigos leitores, encareço que vocês coloquem os grande objetivos nacionais nas suas conversas corriqueiras. Não se trata de discutir política/politicagem e sim avaliar saídas para nosso país. Se continuarmos achando que isto é problema dos políticos e não nossos, de que não há mais jeito e que está tudo dominado, seremos, sempre e eternamente, o páis do futuro sem, mesmo sentado em riquezas minerais, jamais chegarmos lá. Pense nisto.


Haiti: la recuperación y la reconstrucción




Amigos, hoy en día Haití es un ejemplo para el mundo en varios aspectos. Hay mucho que aprender en un país donde su capacidad económica y la sustentabilidad social es altamente dependiente del exterior a causa de lo que le ocurrió en tiempos de conflicto y la persecución.

En particular, el ex dictador ordenó la quema de bosques y plantaciones a fin de que los rebeldes no podrían ocultarse, por lo que la agricultura y la ganadería, hasta hoy em dia, sufrió un impacto enorme.

Cualquier cosa que puede ser producido por la economía haitiana se hace en otras partes del mundo de forma más eficiente.

Las vías de acceso son difíciles de la construcción y mantenimiento y se dañan cuando se producen a causa de las tormentas tropicales y los terremotos que son muy comunes en el Caribe.

Por la misma razón, vemos que las líneas de transmisión eléctrica de alta tensión o de baja no es factible. El derivado, el sistema telefónico y de telecomunicaciones también está restringido.

Hay que entender y aceptar que la reconstrucción de Haití requiere de dinero. La gente del extranjero permite que el dinero de sus presupuestos están empleados em esta ayuda. Debido a que hay problemas históricos, no sólo en el país, pero los organismos que prestan ayuda humanitaria, es claro que para sostener este tipo de la llegada de los recursos no sea sin las “terribles” auditorías.

Entra en escena la figura de la libre determinación y la soberania (utilizadas de manera equivocada y demagógica). El país tiene un Congreso, un poder judicial y un ejecutivo que legislar a nivel nacional y permitir o no la aplicación de leyes extranjeras en su ámbito de aplicación es su función constitucional.

También está el límite de aplicación de recursos públicos por las leyes de cada país donante. Entonces por lo que en el mediano y más largo plazo lo que queda para mantener a la reconstrucción de Haití es una iniciativa privada. Estos, a su vez, se rigen por sus accionistas antes de establecer los parámetros para la inversión de los fondos perdidos. Para ambas situaciones, las inversiones públicas o privadas uno tiene que entender y aceptar y permitir auditorías para controlar la asignación de recursos para llegar a este país.

Lo siento, profundamente, que es sólo nuestro país en el frente para el uso de esa tragedia para capitalizar en torno a las campañas electorales. Los términos de lo mandato de la ONU debe ser modificado y adaptado a las nuevas realidades como son la única garantía de que los inversores y los donantes para el uso juicioso de la ayuda financiera para los más necesitados.

Si no es esto, los inversionistas extranjeros no aceptan el riesgo y el país será entregado, en el tiempo, a sus propia suerte.

O resgate e a reconstrução




Amigos, o Haiti hoje é um exemplo para o mundo em diversos aspectos. Muito há o que se aprender em um país onde sua capacidade de produção econômica e sustentabilidade social é extremamente dependente do exterior em função do que lhe aconteceu nos períodos de conflitos e perseguições.

Neste particular o antigo ditador determinou a queima de florestas e plantações para que os rebeldes não pudessem se esconder. Ainda, determinou que o solo recebesse sal para impedir o crescimento de qualquer tipo de gramínea ou arbustos, assim, a agricultura e a pecuária sofreram enormes impactos.

Toda e qualquer coisa que possa ser produzida pela economia haitiana é feito em outras partes do mundo de forma mais barata e eficiente.

As vias de acesso são de difícil construção e de manutenção e quando acontecem sofrem danos por causa das tempestades tropicais e tremores de terra muito comuns no Caribe.

Pelo mesmo raciocínio vê-se que linhas de transmissão de energia elétrica de alta ou de baixa voltagem se inviabilizam. Como derivado, o sistema de telefonia e de telecomunicações também é restrito.

Há que se entender e aceitar que a reconstrução do Haiti requer dinheiro de fora. Sendo de fora, cidadãos permitirão que o dinheiro de seus orçamentos públicos sejam empregados. Como há histórico de desvios não só no país mas nos órgãos que prestam o apoio humanitário, claro está que para amparar tal ingresso haja auditorias.

Entra no cenário a figura da auto-determinação e da soberania. O país tem um Congresso, um Judiciário e um Executivo que legislam domesticamente e permitem ou não a aplicação de leis externas em seu âmbito.

Há, também, o limite deste provimento de recursos públicos por legislações de cada país doador, assim, em médio e em logo prazo o que resta para se manter a reconstrução do Haiti é a iniciativa privada. Estas, por sua vez, são reguladas por seus acionistas antes mesmo de estabelecerem parâmetros para se investir a fundos perdidos. Para ambas situações, investimentos públicos ou privados há que se permitir auditorias para se acompanhar a destinação dos recursos que chegam àquele país. É neste momento que o circo midiático, doméstico e internacional, ganha vulto. Se não houver maturidade e espírito público dos representantes institucionais daquele país reconhecento a excepcionalidade do controle externo dos recursos aplicados na reconstrução e na reintegração daqueles cidadãos à vida produtiva do país não só os recursos e resultados serão retardados como, também, haverá um enorme estímulo à deixar o país à sua própria sorte.

Lamento, profundamente, que seja logo o nosso país a sair na frente para o uso daquela tragédia para se capitalizar em torno de campanhas eleitorais. Os  mandatos precisam, sim, ser modificados e adaptados às novas realidades pois eles são a única garantia que os investidores e doadores terão da judiciosa aplicação da ajuda financeira para aqueles que mais precisam.

O link abaixo aponta uma boa análise sobre este problema.


O resgate e a reconstrução

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Metáforas futebolísticas e cidadania: O caso do Botafogo.

Apenas para reforçar nossa maneira morena de gerenciar grandes e sustentáveis projetos.
Achamos uma saída imediata para desafios ou empecilhos que não conseguimos, sequer vislumbramos, ultrapassar.

Seguem, a propósito, dois links.

Botafogo demite Estevam após goleada

Metáforas futebolísticas e cidadania

Envelhecimento europeu traz problemas para governo e economia

Este é um tema que precisa ser encarado de imediato.


A longevidade causa bons e maus impactos sociais e econômicos e precisamos estar à frente desta perspectiva.

O texto é longo, contudo sublinha uma série de fatores que devem ser considerados por gestores públicos em termos de longo prazo.

Deixando-se, momentaneamente, a questão da imigração e absorção de grupos islâmicos com eventuais radicais em seu bojo, o tema, sob o ponto de vista gerencial é estimulante e vale a pena ler e guardar a reportagem.

Em termos de provimento de infra-estrutura, a começar pela acessibilidade, o ir e vir do idoso. 

Apesar de longevo há que se considerar calçadas, ruas, vias, acessos, elevadores, corrimões, posição, altura e proteção de tomadas, fios, nas residências e lojas.

O treinamento para se atender esta parcela da população com restrições nos sentidos, visão, audição, tato (equilíbrio) etc.

O custo das clínicas e equipamentos quando promovidos pelo SUS, SAMU etc.
Terapias ocupacionais em casas, igrejas, empresas etc etc. Turismo para terceira idade.

Aumento de demanda de especialistas em saúde para a terceira idade: odontologia, psicologia, ortopedia, nutrição, etc etc

O impacto nas arrecadações de impostos e o acompanhamento das destinações.
Enfim, amigos, tenho acompanhado o tema há algum tempo.

Ao mesmo tempo que vejo desafios também vejo oportunidades.
Há muito o que se discutir, refletir e avaliar.




Envelhecimento europeu traz problemas para governo e economia

Cox News Service
Shelley Emling
Em Piazze, Itália
Numa quente e úmida noite de sábado nessa tranqüila cidade da Toscana, são os mais velhos, e não os adolescentes, que se reúnem na rua principal.

Apelidados de "brigadas de bengala" pelos moradores, esses esquadrões de homens e mulheres grisalhos rotineiramente se encontram para conversar - e não só no sábado à noite.

Piazze representa uma realidade que desafia a Itália e outros países europeus cujas taxas de fertilidade caíram muito nas últimas décadas.

A maior parte da Europa está envelhecendo, gerando uma onda de problemas sociais e econômicos.
Menos jovens significa que haverá menos trabalhadores para sustentar as pensões dos aposentados que vivem muito, colocando um peso severo sobre as economias da Europa.

A bomba-relógio demográfica está pressionando os governos para reformar seus tão apreciados planos de aposentadoria, uma tarefa difícil em meio à crise global.

Piazze, cidade de 800 habitantes, está criando mais imóveis residenciais de baixo custo na esperança de atrair famílias jovens de imigrantes.

Talvez a única vantagem do envelhecimento da população, diz o prefeito Roberto Caldesi, 62, é que praticamente não há desemprego. Aqueles que não estão trabalhando, normalmente "não podem por causa da idade ou por incapacidade física".

Mas o lado ruim para Piazze e outras centenas de cidades e vilas como ela em toda a Europa é a possibilidade bastante real de declínio econômico e mudanças demográficas dramáticas.

"Os governos não podem sentar e esperar", diz Stijn Hoorens, pesquisador da Rand Europe, um grupo independente de pesquisa política em Cambridge, Inglaterra. "Se as taxas de natalidade continuarem muito baixas, e nenhuma medida for tomada, o setor público poderá eventualmente ir à bancarrota."

A Itália tem a população mais velha da Europa - cerca de 20% das pessoas têm 65 anos ou mais - e a Alemanha está bem próxima em segundo lugar.

A população dos Estados Unidos também está envelhecendo. Cerca de 12% dela tem 65 anos ou mais, um número que crescerá para 20% dentro dos próximos 20 anos, de acordo com o Departamento de Censo dos EUA. Estima-se que número de habitantes com 85 anos ou mais deverá triplicar até 2050, para 19 milhões.

Ao mesmo tempo, estudos mostram que as taxas de natalidade na Itália e em muitos outros lugares da Europa, sobretudo a Espanha e a Europa Oriental, caíram para menos de 1,3 nascimentos por mulher, um "sinal de alerta" de que a taxa está tão baixa que poderia fazer com que a população do país caísse pela metade em 45 anos.
Uma taxa de 2,1 é amplamente considerada como uma "taxa de substituição", o número médio de nascimentos necessários por mulher para manter o nível atual da população de um país. A taxa de fertilidade nos Estados Unidos é de 2,1.

Um estudo do Rand Europe faz uma previsão ameaçadora de que haverá 30 milhões a menos de europeus com idade para trabalhar em 2050.

"Ao mesmo tempo, a aposentadoria aumentará ao longo das décadas conforme o número de pessoas de 80 e 90 anos cresce dramaticamente", diz.

Em outras palavras, a proporção entre trabalhadores e aposentados na Europa deve mudar aproximadamente de 4:1 para 2:1 até 2050.

A imigração pode atenuar a demanda por trabalhadores, mas não irá reverter a tendência de envelhecimento da população.

As tensões entre nacionalistas europeus e minorias muçulmanas cresceram nos últimos anos à medida que o medo do extremismo do Islã levou à adoção de políticas antiimigração mais rigorosas em vários países. Em geral, uma desconfiança cada vez mais profunda divide as populações locais e isola as comunidades muçulmanas.

"O número cada vez maior de migrantes necessários para compensar essa tendência seria inédito na história da Europa", disse Hoorens. "E considerando o clima sócio-político de hoje na Europa; é muito pouco provável que essa seja considerada uma opção viável."

Alguns especialistas fazem uma previsão sombria de que não tardará para que a Europa se transforme num lugar destituído de etnias gregas ou italianas, mas repleto de imigrantes muçulmanos que irão alterar para sempre as culturas nacionais tradicionais do continente.
A cidade de Veneza já perdeu mais da metade de sua população desde 1950; a pequena Letônia perdeu 13% de sua população desde 1989.

"A menos que corrija o curso durante os próximos cinco a dez anos, a Europa do final deste século será como um continente devastado pela bomba de nêutrons: os grandes edifícios continuarão em pé, mas as pessoas que os construíram terão ido embora", escreveu o conservador Mark Steyn em seu livro campeão de vendas "America Alone".

As causas por trás do declínio das taxas de fertilidade são muitas, mas a mais óbvia foi a introdução em massa de métodos contraceptivos em meados do século 20.

Outros fatores também estão em jogo, incluindo o aumento do número de mulheres mais velhas que têm seu primeiro filho.

Famílias com filhos únicos tornaram-se norma na Itália, país que incentiva as crianças e onde cada vez mais mulheres estão evitando ter filhos até depois dos 40 anos, até que atinjam uma estabilidade financeira, explica Francesco Billari, demógrafo da Universidade Bocconi, em Milão.

A Itália está na frente de todas as nações desenvolvidas no que diz respeito ao número de mães com 40 anos ou mais que têm seu primeiro filho, disse.

Billari também disse que a postergação da fertilidade é mais pronunciada em sociedades onde os jovens têm dificuldades de se emancipar e sair da casa dos pais.

Estudos mostram que mais de um terço dos homens italianos vivem com os pais pelo menos até os 30 anos, principalmente por causa dos custos extremamente altos dos imóveis e das restrições do mercado de trabalho.
A França teve sucesso em promover a natalidade. Ela implantou medidas de isenção de impostos e transportes e outros incentivos como parte de uma política pró-nascimentos que resultou na maior taxa de natalidade da Europa - duas crianças para cada mulher em idade reprodutiva.

Porém, os especialistas afirmam que muitos outros países europeus ainda precisam confrontar totalmente a realidade da redução das forças de trabalho que tentam sustentar as populações em envelhecimento.
Carl Haub, demógrafo do Escritório de Referência em População em Washington (EUA), disse que mais governos europeus estão começando a considerar o aumento da idade para a aposentadoria, mas é uma idéia que "irá encontrar uma resistência grande".

Os países europeus têm tentando emendar a situação com novas leis previdenciárias. No entanto, muitas medidas de reforma foram suspensas ou postergadas por conta da oposição dos sindicatos.

O presidente francês Nicolas Sarkozy quer que as pessoas trabalhem 41 anos antes de se qualificar para uma aposentadoria completa, em vez dos atuais 40 anos.

Entretanto ele concordou em manter a idade mínima para a aposentadoria em 60 anos apesar de muitos países vizinhos, incluindo a Grã-Bretanha, terem-na aumentado para 65.

A Itália concordou em aumentar sua idade mínima de aposentadoria para 60 anos em 2009, e depois decidiu postergar a decisão até 2017.

A Alemanha aumentou sua idade oficial de aposentadoria de 65 para 67 anos, mas suspendeu por um ano o plano para reduzir o aumento anual das pensões.

Os europeus estão acostumados a se aposentar cedo. De acordo com uma pesquisa recente, apenas 60% dos homens entre 50 e 64 anos na França ainda trabalham.

De certa forma, os desafios da Europa são diferentes dos que enfrentam os Estados Unidos. O aumento dos custos de uma sociedade americana envelhecida estão relacionados com o crescimento dos gastos com saúde, enquanto os problemas na Europa são mais diretamente relacionados à mudança demográfica.

Outra diferença: os gastos com aposentadorias na Europa geralmente representam uma fatia muito maior da economia total do que nos Estados Unidos.

Na França, por exemplo, os custos das aposentadorias pagas pelo Estado em relação ao produto interno bruto estão crescendo e atingirão 14,8% em 2050, comparados aos 13,3% de hoje - mais do que o dobro do que a economia dos EUA destina ao pagamento de planos de aposentadoria federais.

Mas os custos do governo estão sendo aliviados de certa forma pelo sucesso de planos de aposentadoria privada relativamente novos em alguns países.

Em 2001, a Alemanha introduziu um sistema de redução de impostos para encorajar as pessoas a guardar dinheiro para suas próprias aposentadorias. Mais de 11 milhões de alemães estão participando, excedendo as expectativas anteriores à implantação do plano.

A Suécia também obteve sucesso. Os empregados contribuem com 18,5% de seus rendimentos para o sistema previdenciário, incluindo 2,5% em investimentos em ações e fundos administrados pela iniciativa privada escolhidos pelo trabalhador.

Mesmo assim, Monika Queisser, especialista em aposentadoria na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico em Paris, disse que os países europeus precisam fazer mais.

"Muitos países introduziram reformas na previdência, mas em muitos casos essas reformas são feitas em fases, de forma lenta, e a aposentadoria precoce ou com benefícios relativamente altos ainda será possível durante muitos anos", disse.

E Queisser diz que as reformas na previdência por si só não são suficientes para enfrentar os desafios proporcionados pelas populações em envelhecimento. Os países precisam mobilizar reservas em seus mercados de trabalho para manter os padrões de vida das sociedades com grandes proporções de idosos, diz.

Isso significa ajudar grupos sem representatividade a encontrar empregos, incluindo "mães que não trabalham, pessoas desempregadas há muito tempo, jovens, ou deficientes que são capazes e desejam trabalhar", concluiu.

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Elección en Chile desde Brasil

Estimados amigos, esta noticia presenta una parte de las verdades.


Como nos especializamos en seguridad y defensa para que podamos analizar los problemas socioculturales, políticos y económicos son fundamentales un mejor entendimiento para mirar cualquier fenómeno social y económico.


Que goza de la popularidad de 80% es ciedadano Lula, y no los demás del equipo o programas de gobierno, tanto es así que en Sao Paulo, cuna del presidente Lula, el candidato de su partido pierde, por mucho, por el candidato de la oposición. Pocos dirigentes del PT, el partido del presidente, están bien en las calificaciones de sus gobiernos.


Dado que los proyectos de largo plazo, y los objetivos sociales y económicos, aquí todavía necesita muchas mejoras, por ejemplo, y tuvimos un serio problema de gestión de crisis energética destacando la candidata actual, que hizo la presente critica en el enlace, cuando se desempeñó en el Ministerio de Minas y Energía durante casi cuatro años.


Independientemente de quién sea Presidente, en Brasil, los problemas son difíciles de resolver, especialmente en educación y salud. Así, las noticias a partir de ahora son meras acciones de marketing político.
En la medida en que sean publicados voy a actualizar ustedes.


Brasil: candidata oficialista alerta sobre elección en Chile


VEJA: O outono dos magnatas

Amigos, fiz questão de postar esta reportagem da EXAME na íntegra por considerá-la o que chamamos de "fato portador de futuro".


Considerem, também, que em nosso país já temos 95% de residências com televisões, 98% com rádios, jornais chegam a custar 30 centavos em grandes cidades, aparelhos celulares que transmitem imagens de televisão, com 160 linhas de telefones celulares em um país de quase 200 milhões de pessoas e um forte esforço do governo para diminuir a exclusão digital com "lan houses" surgindo com velocidade (nem sempre qualidade) nos bairros das cidades pequenas.


O acesso do cidadão brasileiro à mídia digital está crescendo e, em função do exposto abaixo, haverá uma forte tendência do que o que venha a ser de qualidade venha perder espaço para esta fabulosa quantidade de novos entrantes no universo midiático.


Como nossa intenção é discutir grandes projetos e futuro de nossa sociedade, convém, também, ao ler a reportagem, lembrar das matérias acerca da baixa qualidade de Educação que evidencia-se ultimamente. A mídia é a mais poderosa ferramenta de Educação complementar da sociedade.


Vamos acompanhar o assunto e discutir neste espaço.

Vejam, também, após a leitura da reportagem abaixo,  O culto do amador.

O outono dos magnatas


http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0960/outono-magnatas-527640.html


Em 1999, em meio à euforia causada pela expansão da internet, o controlador do New York Times, Arthur Sulzberger Jr., não se conteve ao avaliar as transformações que o admirável mundo novo das comunicações causaria em empresas como a sua. “É maravilhoso”, afirmou ele. O número de leitores dispararia, atraindo os anunciantes. Os custos, por outro lado, despencariam. Jornais e revistas americanos receberam a nova era de braços abertos e com sites gratuitos, mas a avaliação de Sulzberger se provou dramaticamente equivocada. Sim, a chegada da internet baixou custos e aumentou o número de leitores: mas foi exatamente essa combinação que atraiu centenas, milhares de novos competidores, todos eles ávidos por dividir o bolo publicitário da internet com as marcas tradicionais. O resultado da história é conhecido. Jornais e revistas americanos vivem a maior crise de sua história. E tratar a internet como amiga foi um dos maiores erros de empresários como Sulzberger.


A decadência das maiores empresas de mídia do mundo na última década é dissecada no livro The Curse of the Mogul (“A maldição do magnata”), escrito pelos coautores Jonathan Knee, Bruce Greenwald e Ava Seave. Knee é um banqueiro de investimentos, Greenwald é professor de finanças da Universidade Columbia e Seave é consultora. Segundo eles, de 2000 a 2009, os maiores conglomerados de comunicação do planeta perderam cerca de 200 bilhões de dólares, numa incrível destruição coletiva de patrimônio. Por trás disso está uma combinação de aquisições equivocadas, ambição exagerada e um estilo de gestão imperial que não coloca a eficiência em primeiro lugar. “A magnitude dessas perdas também reflete o nível de desespero com que os magnatas da mídia encararam novos competidores, novas tecnologias e o novo consumidor”, escrevem eles. Claro, ser sócio dos magnatas nessa empreitada foi um péssimo negócio. Entre 1995 e 2005, as empresas de mídia deram um terço do retorno do índice S&P 500, que reúne as maiores empresas americanas.


A essência da maldição dos magnatas é a desastrada reação às mudanças tecnológicas dos últimos 20 anos. A principal consequência dessas mudanças foi a destruição das barreiras à entrada de novos competidores. Antes da internet, o custo de impressão era uma brutal barreira para quem quisesse ter o próprio jornal; na internet, esse empecilho não existe. A meia dúzia de editores do agregador de notícias The Huffington Post consegue uma audiência maior que a do portal do tradicional Washington Post. No mercado de televisão, acontece fenômeno semelhante - a explosão dos canais a cabo e dos sites como o YouTube erodiu a audiência das grandes redes americanas. E por aí vai, da música a Hollywood.


Para os autores, a resposta imediata à crise causada pelas mudanças tecnológicas deveria ter sido um salto de eficiência. Uma empresa que não é protegida por barreiras torna-se extremamente vulnerável, afirmam eles, e a solução para tentar manter os lucros dos velhos tempos é investir tudo na rentabilidade do negócio. Mas não foi o que aconteceu. As empresas de comunicação acabaram sendo vítimas de quatro mitos que orientaram a estratégia dos magnatas na última década. O primeiro é o mito de que o conteúdo é rei: a verdadeira fortaleza de uma companhia de mídia é o talento das estrelas que produzem seu conteúdo (atores, diretores, apresentadores de TV). De acordo com essa tese, um estúdio de cinema não pode ser administrado como se fosse uma fábrica, com metas de produtividade, já que George Clooney e Oprah Winfrey não são simples operários. O resultado, dizem os autores, é muito dinheiro no bolso dos artistas e nenhum retorno para os acionistas. O segundo é o mito de que a empresa de um magnata digno do título precisa crescer de maneira acelerada. Muitas vezes, no entanto, crescer significa jogar dinheiro fora: os jornais regionais americanos são muito mais rentáveis que seus pares nacionais, como o New York Times e o USA Today. O terceiro, consequência do segundo, é o mito de que é preciso buscar crescimento em outros países e construir uma empresa de mídia global. Finalmente, os magnatas foram vítimas do mito de que a revolução tecnológica representava a maior oportunidade de crescimento de suas carreiras.


ASSIM, EM VEZ DE ADMINISTRAR custos e tornar suas operações mais eficientes, os magnatas decidiram dobrar a aposta, partindo para a maior onda de aquisições da história do setor. O discurso feito após cada uma dessas mega-aquisições era impregnado pelos mitos descritos acima. A fusão de AOL e Time Warner, talvez o maior fiasco empresarial da história recente, foi anunciada como o início de uma nova era. O negócio criaria 1 bilhão de dólares em sinergias entre os títulos da Time Warner e os sites da AOL, mas as sinergias nunca vieram. Ted Turner, então maior acionista da Time Warner, perdeu 8 bilhões de dólares de seu patrimônio em menos de três anos. A lista de aquisições desastradas é enorme (Vivendi-Universal, Viacom-CBS, Comcast-AT&T são algumas das principais). Essas transações, sempre caríssimas, criaram monstrengos, conglomerados que não trouxeram as sinergias prometidas entre as diferentes unidades de negócios. As uniões acabaram desfeitas anos depois. “Todas acabaram em lágrimas, pelo menos para os acionistas das empresas compradoras”, escrevem os autores.


Felizmente, Knee, Greenwald e Seave encontram espaço em seu livro para explicar por que alguns magnatas se destacam entre seus pares como gestores geniais. O principal deles é Michael Bloomberg, fundador da agência de notícias Bloomberg e atual prefeito de Nova York. Exsócio do banco de investimento Salomon Brothers, Bloomberg criou um império que tem tudo aquilo que os autores consideram essencial para uma empresa de mídia saudável - em resumo, ele sabe muito bem de onde vem o dinheiro, e conseguiu criar um exército de clientes fiéis. Seus terminais de computadores se tornaram indispensáveis para qualquer operador de mercado, e todos os outros negócios da empresa giram em torno dessa atividade principal. A recente aquisição da revista de negócios Business Week mostra como Bloomberg é diferente de seus pares: enquanto outros magnatas costumam pagar caro por empresas da moda, a Bloomberg pagou estimados 5 milhões de dólares pela revista, que passa por uma crise. Caso o negócio dê errado, o efeito para a saúde financeira da companhia, que vale cerca de 22 bilhões de dólares, será irrisório. Para os autores do livro, Bloomberg é o magnata ideal. O australiano Rupert Murdoch é o segundo da lista. Apesar de sofrer de alguns dos males que afligem seus concorrentes (o gosto por aquisições caras é um deles), Murdoch preza a eficiência operacional e, assim, sua News Corp. costuma ser o mais rentável dos conglomerados de mídia.


Após os fracassos da última década, os magnatas da comunicação parecem ter aprendido uma lição ou outra. A atitude em relação à internet mudou, e a postura de empresários como Murdoch e Sulzberger é muito mais belicosa - o dono da News Corp. declarou guerra ao Google no ano passado e prometeu fechar o conteúdo de seus sites em 2010. O New York Times deve seguir caminho semelhante. As fusões da última década estão sendo desfeitas. No ano passado, a Time Warner se desfez da AOL e de sua operadora de TV a cabo. Mas, ao mesmo tempo, há sinais de que os antigos hábitos não morrerão tão rápido assim. No fim do ano passado, a operadora de TV a cabo Comcast comprou o controle da rede americana NBC. A transação avaliou a NBC em 30 bilhões de dólares. Para os autores, as empresas vencedoras daqui para a frente serão menores e mais eficientes. Conglomerados complexos e sem foco continuarão perdendo. Cabe aos acionistas - aqueles que perderam 200 bilhões de dólares na última década - definir se darão ou não mais um cheque em branco para os magnatas. “No fim das contas”, concluem eles, “cada acionista tem o magnata que merece.”

Haiti: Brasil e EUA voltam a divergir

Amigos, há tanta coisa importante para ser noticiada, tantas experiências que podem advir desta catástrofe, seja para antecipar a mitigação de desastres naturais seja para aprender acerca de reinserção de pessoas na sociedade, sendo estes objetivos complexos, que precisam ser bem conduzidos e todos os problemas de percurso bastante esclarecidos e colocados aos leitores do mundo de forma clara.


Somente a mídia, neste trágico momento, tem condições de espalhar seus vetores no seio da população e dos locais de mais difícil acesso para acompanhar os trabalhos de ajuda humanitária, ouvir os atendidos, sugerir correção de eventuais problemas e divulgar o que realmente interessa.


O dano já ocorreu e pode-se aproveitar o que está acontecendo para ajudar os países no mundo para se prepararem para outras tragédias, onde se dar prioridade para investir, processos de preparação de mitigação, caminhos legais para se receber e liberar recursos e quem melhor os receberá, como aplicará e controlará o dinheiro dos outros que vem em auxílio.


Neste momento somente a mídia pode fazer este bom trabalho. Mas veja o que a nossa mídia está fazendo: Perdendo um precioso tempo em gerar factóides e o que segue abaixo é um deles.
Que desperdício de tempo e de talento. Aliás, que vergonha.


Brasil e EUA voltam a divergir


Em ação conjunta, militares trocam farpas sobre comando de missão
Leandro Colon
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100125/not_imp500891,0.php


O primeiro encontro oficial entre tropas brasileiras e americanas no Haiti deu o tom do clima de divergência entre as duas partes. Sobraram trocas de recados. O general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, chefe militar da missão da ONU no país, reforçou que a ajuda aos haitianos - incluindo a segurança - é liderada pela Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), cujo maior contingente é do Brasil. "Cada parte é muito bem definida, por meio de protocolo de entendimento, assinado pelas duas partes, o que nós faremos aqui", afirmou. 


Ao seu lado, o general Ken Keen, que lidera as forças dos EUA, deixou claro que não há subordinação à ONU e avisou que não há prazo para deixar o país. "O presidente Barack Obama nos mandou para cá para dar assistência ao governo do Haiti e estaremos aqui até quando eles precisarem", afirmou. Questionado sobre as pretensões dos EUA em assumir a segurança, Keen foi enfático: "Isso é ridículo." Segundo ele, há 3,7 mil soldados americanos em terra hoje no Haiti. Oficialmente, cabe aos EUA apenas a tarefa de ajuda humanitária. 


Os militares dos dois países se juntaram ontem para distribuir 13 toneladas de comida e 15 mil litros de água em Cité Soleil, região mais pobre da capital. O cenário de entrega de comida era tipicamente haitiano: fumaça, casas de lona, lixo a céu aberto, porcos e seres humanos dividindo o mesmo espaço. Entre os soldados de cada país, poucas palavras. Os americanos não falavam português, e a maioria dos brasileiros apenas arriscava algumas palavras em inglês. 


Enquanto isso, o general Floriano Peixoto percorreu a favela com o colega Ken Keen. Abordados pelos jornalistas, buscaram a cordialidade, mas não conseguiram disfarçar a divergência de conceito hierárquico na ação no Haiti. Uma jornalista questionou o general Floriano, na presença de Keen, sobre a polêmica em torno da segurança. Peixoto irritou-se, lembrou que há um acordo de tarefas e posicionou-se: "Eu sou o responsável pela parte militar da Minustah." Em seguida, tentou amenizar a crise diplomática: "O relacionamento é extremamente positivo." O discurso de Peixoto tem sido semelhante ao do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. Em visita ao Haiti no sábado, Amorim voltou a valorizar a posição majoritária do Brasil no país. Apesar de afirmar que se reporta apenas ao governo do Haiti, o general americano disse que os EUA são parceiros do Programa Mundial de Alimentos (WFP) da ONU. "Sem esta colaboração, não estaríamos aptos a fazer chegar a ajuda", afirmou Ken Keen, que elogiou as tropas brasileiras. "O Brasil tem bons soldados, extremamente profissionais. Estão entre os melhores do mundo", disse ele, que já morou no País.
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