quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA NA ACÁDIA....

 




Carlos Alberto Tavares Ferreira


Os acadianos, sob o reinado de Sargão da Acádia no final do 3º milênio a.C., adotaram o sistema de escrita cuneiforme desenvolvido pelos sumérios. 


Embora originalmente criado para o idioma sumério, os acadianos adaptaram essa escrita para sua própria língua semítica, permitindo uma maior padronização administrativa e cultural em seu vasto império. 


A escrita cuneiforme foi utilizada em uma ampla variedade de documentos, desde simples registros contábeis, como inventários de mercadorias e transações comerciais, até textos religiosos, jurídicos e complexas descrições de observações astronômicas.


Essas observações astronômicas se tornaram particularmente importantes, influenciando o desenvolvimento da astronomia na Babilônia posterior. 


Entre os textos mais complexos estão tratados sobre o movimento dos astros, calendários lunares, e previsões astrológicas, refletindo uma forte ligação entre o conhecimento astronômico e a religião na antiga Mesopotâmia. 


O domínio da escrita cuneiforme pelos acadianos foi fundamental para a continuidade e expansão da cultura escrita mesopotâmica.


FONTES:

Bottéro, Jean. Mesopotamia: Writing, Reasoning, and the Gods. University of Chicago Press, 1995.

Michalowski, Piotr. "Sumerian and Akkadian in the Third Millennium." In Civilizations of the Ancient Near East, edited by Jack Sasson, Scribner, 1995.

Rochberg, Francesca. The Heavenly Writing: Divination, Horoscopy, and Astronomy in Mesopotamian Culture. Cambridge University Press, 2004.

Imagem gerada por I A.

O mosaico do Rio Nilo

 


Por Carlos Alberto Tavares Ferreira  LinkedIn


O famoso Mosaico do Nilo de Palestrina é um mosaico helenístico tardio que representa o Nilo em sua passagem do Nilo Azul para o Mediterrâneo. 

O mosaico fazia parte de uma gruta-santuário clássica em Praeneste, uma cidade a leste da Roma Antiga, no centro da Itália. 

Ele fornece um vislumbre do fascínio romano pelo exotismo egípcio antigo no século I aC








domingo, 22 de setembro de 2024

Roger Bacon e a fibra de carbono

 



Carlos Alberto Tavares Ferreira  por LinkedIn


A história da fibra de carbono é um relato de inovação na ciência dos materiais, que revolucionou inúmeras indústrias desde a sua invenção. 

Este material leve e extremamente forte encontrou aplicações em aeronáutica, automotiva, esportes e muito mais. 

A fibra de carbono foi desenvolvida pela primeira vez na década de 1950 por Roger Bacon, um cientista americano que trabalhava no Parma Technical Center da Union Carbide Corporation.

 Bacon foi pioneiro na produção de fibras de carbono a partir da decomposição térmica de filamentos de rayon e poliacrilonitrilo (PAN). 

Em 1958, Bacon criou as primeiras fibras de carbono utilizando um método conhecido como "grafitização", que implicava aquecer o material precursor a temperaturas muito altas para convertê-lo em grafite. 

Estas primeiras fibras de carbono tinham uma resistência incrível e uma rigidez notável, mas a sua produção era cara e limitada.

O verdadeiro avanço na comercialização da fibra de carbono ocorreu na década de 1960, quando os pesquisadores descobriram maneiras mais eficientes e econômicas de produzi-la. 

Entre esses investigadores estava W. Watt, que em 1963, trabalhando para a Royal Aircraft Establishment no Reino Unido, desenvolveu um processo para produzir fibras de carbono de alta resistência utilizando PAN como material precursor. 

O processo de Watt permitiu a produção em massa de fibras de carbono de alta qualidade, abrindo a porta para uso em diversas aplicações industriais. 

A fibra de carbono se destacou por sua combinação única de alta resistência, baixo peso e resistência à corrosão, tornando-a um material ideal para a construção de aviões, carros de corrida, bicicletas e muitos outros produtos. 

A fibra de carbono se tornou um componente essencial na indústria aeroespacial, onde é utilizada na fabricação de estruturas de aviões, foguetes e satélites devido à sua capacidade de suportar cargas altas e temperaturas extremas sem adicionar peso adicional. 

No mundo do automobilismo, a fibra de carbono transformou o design de veículos de alta performance, permitindo a criação de carros mais leves e rápidos com melhor eficiência de combustível. 

Além disso, a fibra de carbono encontrou aplicações na indústria esportiva, desde raquetes de tênis e tacos de golfe até bicicletas e equipamentos de esqui, melhorando o desempenho dos atletas graças à sua leveza e durabilidade. 

Hoje, a fibra de carbono continua evoluindo com novas técnicas de produção e aplicações inovadoras. 

A pesquisa em materiais compósitos continua a progredir, explorando novas maneiras de utilizar este material em uma ampla variedade de campos. 

A história da fibra de carbono e seu inventor, Roger Bacon, é um testemunho do impacto que a inovação em materiais pode ter no progresso tecnológico e na melhoria do dia a dia. 


sábado, 21 de setembro de 2024

OS JAPONESES ADORAM LER LIVROS

 


Contribuição de Carlos Alberto Ferreira, no LinkedIn



Olhando para a Livraria Tsutaya em Nagoya, Japão, você verá como os japoneses se envolvem com a leitura. Eles estão em terceiro lugar no mundo em leitura, atrás apenas da Índia e Israel.

Para se tornar uma nação desenvolvida como é hoje, o Japão encorajou seu povo a ler e fomentou uma cultura de leitura por mais de 300 anos. Durante a era Genroku (1688-1704), eles estabeleceram um sistema de publicação que produzia até 10.000 livros por ano.

A cultura ocidental floresceu no Japão durante a era Meiji. Eles traduziram muitas obras famosas para fins educacionais e montaram bibliotecas em todo o país para atender o público gratuitamente.

Atualmente, o Japão publica 43.000 novos livros todos os anos. A tiragem de cada livro pode chegar a milhões de cópias. Em média, um japonês lê mais de 10 livros por ano.

Os japoneses carregam livros para ler onde quer que vão. Quando viajam, visitam livrarias e compram livros. Isso é diferente de pessoas em alguns países que consideram compras e restaurantes como suas principais atividades durante a viagem.

Ler sobre culturas é sempre admirável. Se você não leu, agora é um bom momento para começar a ler!

terça-feira, 17 de setembro de 2024

O caixão do Rei Tutankhamon

 




O caixão do Rei Tutankhamon

Por Carlos Alberto Ferreira no LinkedIn


O caixão do Rei Tutankhamon é feito de ouro puro, o grau de pureza do ouro dos nossos antepassados não foi atingido pela ciência até o início do século XX.

Um bloco de ouro puro pesa cerca de 110 kg. 

Não há nenhum bloco de ouro tão pesado quanto este na Terra..

Este entrelaçado e embutido muito preciso com turquesa, ágata e todas as pedras preciosas não tem paralelo no planeta...

Nenhum destes milhares de pequenos pedaços de pedras preciosas caiu apesar de permanecer no subsolo em um deserto muito quente por cerca de 3.500 anos...

Esta magnificência, precisão fabulosa e beleza milagrosa não se repetiu em todas as civilizações humanas...

Agora não é possível criar algo assim, por mais moderno que sejam os equipamentos que usam.

Este é o auge do milagre humano e o auge da habilidade manual desde que o primeiro homem pisou a Terra.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Meninos carregando macarrão

 



Por Carlos Alberto Tavares Ferreira LinkedIn


Meninos carregando macarrão para o local de secagem na Itália em 1929. 

Os italianos tradicionalmente secavam o macarrão ao ar livre para preservá-lo por mais tempo. 

O processo de secagem permite que a massa perca a umidade, evitando a proliferação de mofo e bactérias, o que a tornava ideal para ser armazenada e consumida posteriormente. 

Além disso, secar ao ar livre em climas mediterrâneos, como o da Itália, ajudava a garantir que o macarrão secasse de maneira uniforme, mantendo sua textura e sabor. 

Essa prática também era comum em regiões onde o clima era seco e ensolarado, condições ideais para a secagem natural da massa.

Acredita-se que o processo de secagem de massa tenha começado com os árabes, que introduziram o conceito de massa seca na Sicília durante a Idade Média, por volta do século IX. 

Os árabes já tinham o costume de secar alimentos ao sol para preservá-los, e quando trouxeram o conceito de massa para a Itália, essa técnica foi adaptada para a produção de macarrão.

Na Itália, especialmente no sul, onde o clima seco e ensolarado era propício para secagem ao ar livre, a prática foi aperfeiçoada e se tornou parte integral da produção tradicional de massas. 

Ao longo dos séculos, os italianos refinaram essa técnica, tornando a secagem ao ar livre uma característica marcante da produção de macarrão na Itália.

O sabão OMO

 



Por Michel JasperMichel Jasper


Já parou para pensar na origem do nome OMO, aquele famoso sabão em pó que praticamente todo mundo já usou? Pois é, por trás dessas três letrinhas simples existe uma história curiosa.

O nome “OMO” é, na verdade, uma abreviação de Old Mother Owl, que em português significa algo como “Velha Mãe Coruja”. E isso não é só um nome aleatório! A coruja fazia parte da primeira embalagem do produto, dando um toque bem original à marca.

Imagine a cena: as letras O e O do nome eram os olhos da coruja, enquanto o M formava o nariz e o bico.

Uma sacada criativa que trazia personalidade ao produto e, de quebra, associava a marca a algo sábio e protetor, como a própria coruja. 

Hoje em dia, talvez pouca gente se lembre disso, mas é um detalhe interessante para quem gosta de saber mais sobre a história dos produtos que usamos no dia a dia.

Fica claro como o branding de antigamente tinha um charme diferente, hoje, tudo é tão rápido e direto, enquanto naquela época, uma embalagem era quase como contar uma história.

Instagram: @‌micheljasper


sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Baterias de carros elétricos


FOTO e publicação: CBN News

CARROS | As baterias não criam eletricidade, elas armazenam eletricidade produzida noutros locais, especialmente através de carvão, urânio, centrais elétricas naturais ou geradores de diesel.
Portanto, a alegação de que um carro elétrico é um veículo com zero emissões não é verdade, porque a eletricidade produzida vem de centrais elétricas e muitas delas queimam carvão ou gás.
Então 40% hoje? Alguns dos carros elétricos na estrada são baseados em carbono.
Mas isso não é tudo.
Aqueles que estão entusiasmados com carros elétricos e com a revolução verde devem ver de perto as baterias, mas também as turbinas eólicas e os painéis solares.
Uma bateria típica de carro elétrico pesa 450 kg, quase do tamanho de uma mala. Contém 11 kg de lítio, 27 kg de níquel, 20 kg de manganês, 14 kg de cobalto, 90 kg de cobre e 180 kg de alumínio, aço e plástico. Existem mais de 6.000 células individuais de ions de lítio dentro.
Para fazer cada bateria BEV, você precisará processar 11.000 kg de sal para lítio, 15.000 kg de mineral.


 

domingo, 25 de agosto de 2024

A CULTURA DA MEDIOCRIDADE

 


CULTURA DA MEDIOCRIDADE

Por William Fiori postagem no LinkedIn

Vivemos em uma era na qual a crítica se tornou um terreno minado. No ambiente de trabalho, qualquer tentativa de correção ou divergência de opinião corre o risco de ser interpretada como um ataque pessoal. É como se a capacidade de separar o método da pessoa tivesse se dissolvido na névoa do "não me toque". A situação piora quando percebemos que, muitas vezes, a discussão é apenas sobre caminhos diferentes para alcançar o mesmo objetivo, mas qualquer discordância vira motivo para melindres e ressentimentos.

Estudos indicam que esse fenômeno não é apenas impressão nossa. Segundo uma pesquisa da Harvard Business Review, cerca de 65% dos funcionários evitam dar feedback construtivo por medo de reações emocionais ou retaliação. Isso cria uma cultura de silêncio e mediocridade, onde o conflito, que deveria ser um motor para a inovação, é evitado como se fosse o próprio fim do mundo. Ao mesmo tempo, a American Psychological Association relatou que ambientes de trabalho onde o feedback honesto é suprimido tendem a ter uma queda de 28% na produtividade e 23% na satisfação dos colaboradores.

E o que isso significa para nós? Que estamos vivendo a ditadura do ego frágil. Não se pode mais discutir metodologias ou apresentar contrarrazões sem ferir a sensibilidade de alguém. O New York Times publicou recentemente um artigo onde apontou que a geração atual tem uma dificuldade crescente em receber críticas, o que leva ao chamado "paradoxo da feedback-fobia". Enquanto todos clamam por crescimento pessoal e profissional, ninguém quer ouvir que talvez, só talvez, seu método possa ser aprimorado.

Nosso espaço de trabalho transformou-se em uma espécie de grupo de apoio emocional, onde a prioridade é não desagradar ninguém, mesmo que isso signifique aceitar ideias ineficazes ou permanecer estagnado. E isso tudo em nome de uma harmonia que, no fundo, é superficial e frágil. Críticas construtivas, que sempre foram o alicerce para a evolução em qualquer campo, foram relegadas a meros sussurros tímidos, temerosos de ecoarem nas mentes sensíveis dos nossos colegas.

Mas, no final das contas, isso é produtivo? Quem realmente se beneficia quando o medo de magoar o outro nos impede de discutir abertamente a melhor forma de executar uma tarefa? Quando a sensibilidade emocional se sobrepõe à eficiência operacional, estamos todos condenados a viver em um looping de mediocridade, onde o melhor que podemos esperar é um tapinha nas costas e um "tudo bem" de quem, no fundo, preferiria nunca ter sido contrariado.

E então, resta a pergunta: será que estamos dispostos a sacrificar nosso próprio crescimento profissional e coletivo em nome dessa paz armada? Acredito que não, mas parece que estamos caminhando exatamente para isso.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Um debate tão breve quanto memorável

 


Percival Puggina

         A França que conheci não existe mais. Aquela França que pelo batismo de Clóvis (496) fez jus ao título de “Filha dileta da Igreja” não responde à pergunta: “O que fizeste de teu batismo?”. Essa questão, levantada certa vez por São João Paulo II, se converteu em interpelação constante entre os cristãos que visitam o país por onde tanto andei e aonde não mais voltarei. Por certo, tampouco a reconheceria como sua o meu querido São Bernardo de Claraval.  


Recebi um desses vídeos que nos veem de todos os lados e pelos quais passamos sem dar muita atenção. Este, porém, num relance, atraiu-me por conter diálogo travado no senado francês sobre o cartaz de divulgação dos Jogos Olímpicos. Cinco minutos depois, eu aplaudia, no silêncio de casa, as luminosas palavras do senador Roger Karoutchi. Compartilho-as com meus tão estimados leitores.


A cena abre com o senador se dirigindo ao presidente da mesa: “Que diferença faz vosso governo entre uma cruz e uma flecha?”. O assunto, o cartaz em questão, era uma alegre mistura de marcos visuais da capital francesa, reunidos num pequeno espaço gráfico, tudo misturado como naqueles hotéis-cassinos de Las Vegas. O cartaz principal que chamava aos Jogos Olímpicos de Paris, escamoteara a cruz instalada no alto do Hotel des Invalides, substituindo-a por uma flecha ou coisa que o valha. A cultura dessa França enferma reage como vampiro à vista de uma cruz.


A ministra dos Esportes, Amélie Oudéa-Castéra, procurou explicar o sumiço, sublinhando as muitas diferenças entre o desenho da peça publicitária e a realidade dos marcos da cidade nela incluídos. Disse que não se tratava de uma reprodução, mas era o que o artista livremente produzira, sem comando do Estado. Era a cidade reinventada. O cartaz, enfim, era a França, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.


Em sua resposta, o senador Roger Karoutchi foi certeiro e sábio, negando que o cartaz seja a França e os Jogos Olímpicos. Transcrevo sua fala:


“Não, desculpe, não são a mesma coisa. Você pode pintar a Torre Eiffel da cor que quiser, mas não pode remover a cruz da cúpula do Hotel des Invalides, que existe desde Luís XIV. Não se pode mudar a história da França.”


Em seguida, discorre sobre o sentido de nação: “(...) somos a nação de um modo provisório porque nós tivemos predecessores e teremos sucessores. Esta nação se orgulha de organizar os Jogos Olímpicos. Mas ela não quer ser apagada, não quer que seus símbolos e a história que a fizeram sejam apagados, renegados. Podeis usar as cores que quiserdes, mas há 350 anos existe uma cruz sobre o Domo dos Invalides! E há uma cruz no cume da torre de Notre-Dame.”


“Os símbolos da França e a história da França fundam a nação. Sem ela não há república, sem ela não há evolução, sem ela não há solidariedade. Quaisquer que sejam as posições políticas, se quisermos fazer evoluir a nação, nós não podemos apagá-la porque se o fizermos desapareceremos. Nações não são eternas, assim como estados e impérios.  Fazei a nação, toda a nação; fazei a república, toda a república; fazei a França, toda a França, mas não apagueis nossos símbolos.”


Que a experiência francesa nos sirva de conselheira em momentos tão adversos aos bens e valores culturais que constituíram nossa própria nação.


*       A íntegra desse diálogo pode ser assistida aqui:

 https://www.publicsenat.fr/actualites/parlementaire/affiche-des-jo-amelie-oudea-castera-defend-la-liberte-dun-artiste-neffacez-pas-nos-symboles-demande-roger-karoutchi


Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

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