O que o IBOPE, Datafolha, CNI/MDA, etc. querem divulgando essas pesquisas eleitorais:
1- AGREDIR a Estatística;
2- Jogar na cara dos brasileiros que "metade" é criminosa por querer no poder um criminoso, por não aceitar as decisões do Poder Judiciário, e por concordar com um projeto que levará o país ao bolivarianismo famélico; e
3- Jogar na cara do brasileiro que ele é alienado e absolutamente manipulado...
PS: Os órgãos de imprensa que aceitam, divulgam, espargem tais estultices estão desesperados pela iminente perda de fáceis recursos governamentais.
O PT irá beirar a extinção em 08 de outubro...
terça-feira, 25 de setembro de 2018
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
E SE LULA GANHAR AS ELEIÇÕES EM 2018?
Luiz Felipe Pondé.
Artigo publicado Folha em 18/12/2017
E se Lula ganhar as eleições em 2018? O Brasil terá um retrocesso ao paleolítico –sem querer ofender nossos ancestrais.
Sei que inteligentinhos dirão: pelo contrário, as populações mais pobres voltarão a comprar TVs e carros. E eu direi: a bolsa fome é a grande miséria que alimenta o PT e seus associados.
Nelson Rodrigues dizia que, no dia em que acabasse a pobreza do Nordeste, dom Helder, o arcebispo vermelho, perderia sua razão de existir. Por isso, ele e a miséria do Nordeste andavam de mãos dadas.
O truque do PT e associados é o mesmo: destruir a economia, acuar o mercado, alimentar uma parceria com os bilionários oligopolistas a fim de manter o país miserável e, assim, garantir seu curral eleitoral.
Como o velho coronelismo nordestino –conheço bem a região: sou nascido no Recife e vivi muitos anos na Bahia–, o PT e associados têm na miséria e na dependência da população seu capital.
Mas quero falar de outras dimensões da tragédia que nos cerca caso o PT retome o poder.
Desta vez, o projeto "a Venezuela é aqui" se organizará de forma mais concreta.
O Poder Judiciário, já em grande parte na mão da "malta" do PT, servirá ao partido de forma sincera e submissa, destruindo a autonomia da Justiça. Esse processo já está em curso, mas foi, temporariamente, barrado pelo percalço do impeachment e de alguns poucos setores não petistas do Poder Judiciário.
O Legislativo se acomodará, como sempre, a quem manda.
O mercado também se acomodará, servindo, de novo, ao coronel Lula ou a algum genérico que o represente. Eliminarão qualquer elo na sua cadeia produtiva que suje seu nome –da empresa, quero dizer– junto à Nomenclatura.
Quanto à inteligência pública, essa será devastada.
Perda de empregos, contratos, espaços nos veículos, com a bênção da quase totalidade das Redações e editorias. Se não apenas para eles mesmos não perderem empregos, contratos e espaços, também, e principalmente, porque a quase totalidade das Redações e editorias são petistas ou similares.
Nas universidades e nas escolas, a festa. Reforço absoluto da patrulha ideológica de forma orgânica, com apoio da Capes e de sua plataforma Sucupira.
As universidades, entidades quase absolutamente monolíticas e autoritárias, celebrarão a queima total de seus adversários internos e externos. Os alunos, coitados, ou aderirão à retomada vingativa do poder por parte do PT, ou perderão bolsas, vagas e carreiras.
E chegará a vez de as Forças Armadas também serem cooptadas pela hegemonia petista. Uma vez cooptada, como na Venezuela, a regressão ao paleolítico estará plenamente realizada.
O controle da mídia, em nome da "democracia", implicará o silêncio imposto a todos que quiserem pagar suas contas.
A classe artística fará festivais para comemorar o retorno ao poder dos "progressistas" que dão dinheiro para eles gastarem até acabar.
E, quando o dinheiro acabar, como acabou no Dilma 2, os "progressistas" sairão do poder, darão um tempo para os "conservadores" fazerem o trabalho sujo de reorganizar a economia e, quando a casa estiver um pouco mais organizada, voltarão ao poder para gastar tudo de novo.
Vivemos duas formas de hegemonia do PT e associados no Brasil: a hegemonia da miséria e do discurso populista de cuidado com ela e a hegemonia do pensamento público e de suas instituições.
A diferença entre o PT de antes do impeachment e o PT de agora será que antes ele ainda fazia pose de defensor das liberdades.
Agora, ele perderá a pose e destruirá todo o tecido de liberdade de expressão no país.
E mais: a vitória de Lula em 2018 será a prova definitiva de que os eleitores não estão nem aí para suspeita de corrupção pairando sobre qualquer que seja o candidato.
Todo esse mimimi ao redor da Lava Jato ficará claro como mimimi.
Dane-se a corrupção. Ninguém está nem aí para isso. A começar pelos intelectuais, professores, artistas e integrantes de grande parte do Poder Judiciário.
O combate à corrupção é (quase) uma farsa.
Depressão, ressentimento, medo e vingança serão os afetos que definirão 2019.
Publicado originalmente na Folha em 18/12/2017
Faltam planos de saneamento
A falta de condições adequadas de saneamento básico está entre as principais causas de doenças como dengue, diarreia, verminoses e chikungunya
O Estado de S.Paulo - 23 Setembro 2018
Resta pouco mais de um ano para que 3.257 municípios concluam seu Plano Municipal de Saneamento Básico, com diagnóstico da situação, detalhamento das ações, objetivos e metas de universalização de serviços. O prazo determinado pela legislação termina em 31 de dezembro de 2019 e seu descumprimento implica sanções. Se não concluírem seu plano no prazo, esses municípios não terão acesso a recursos da União ou administrados por órgãos ou entidades ligados à administração pública federal. Como são, em geral, municípios de menor porte, cujos orçamentos são fortemente dependentes de transferências da União (em maior proporção) e dos Estados, as prefeituras terão muitas dificuldades para sustentar os serviços que prestam à população. Estão sob esse risco 58,5% dos 5.570 municípios brasileiros.
Esta é a primeira conclusão que se pode tirar da mais recente Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com informações sobre a gestão da política de saneamento básico nos municípios. A pesquisa mostra que, até o fim do ano passado, apenas 41,5% das prefeituras tinham conseguido elaborar um plano com diagnóstico e metas para o setor. Boa parte delas administra municípios mais populosos e com receita própria mais volumosa.
Uma pequena revisão do que tem ocorrido com os planos municipais de saneamento desde que eles passaram a ser exigidos pela lei que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico (Lei n.º 11.445, de 5 de janeiro de 2007) leva, porém, a outra conclusão. Essa lei só foi regulamentada - pelo Decreto n.º 7.217, de 21 de junho de 2010 - mais de três anos depois de sancionada. A regulamentação estabeleceu que 31 de dezembro de 2013 era a data-limite para a elaboração dos planos municipais. Mas, dada a evidente dificuldade para que todos os municípios cumprissem o prazo, a data-limite foi sendo sucessivamente prorrogada, primeiro para 2015, depois para 2017 e, por último, para 2019, que é a que está em vigor. Os números da pesquisa do IBGE sugerem ser muito provável que também esta seja modificada.
É indiscutível a importância do planejamento adequado do saneamento básico nos municípios, contendo um diagnóstico sobre o quadro existente e seu impacto nas condições de vida da população, incluindo indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos. Esses planos precisam conter também os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, entre os quais deve estar a universalização dos serviços. São notórios, porém, os problemas das prefeituras, sobretudo dos municípios menores, para elaborar planos que, dadas as condições locais, podem ser complexos demais. Muitas administrações municipais carecem de informações e de corpo técnico preparado para realizar essa tarefa. Ainda não se encontrou uma solução eficaz para esse problema, daí o atraso na elaboração de planos municipais de saneamento e as frequentes prorrogações de prazo para que o trabalho seja concluído.
É perfeitamente compreensível, por isso, que a existência de planos seja mais comum em municípios com mais de 100 mil habitantes e nas regiões mais desenvolvidas. O Sul (72,8%) e o Sudeste (53%) registram a maior proporção com municípios que já atendem à exigência, enquanto o Norte (29,5%) e o Nordeste (15,7%) têm o menor porcentual.
Populações dos municípios que não dispõem de serviços adequados de água encanada, coleta e disposição de esgotos e coleta de lixo estão sujeitas a diversas moléstias. A falta de condições adequadas de saneamento básico está entre as principais causas de doenças como dengue, diarreia, verminoses e chikungunya, entre outras. No ano passado, segundo a pesquisa do IBGE, 34,7% dos municípios tiveram conhecimento de ocorrência de endemias ou epidemias ligadas às condições de saneamento básico. É uma indicação de um país doente por ineficácia da administração pública.
domingo, 23 de setembro de 2018
DEDOS
Em 2002 a sociedade brasileira induzida pelo PT e partidos de esquerda, encimaram uma percepção de ruptura social onde o Governo e "eles" (sujeito até hoje indefinido) eram contra a inclusão social, eram contra os pobres e demais minorias. Onde só Lula, e não o PT em si, conseguiria o inédito feito de eliminar a fome, a pobreza e, por fim, a inclusão social.
Lembro que nas carreatas da zona sul do Recife, notadamente em Boa Viagem -o metro quadrado mais caro da região nordeste- tinha sua orla abarrotada de pessoas, bicicletas, carros e caminhões onde todos, especialmente os membros das "zelites" (afinal, quem mora num metro quadrado tão caro?) desfilavam estendendo, ritmadamente, as mãos para o alto com os DEDOS, sim, os dedos de ambas mãos, fazendo o sinal de ele, polegar e indicador. Não, o milagre não viria por um partido ou uma conjunção de partidos como reza o bom regime republicano. Em pleno século XXI uma dolorosa vez mais, a sociedade buscava um messias.
O que o messias do ele nos trouxe? Cizânia social, corporativismo social a propósito de "inclusão", "preferências" entre segmentos econômicos, corrupção, crise, crise e mais crise.
Claro que a cizânia e a "inclusão" e "resgate" das minorias tinha um custo. E quem pagou o custo? Os ele do metro quadrado mais caro do nordeste? (deixa estar, pois foi assim em VÁRIAS cidades ao longo do território nacional). NÃO, foi o povo personificado em mais de 14 milhões de desempregados e as mais de 60 mil mortes por ano em um país que se diz cristão em 95% dos que foram consultados pelo IBGE.
E o que vejo nas carreatas, nos aeroportos abarrotados, nos shows ao ar livre? Os DEDOS...sim, os dedos.
Só que agora o messias é outro. O "despachante" ou "procurador" do eleitor que NÃO QUER se envolver na política e na governança social no dia a dia. O eleitor tem a PLENA CONVICÇÃO de que seu "procurador" irá, SOZINHO e em um regime republicano, resolver todas, absolutamente todas as mazelas que o "homem do ele" criou.
Sim, os DEDOS apenas mudaram de posição. A sociedade requer a ORDEM, para se ter o PROGRESSO. Um dístico fixado em nosso pavilhão nacional, do positivista Auguste Comte: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”.
Sim, o dístico do positivismo busca condições sociais básicas, através do respeito aos seres humanos, salários dignos etc., e também o melhoramento do país em termos materiais, intelectuais e, principalmente, morais....BUSCAVA, pois o "Homem do ele" usado essas premissas como mote de campanha, como canto de sereia, consegui, uma vez mais, iludir os incautos.
Os DEDOS deixaram de apontar para cima e agora apontam para o horizonte. Simbolizam uma arma, um sinal de violência e não de diálogo. Violência necessária pois as minorias do "homem do ele" cresceram, fugiram e furtaram o diálogo, o bom senso e se encorparam e engoliram a decência, a ética, a coesão familiar e social impondo uma cisão entre iguais, entre conterrâneos, entre patriotas.
Uma sociedade que não consegue se auto-regular, busca, uma vez mais, no messias, a solução para seus conflitos e problemas mas passando procuração, sem querer, uma vez mais arregaçar as mangas e se envolver, profundamente, na gestão da coisa pública.
Eu só não sei se o novo messias conseguirá estar em tantos lugares para gerenciar, pessoalmente, tantos conflitos.
De minha parte claro está que votarei no novo messias, contudo sem a convicção de que ele logrará êxito, porque os DEDOS apertarão botões nas urnas eletrônica TAMBÉM ELEGENDO os algozes que, em breve futuro, irão inviabilizar toda e qualquer ferramenta ou forma com as quais, o novo messias irá atender os anseios e esperanças do povo. A impressão que me fica desse paradoxal cenário é a de que o eleitor dirigir-se-á a uma casa lotérica para, uma vez mais, fazer suas "apostas" para um futuro melhor.
Tenho esperanças que o MESSIAS BOLSONARO logre êxito em sua gestão de um, por demais, complexo e atribulado país, de confusa e facilmente manipulada idiossincrasia.
sábado, 22 de setembro de 2018
Campanha inédita
NUNCA, NUNCA MESMO!
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Faz 58 anos que eu voto e, NUNCA, NUNCA vi uma campanha política como esta!
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NUNCA vi os eleitores, o povo, fazer campanha política com confecção de adesivos, santinhos, outdoor, camisetas, bandeiras, com o seu próprio dinheiro.
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NUNCA vi os eleitores formarem grandes carreatas em suas cidades, sem ter um diretório político, sem candidatos da cidade no seu comando, e sem receber nenhum pagamento das despesas de combustível.
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NUNCA vi um candidato ser recebido, espontaneamente, por milhares e milhares de pessoas onde o candidato se apresenta: de Norte ao Sul, de Leste ao Oeste do Brasil.
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NUNCA vi um candidato ser tão combatido, tão achincalhado, tão atacado em suas posições e em suas posturas políticas.
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NUNCA vi um candidato ser tão odiado e temido, POR TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS.
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NUNCA vi um candidato SOFRER UMA TENTATIVA DE HOMICÍDIO, ficando gravemente ferido, pondo o candidato, em risco de morte, mas que foi salvo por uma cirurgia imediata.
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NUNCA vi um candidato que, apesar de ter sua vida, desde o seu nascimento, sido vasculhada, NÃO FOI ENCONTRADA NENHUM ATO DE CORRUPÇÃO.
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NUNCA vi o povo brasileiro, com tanta vontade e garra, em busca de um novo caminho, para haver uma mudança total no cenário político brasileiro.
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Esse candidato a quem me refiro tem nome: JAIR MESSIAS BOLSONARO!
Por: Roberto Lettiere
Sobre indultos presidenciais
Estimados e queridos amigos tenhamos calma. A sociedade brasileira NÃO ESTÁ preparada para a perversa guerra de informações.
Pelo fato de, no geral, sermos hoje muitíssimo menos preparados intelectualmente que o povo alemão nas décadas de 20 e de 30 (o brasileiro, em geral, não gosta de ler, não conhece a própria História e vem, sistematicamente, convencido e amestrado pela esquerda -sem qualquer capacidade de juntar os pontos ou pingos nos is-) onde e quando o partido nazista Paul Joseph Goebbels TRABALHOU MUITO BEM a guerra de informações.
(Aliás, outro erro crasso que a esquerda convence os de pouca leitura é que tanto o partido nazista como o facista são "de direita" -basta ver os "símbolos" nos seus escudos representativos)
A propósito do que está sendo veiculado, acerca de uma eventual eleição de Haddad: Presidente SÓ INDULTA COM AUTORIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO!!!
ÉRAMOS TODOS BRASILEIROS.
(Autor: desconhecido.)
Num passado não muito distante, éramos todos brasileiros.
A ESQUERDA assumiu o poder e dividiu nosso povo em porções como se fôssemos parte de um boi, com gostos e qualidades diferentes. Batizou essas porções de minorias e colocou estas minorias umas contra as outras:
-Brancos x negros
-Heterossexuais x homossexuais
-Machismo x feminismo
-Ricos x pobres
-Católicos x evangélicos x adventistas x pentecostais x espíritas x demais crenças.
A esquerda depois de fragmentar o povo, disse que seria o defensor das minorias, mas transformou todos em minorias fragmentadas, não seria mais coerente defender o interesse de todos sem criar esse ódio entre os brasileiros.
Ao invés de buscar a paz, amor e convivência pacífica, a esquerda nos dividiu e nos ensinou a odiarmos uns aos outros.
Mudou o nome de favela para comunidade, mas esqueceu de dar uma vida digna para quem passou a viver nessa "comunidade". Os problemas da favela, continuam na comunidade.
Piorou o ensino público, reduzindo as chances dos menos favorecidos ingressarem na faculdade. Se passou por bonzinho e incluiu as cotas. Não era melhor ter melhorado a qualidade do ensino para que todos tivessem a mesma oportunidade?
*Chamou os bandidos de vítimas da sociedade e incluiu o auxílio reclusão*. Hoje o preso ganha mais que muitos trabalhadores.
Está querendo transformar a pedofilia em um ato normal e aceitável. Quanto ao aborto, idem...
Dividiu a população entre direita e esquerda. Afirma categoricamente que a direita é violenta, mas os crimes e agressões que vemos são praticados pela esquerda.
Desde que a esquerda entrou no poder, através do voto da maioria, a direita calou-se e foi trabalhar, foi continuar a vida, reconheceu a derrota. Não derramamos sangue em protesto da vitória consecutiva de 4 candidatos da esquerda. Aceitamos e trabalhamos. Reclamamos, mas não agredimos, não espancamos.
No entanto, a esquerda ao menor risco de derrota ou manifestação da direita, agride, espanca, xinga, ofende, convoca para guerra e esfaqueia...
Muitos da direita também não tem onde morar. Não tem casa. Não tem propriedade, mas não saem invadindo e destruindo o que é dos outros.
Precisamos resgatar o que tínhamos há anos atrás e voltar a sermos BRASILEIROS!
Chegou a hora BRASIL.
"PORQUE O “SISTEMA” NÃO CONSEGUE DERRUBAR BOLSONARO.
Estamos presenciando um fenômeno eleitoral no Brasil. Quer você goste ou não da pessoa que está no epicentro deste furacão, o fato é incontestável!
Acompanhamos, atônitos, um candidato a presidente sendo recebido e ovacionado por multidões eufóricas em qualquer lugar deste país que ele chegue. E o mais incrível é o coro quase unânime e uníssono: “Eu vim de graça”!
O cara não precisa fazer esforço nem gastos para arrebanhar multidões frenéticas em busca de um “self” ou somente para demostrar sua disposição de votar nele.
Aí, vem o mais inacreditável ainda: Tudo isso, e muito mais, ocorrendo contra todo um sistema político e ideológico que vem comandando o Brasil há cerca de trinta anos!
Autoridades políticas rançosas e bolorentas, grande mídia encaixada no esquema, intelectuais e artistas adeptos e parasitas de verbas públicas, Universidades aparelhadas que não estão lá para ensinar e dialogar com as diversidades de ideias e sim para impor somente as suas...
Toda esta máquina enferrujada e pejada de corrupção, burocracia e fome de poder, com todos seus recursos lícitos e ilícitos, tentando, pelo menos, frear a ascensão do seu único concreto adversário.
Uns embasbacados, outros incrédulos, muitos irados, todos perplexos com a total impotência de seus ardis e ataques orquestrados contra um só homem, um reles deputado federal sem expressão nacional pregressa e sem apoio ou conluios espúrios com o “sistema”!
Será mesmo? Ele é tão perfeito assim? O que este homem tem de extraordinário e anormal?
A resposta é simples e clara: Nada!
E é exatamente este seu cacife. Ele é uma pessoa comum, com seus defeitos que cada um de nós carrega; com sua vontade de ver um país com menos corrupção, menos “esculhambação”, menos desinformação e menos bombardeamento da família etc.
O que seus adversários ainda não entenderam é que a questão não é o Bolsonaro; o problema é com eles! O povo não está votando propriamente no Bolsonaro. O povo está “desvotando”, isto é, rejeitando, repugnando (no cearês: “Ripunando”) os demais!
Não é questão de escolher o mais culto, o mais “preparado”, o mais isso ou mais aquilo... É repulsa mesmo!
Contra o Sistema corrupto, apátrida e diabólico que nos encharca, empanzina e causa náuseas.
O brasileiro não escolheu Bolsonaro; ele simplesmente está no lugar certo e no momento exato. A maioria, mesmo inconscientemente, está votando em si mesmo. Apenas se achegou a um porta-voz que ia passando e dizendo muito daquilo que você e eu queríamos dizer. Aquilo que estava engasgado há tempos.
Grande parte do Brasil está vomitando sobre os candidatos do Sistema todo o nojo desta classe política que nos deixou empanzinados de mentira, roubalheira, insegurança e medo.
E quanto mais batem no “porta-voz”, mais batem na honra de quem quer falar e reclamar pela boca dele. Colocam dez notícias pejorativas por hora contra ele, mas ao mesmo tempo, cada notícia de corrupção; cada vídeo de um assalto; cada latrocínio; cada dinheiro na cueca; cada escárnio contra a fé; cada doutrinação de imoralidade infantil; cada nome de blasfêmia... Torna-se uma propaganda gratuita deste perseguido “Porta-voz”!
Dizem que se conselho fosse bom não se dava, se vendia. Então vou vender um, “fiado”, pros políticos do Sistema: Deixem de bater no povo através do seu Porta-voz. Tentem se reinventar; a maioria já está enfastiada desta mesma conversa fiada que vocês estão oferecendo.
O brasileiro já desistiu de um inexistente “salvador da pátria”. Está resolvendo salvá-la numa união popular poderosa e voluntariosa jamais vista em nossa história! Se “todo poder emana do povo”, basta só mais alguns acordarem pra esta união. Hoje está se entendendo a força que o povo tem. Sem comando de nenhum populista aproveitador, mas aproveitando-se de um ser “normal” que resolveu dar a cara à tapa... E a boca ao povo!"
Resta um
Rodrigo Constantino
Todo liberal é cético com o poder e muito raramente se empolga com um político. Claro, há exceções, e podemos pensar em Reagan e Thatcher despertando grandes esperanças. Mas, via de regra, o liberal vota descrente, no menos pior. É como naquele jogo “resta um”, em que vamos eliminando todas as peças até sobrar apenas uma.
Façamos, então, esse “concurso de feiura” no caso das próximas eleições. Qual a prioridade aqui? A resposta, do ponto de vista liberal, parece evidente: impedir a volta da esquerda ao poder. Seria simplesmente catastrófico seguir na rota venezuelana. A esquerda pariu a desgraça em que o Brasil se encontra hoje.
Portanto, eis a meta: derrotar o esquerdismo. A pergunta que surge é quem tem mais chances disso. Alguns tentam pregar o voto útil no Alckmin, pois teria menos rejeição num segundo turno. Há dois problemas básicos aqui: um, ele é parte dessa esquerda, ainda que menos radical; dois, ele é um besouro incapaz de alçar voo, estagnado perto dos 10% das intenções de voto.
Os demais nomes, como Álvaro Dias, Meirelles e João Amoedo, podem ser melhores do que Alckmin em ideologia, mas possuem ainda menos chances. O candidato do Novo, do ponto de vista técnico, seria o mais alinhado. Mas tem circulado pelas redes sociais uma frase ácida, porém verdadeira: “Votar em Amoedo hoje é como parar para ajeitar o cabelo com o prédio em chamas”.
A analogia que faço é diferente, não só por conta da falta de chances do novato, como por seu perfil: Amoedo é um bom arquiteto, mas no momento a casa está pegando fogo, com risco de desabar. É hora de chamar o bombeiro. Precisamos de alguém que vá combater com firmeza o esquerdismo.
E aí vem a questão da qual os liberais não podem mais fugir: Jair Bolsonaro está praticamente garantido no segundo turno, se houver um. E, ao que tudo indica, seu concorrente será Lula, disfarçado de Haddad. A eleição, então, caminha para uma espécie de plebiscito do lulopetismo, e só há uma postura aceitável no caso: derrotar a quadrilha que destruiu o Brasil de vez e pretende nos transformar numa Venezuela.
Entendo as várias ressalvas dos liberais com Bolsonaro. Seu passado o condena, apesar de Paulo Guedes como selo de qualidade da mudança confessada. Há uma ala partidária um tanto bizarra também, com atitudes intolerantes que remetem ao próprio petismo. Mas a escolha, pelo visto, afunilou para essa: a volta do PT ou uma aventura à direita, com um ministro liberal cuidando da área econômica. Não parece tão difícil assim, parece?
Eu votaria até no Capeta contra Lula. Votar num ex-capitão honesto, ao que tudo indica, que tem coragem de comprar brigas necessárias contra o esquerdismo, que adotou uma pauta liberal na economia e conservadora nos costumes, parece moleza.
Rodrigo Constantino
Meu lugar na fila
[...]As políticas de privilégios envenenam a democracia. Não serei um idoso oficial enquanto conservar capacidades físicas normais.[...]
[...]A vantagem pessoal tem imenso poder de sedução, principalmente se parece não causar dano a ninguém. Aparências enganam: a meia-entrada, para ficar num único exemplo, é financiada pela elevação universal dos preços dos ingressos. A sociedade em geral paga o desconto garantido por lei a estudantes e idosos, inclusive os abastados.[...]
[...]A cota de um implica a negação de vaga a outro, que obteve nota superior e pode até ser mais pobre. Mas não se tem notícia de números significativos de candidatos recusando o direito (ou privilégio?) de inscrição para vagas reservadas a cotistas. A lei vale mais que a ética —se, claro, gera ganhos pessoais palpáveis.[...]
Demétrio Magnoli - Folha de S. Paulo
Demétrio Magnoli - Folha de S. Paulo
Proteger interesses gerais paga menos dividendos que promover interesses de grupos
Daqui a três meses, no 13 de dezembro, dia do AI-5, em 1968, e do golpe de Jaruzelski na Polônia, em 1981, completo 60. Dizem, para me animar, que terei descontos em peças e shows, vagas reservadas em estacionamentos e filas prioritárias nos aeroportos, supermercados e bancos.
No caso dos bancos, não vale a pena. As empresas que descobriram uma oportunidade nas bondades distribuídas pelo Estado contratam idosos para realizar operações bancárias, tornando mais demorada a fila preferencial. Quanto ao resto, decidi que passo. As políticas de privilégios envenenam a democracia. Não serei um idoso oficial enquanto conservar capacidades físicas normais.
Com exceção de um, meus amigos idosos converteram-se em idosos oficiais. Uma, que corre maratonas em montanhas, tirou carteira de idosa para estacionar bem pertinho da entrada do shopping. A vantagem pessoal tem imenso poder de sedução, principalmente se parece não causar dano a ninguém. Aparências enganam: a meia-entrada, para ficar num único exemplo, é financiada pela elevação universal dos preços dos ingressos. A sociedade em geral paga o desconto garantido por lei a estudantes e idosos, inclusive os abastados.
Pondé registrou, com razão, que um indivíduo “negro”, presumido descendente de escravos, “assimilará essa consciência histórica da culpa como ganho imediato objetivo: cotas nas universidades ou concursos públicos”. A cota de um implica a negação de vaga a outro, que obteve nota superior e pode até ser mais pobre. Mas não se tem notícia de números significativos de candidatos recusando o direito (ou privilégio?) de inscrição para vagas reservadas a cotistas. A lei vale mais que a ética —se, claro, gera ganhos pessoais palpáveis.
A lei legitima, absolve, aplaca a consciência. Procuradores e juízes, esses anjos vingadores do Brasil que tem raiva, justificam seu auxílio-moradia, uma escandalosa política de transferência regressiva de renda, invocando a legalidade. Luiz Fux sentou-se sobre um processo que questionava o privilégio, agindo como sindicalista. O auxílio-moradia é incomparavelmente pior que a carteira de idoso utilizada por nadadores, surfistas, tenistas, triatletas de 60 anos.
Mas por que se produzem ou se perenizam tantas “leis de meia-entrada”? A resposta encontra-se num calcanhar de Aquiles da democracia representativa: a proteção dos interesses gerais, difusos, paga menos dividendos eleitorais que a promoção de interesses específicos, de grupos.
O nome do jogo é corporativismo. Federações empresariais fazem campanha para candidatos que acenam com tarifas protecionistas ou subsídios do BNDES. Sindicatos de trabalhadores e empresários perfilam ao lado dos políticos que acenam com o retorno da contribuição sindical compulsória. As entidades do funcionalismo público marcham com os oponentes da reforma previdenciária.
As igrejas ajudam a formar as “bancadas de Deus” que asseguram isenções tributárias aos porta-vozes terrenos da palavra divina. As ONGs racialistas evitam lançar a pecha de “racista” sobre os que prometem eternizar as políticas de cotas aprovadas originalmente como medidas temporárias.
O “povo”, no idioma da política corporativa, é uma coleção de grupos de interesse. A nação, deduz-se, é um pacto de armistício entre eles. As versões extremas do corporativismo conduzem a sangrentos conflitos étnicos (Biafra, Ruanda), a ditaduras ordenadoras (Salazar, Vargas) ou, nas democracias, simplesmente ao colapso fiscal (Grécia).
O lulismo radicalizou os traços corporativos da tradição política brasileira. A fragmentação partidária atual é uma moldura perfeita para a manutenção dos privilégios de grupo. No aeroporto, à minha direita, uma dúzia de lépidos idosos oficiais somam-se à fila preferencial. Rumamos a uma tragédia grega, qualquer que seja o eleito?
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Demétrio Magnoli, sociólogo, autor de “Uma Gota de Sangue: História do Pensamento Racial”. É doutor em geografia humana pela USP.
terça-feira, 18 de setembro de 2018
A impossível renovação do Congresso
Editorial | O Globo
Distribuição dos fundos perpetua castas políticas e alarga fosso entre Legislativo e a realidade do país
Há consenso entre analistas políticos que o pacto da Nova República, a ponte de passagem da ditadura militar para a redemocratização, se esgotou. Isso costuma acontecer na História. Os sinais deste esgotamento são vários, e todos desembocam na impopularidade do político e do exercício da política, o que corrói as bases da democracia representativa. Derivam disso graves efeitos colaterais.
Trata-se de mazela que aplaina o terreno, mais do que já está preparado, para líderes carismáticos, populistas, à direita e à esquerda. Procuram-se salvadores, não homens públicos no melhor entendimento do termo. A atual campanha é didática neste sentido.
Este cenário de pobreza institucional leva à necessidade de renovação de quadros na política. Há sinais de tentativas nesta direção. Mas não basta querer. Além de condições políticas favoráveis, é preciso vencer todo um arcabouço legal feito pela velha ordem para impedir o nascimento da nova. Também acontece na História.
A necessária bandeirada reforma política é alçada há muito tempo. Coma pulverização do quadro partidário (35 registrados, outros tantos na fila de espera de alvarás, e 28 com representação no Congresso), não se irá —como não se está indo— a qualquer lugar, devido à impossibilidade concreta de se construir alianças de governabilidade com base em programas. Restam o fisiologismo e a corrupção.
Atolam neste pântano reformas cruciais que se tornam mais necessárias e precisam ser mais duras à medida que o tempo passa. O grande risco é, com a ausência delas, o próprio sistemas e ajustar de forma selvagem, por meio da inflação e da recessão. A Venezuela é o exemplo.
Diante de muitas críticas e também porque esta pulverização começou a contrariar interesses de grandes legendas, aprovaram-se mudanças corretas (volta da cláusula de desempenho e fim das coligações em pleitos proporcionais). Mas deforma tímida. A cláusula é pequena, entra em vigor por fases, e o fim das coligações ocorrerá apenas a partir de 2020.
Para piorar, depois de extinguirem a contribuição de campanha por pessoas jurídicas, como se isso viesse a acabar com o caixa 2, conseguiram estatizar quase completamente as finanças da política.
Não bastassem o recém-criado Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário serem mais um peso para um contribuinte que já sustenta a maior carga tributária no bloco dos países emergentes, as regras de distribuição dos recursos concentram 67% do dinheiro nos parlamentares em busca da reeleição e em ex-senadores e ex-deputados federais que querem voltar ao Legislativo.
As esperança sem um Congresso minimamente renovado viraram fumaça. E quando se vê com lupa alistados que concorrem pela primeira vez, aparecem herdeiros de famílias de políticos, o que deixa explícito o traço aristocrático da República brasileira. Vai aumentando o fosso entre os políticos e a grave realidade do país.
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
Expectativas do MEC, altas como nunca
A Educação brasileira precisa ser assumida pela sociedade e não tutelada por políticos e especialistas. A responsabilidade de se entregar um concludente de cursos desabilitado para o mercado é grande e, no fim, com métricas lenientes, acaba por gerar uma exclusão do egresso no mercado.
As instituições de ensino tem a fundamental responsabilidade de preparar cidadãos aptos a transitar no complexo e variado mercado brasileiro e não especializados em temas sociais o que não é o que o mercado demanda e exige.
Creio que as novas métricas sejam uma aproximação mais coerente para não excluir o novo diplomado do mercado em meio a uma realidade de 14 milhões de desempregados.
Expectativas do MEC, altas como nunca
Quais os problemas do novo critério usado para dizer que o aluno atingiu aprendizado adequado?
*ERNESTO MARTINS E TADEU DA PONTE, O Estado de S.Paulo 05 Setembro 2018
A apresentação pelo Ministério da Educação (MEC) dos resultados de aprendizagem do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), na quinta-feira 30/8, apontaram um cenário alarmante. De acordo com os dados, somente 1,6% dos alunos do terceiro ano do ensino médio apresentaram em 2017 aprendizado adequado em Língua Portuguesa. Cenário tão negativo nunca havia sido apresentado. Em 2015, de acordo com o movimento Todos Pela Educação, 27,5% tinham aprendizado adequado na disciplina.
Até essa divulgação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o próprio MEC nunca haviam sinalizado qual pontuação na escala Saeb indicava uma aprendizagem adequada dos alunos. Educadores e formuladores de políticas públicas utilizavam critérios extraoficiais, feitos por organizações e especialistas para fazer esse tipo de interpretação. A mais empregada era a do Todos Pela Educação, construída por um comitê de pesquisadores conceituados, que incluem José Francisco Soares e Reynaldo Fernandes, ex-presidentes do Inep, e Ruben Klein, um dos mais renomados estatísticos a atuar em educação.
No entanto, pelo novo critério do MEC, a pontuação exigida para dizer que um aluno atingiu o aprendizado adequado é muito mais alta que a antiga, do Todos Pela Educação, assim como as utilizadas por muitos Estados que fazem suas avaliações a partir da escala do Saeb.
Enquanto o Todos Pela Educação considera como aprendizagem adequada para o quinto ano do ensino fundamental 200 pontos, o MEC coloca 275 pontos. Essa é a pontuação que o Todos Pela Educação sinaliza como adequada para o nono ano. Em Matemática, o Todos Pela Educação considera como adequado 225 pontos, enquanto o MEC exige 275 pontos, “apenas” 50 pontos a mais, o equivalente a cerca de três anos de aprendizagem.
Já para o ensino médio, o Todos Pela Educação sinaliza 300 pontos em Língua Portuguesa e 350 em Matemática como adequados, enquanto o MEC elevou a barra a 375 pontos para ambas as disciplinas. Com isso o porcentual de alunos com aprendizado adequado por cada um dos critérios se mostra bem diferente. No Todos Pela Educação, 29,1% dos alunos do terceiro ano do ensino médio teriam aprendido o adequado em Língua Portuguesa e 9,1% em Matemática. Já para o MEC, esses porcentuais cairiam drasticamente: 1,6% em Língua Portuguesa e 4,5% em Matemática.
Outro aspecto que chama a atenção é que, pelo critério do MEC, ficou mais difícil para o aluno conquistar uma boa pontuação em Língua Portuguesa. Quando foi criada a escala Saeb se padronizaram os resultados de Português e Matemática com o mesmo valor: 250. No entanto, apesar de terem o mesmo valor, entendia-se que os alunos dominavam menos Matemática, isto é, apesar de igual, a média 250 em Matemática representava um nível de conhecimento menor. Então, para o Todos pela Educação, a fim de ter um aprendizado adequado em Matemática no nono ano eram necessários 300 pontos, ante 275 em Português. Para o MEC, essa diferença não é necessária. A régua para ambas as disciplinas está padronizada no mesmo valor: 350.
Mas, afinal, quais os problemas desse novo critério do Ministério da Educação?
O problema não é mudar o critério nem torná-lo mais exigente. A questão é que não está claro o que fundamenta essa “régua mais alta”. Além disso, há um evidente descasamento com as referências usadas por especialistas, técnicos e formuladores de políticas públicas, que têm sido amplamente utilizadas no Brasil e servem para fazermos comparações históricas. Por exemplo, entendermos quanto um município ou Estado avançou ao longo de diferentes edições do Saeb.
Os atuais resultados sugerem um cenário ainda pior. Se apenas 1,6% dos alunos aprendem o adequado em Língua Portuguesa, que é tão importante para o entendimento de outras disciplinas, pode-se, então, dizer que, para o MEC, a educação brasileira está um verdadeiro caos. Essa interpretação pode ser muito desestimulante para municípios que conseguiram avanços importantes nos últimos anos.
Um bom exemplo é o de Sobral, que constantemente é usado como referência. O ano de 2017, de acordo com o critério do Todos Pela Educação, seria o primeiro em que a cidade cearense teria conseguido 70% dos alunos com aprendizado adequado (79,8% em Língua Portuguesa e 74,5% em Matemática), meta do movimento para 2021. No entanto, se considerarmos o critério do MEC, apenas 13,4% dos alunos demonstraram aprendizado adequado em Língua Portuguesa e 38,5% em Matemática. Além dessa diferença muito expressiva, o município estaria muito melhor em Matemática, o que é difícil de explicar por todo o trabalho de referência feito em leitura.
Além do desestímulo, a mudança de critério sem esclarecimentos causa grande confusão para jornalistas, educadores e gestores. Os resultados positivos comemorados no passado não eram positivos? O que era adequado não é mais? O que conceituados especialistas sugeriam antes eram critérios com baixas expectativas? Difícil de acreditar que eles tenham errado por tamanha diferença.
A educação brasileira tem grandes, complexos e urgentes desafios. Ninguém discorda. É uma pena, portanto, a divulgação de uma metodologia nova sem esclarecimentos, gerando confusão na análise de resultados. Há que considerar o efeito sobre as políticas públicas, principalmente nos Estados, onde os resultados não são animadores. Gostaríamos de discutir neste texto evidências que podem apontar caminhos para a melhoria dos resultados. Mas para isso precisamos entender onde os alunos estão, o que sabem e o que não. E isso só pode ser feito com diagnósticos divulgados de forma fundamentada, consistente e transparente.
*RESPECTIVAMENTE, DIRETOR-FUNDADOR DO INTERDISCIPLINARIDADE E EVIDÊNCIAS NO DEBATE EDUCACIONAL (IEDE); E PROFESSOR DO INSPER, MEMBRO DO COMITÊ TÉCNICO DO IEDE
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