Em 2002 a sociedade brasileira induzida pelo PT e partidos de esquerda, encimaram uma percepção de ruptura social onde o Governo e "eles" (sujeito até hoje indefinido) eram contra a inclusão social, eram contra os pobres e demais minorias. Onde só Lula, e não o PT em si, conseguiria o inédito feito de eliminar a fome, a pobreza e, por fim, a inclusão social.
Lembro que nas carreatas da zona sul do Recife, notadamente em Boa Viagem -o metro quadrado mais caro da região nordeste- tinha sua orla abarrotada de pessoas, bicicletas, carros e caminhões onde todos, especialmente os membros das "zelites" (afinal, quem mora num metro quadrado tão caro?) desfilavam estendendo, ritmadamente, as mãos para o alto com os DEDOS, sim, os dedos de ambas mãos, fazendo o sinal de ele, polegar e indicador. Não, o milagre não viria por um partido ou uma conjunção de partidos como reza o bom regime republicano. Em pleno século XXI uma dolorosa vez mais, a sociedade buscava um messias.
O que o messias do ele nos trouxe? Cizânia social, corporativismo social a propósito de "inclusão", "preferências" entre segmentos econômicos, corrupção, crise, crise e mais crise.
Claro que a cizânia e a "inclusão" e "resgate" das minorias tinha um custo. E quem pagou o custo? Os ele do metro quadrado mais caro do nordeste? (deixa estar, pois foi assim em VÁRIAS cidades ao longo do território nacional). NÃO, foi o povo personificado em mais de 14 milhões de desempregados e as mais de 60 mil mortes por ano em um país que se diz cristão em 95% dos que foram consultados pelo IBGE.
E o que vejo nas carreatas, nos aeroportos abarrotados, nos shows ao ar livre? Os DEDOS...sim, os dedos.
Só que agora o messias é outro. O "despachante" ou "procurador" do eleitor que NÃO QUER se envolver na política e na governança social no dia a dia. O eleitor tem a PLENA CONVICÇÃO de que seu "procurador" irá, SOZINHO e em um regime republicano, resolver todas, absolutamente todas as mazelas que o "homem do ele" criou.
Sim, os DEDOS apenas mudaram de posição. A sociedade requer a ORDEM, para se ter o PROGRESSO. Um dístico fixado em nosso pavilhão nacional, do positivista Auguste Comte: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”.
Sim, o dístico do positivismo busca condições sociais básicas, através do respeito aos seres humanos, salários dignos etc., e também o melhoramento do país em termos materiais, intelectuais e, principalmente, morais....BUSCAVA, pois o "Homem do ele" usado essas premissas como mote de campanha, como canto de sereia, consegui, uma vez mais, iludir os incautos.
Os DEDOS deixaram de apontar para cima e agora apontam para o horizonte. Simbolizam uma arma, um sinal de violência e não de diálogo. Violência necessária pois as minorias do "homem do ele" cresceram, fugiram e furtaram o diálogo, o bom senso e se encorparam e engoliram a decência, a ética, a coesão familiar e social impondo uma cisão entre iguais, entre conterrâneos, entre patriotas.
Uma sociedade que não consegue se auto-regular, busca, uma vez mais, no messias, a solução para seus conflitos e problemas mas passando procuração, sem querer, uma vez mais arregaçar as mangas e se envolver, profundamente, na gestão da coisa pública.
Eu só não sei se o novo messias conseguirá estar em tantos lugares para gerenciar, pessoalmente, tantos conflitos.
De minha parte claro está que votarei no novo messias, contudo sem a convicção de que ele logrará êxito, porque os DEDOS apertarão botões nas urnas eletrônica TAMBÉM ELEGENDO os algozes que, em breve futuro, irão inviabilizar toda e qualquer ferramenta ou forma com as quais, o novo messias irá atender os anseios e esperanças do povo. A impressão que me fica desse paradoxal cenário é a de que o eleitor dirigir-se-á a uma casa lotérica para, uma vez mais, fazer suas "apostas" para um futuro melhor.
Tenho esperanças que o MESSIAS BOLSONARO logre êxito em sua gestão de um, por demais, complexo e atribulado país, de confusa e facilmente manipulada idiossincrasia.
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