ANTONIO CELENTE VIDEIRA
O paradoxo e a contradição estão em pauta no dia a dia. Vejam que, quando os militares entregaram o comando do País à elite civil, e aí enfatiza-se a classe política, em 1985, fez de forma crédula e esperançosa. Esperava-se um entendimento nacional, apesar da natural eclosão de vieses ideológicos diferentes, coisa natural nas democracias.
Não se imaginava, portanto, que, a partir daquele ano (1985), iria se iniciar uma tênue resistência até culminar no acossamento raivoso aos que protagonizaram o usufruto, na legalidade, de cargos relevantes na República. Sim, isso é dito porque o retorno da classe política ao Poder deveu-se a decretação da anistia geral, ampla e irrestrita, e ao conseqüente consentimento da sua retomada às funções públicas. Os que alegam, principalmente para os mais jovens, que foi uma reconquista da democracia mentem e deturpam a verdade. Os chefes militares da época saíram de cena, por acreditarem na maturidade política daqueles que retornavam do exílio.
A partir desse momento, com maior ênfase no início dos anos 90, o sentimento revanchista foi eclodindo, tornando-se cada vez mais consubstanciado e robustecido. À medida que os militares retornavam aos quartéis, preocupados com suas missões constitucionais, a perseguição aos mesmos se agigantava, com a decretação de atos, tolhendo-os a qualquer tipo de influência na administração do Estado.
Saem do segundo escalão do Governo, limitando-se ao comando das unidades militares, perdem o status de ministros, extinguindo-se os ministérios militares, para criar o Ministério da Defesa que ficaria sob a tutela de civis que, às vezes, desconheciam totalmente as liturgias da caserna. Comissões de Mortos e Desaparecidos, de Constituição e Justiça até culminar na Comissão da Verdade são estabelecidas, para sufocar e deprimir a moral daqueles que sempre estiveram e estão prontos a socorrer a nação, nos mais diversos tipos de missão, desde Defesa Nacional, passando por ações cívicas e chegando à manutenção da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Na última década do século XX e na primeira década do século XXI, os militares brasileiros foram considerado vilões, tudo em decorrência de uma propaganda psicológica bem articulada, mas mentirosa, aliada ao aparelhamento do estado, principalmente nas universidades e nas redações dos jornais. A mudança curricular dos cursos das áreas humanas caracterizou deformação no pensar da juventude, levando-a tornar-se constituída de profissionais com olhares obtusos quanto ao nosso passado. Passou-se a conviver com ditos intelectuais, mas totalmente robotizados. Por exemplo, nomeou-se a revolução democrática de 1964 de golpe militar, governos revolucionários de ditadura, e outros adjetivos que se consagraram na literatura estudantil e na mídia profissional, propositalmente reescrita no fragor da vingança erudita.
Acontece que, com o passar dos anos, o Brasil foi se afundando, sua economia começou a entrar em putrefação, o desvio de recursos em benefício próprio alastrou-se, culminando em escândalos, como por exemplo, o mensalão e a lava jato. Aliado a isso, toda uma ideologia voltada para o desmerecimento de valores salutares da família, com o afrouxamento da justiça, estimulando assim desvios de condutas, com a progressiva violência urbana, se agigantou em nosso meio.
Esse cenário aviltante passou a ser a nova ordem estabelecida, sendo aceito por currículos escolares, tendo aquiescência, às vezes, de mandatários encastelados nas várias instituições. Preceitos religiosos passaram a ser questionados, surgindo assim agendas sociais que pisoteavam padrões e crenças arraigadas em um povo bom e ordeiro. Parecia que o coletivo comunitário nacional chafurdava.
Mas nem tudo estava perdido. Às vezes, do caos surge o equilíbrio, das trevas sai a luz, da descrença manifesta-se a esperança. O lançamento da candidatura à Presidência de JAIR MESSIAS BOLSONARO despertou, no início, preocupação nos ditos “progressistas”. Com o decorrer do tempo, BOLSONARO começou a atemorizar os protagonistas desse estado de coisas. Na verdade, com o crescimento da adesão da sua candidatura, grande parte das forças sociais sentia-se ameaçada em perder seu status, o que lhe tolheria outros avanços.
Particularmente, ao longo dos meus setenta anos de existência, nunca vi um cidadão ser perseguido e enxovalhado como foi o deputado BOLSONARO. Seus opositores, principalmente os partidos de esquerda, procuraram tudo que desabonasse sua conduta, a mídia, além de lhe negar espaço, procurou sempre desmerecer sua pessoa como homem público. A própria Justiça, constantemente, investigava seus ímpetos diante das agressões de seus opositores. Enfim, até a classe de artista e intelectuais procurou difamá-lo, qualificando-o de homofóbico, misógeno, racista, facista e outros “istas” , com o único propósito em destruir sua imagem como alguém que se situava fora do sistema. Aliás, opor-se ao “mecanismo” é tornar-se magnânimo de espírito.
O que não se levou em conta por estes segmentos foi que o povo já não agüentava mais uma retórica que se iniciou há trinta anos, culminando nos últimos quinze anos com a administração petista. Não houve alternativa à sociedade brasileira pedir, de novo, a ajuda dos militares, já que os mesmos haviam socorrido a nação em abril de 1964, impedindo que o Brasil, naquela época, se tornasse o primeiro enclave comunista na América do Sul. Esse amparo seria através da vitória, pelo voto, do velho Capitão da reserva. Foi o bom combate, já que sem apoio da mídia, com a ausência de recursos financeiros, impossibilitado de sair para comícios e passeatas, por estar com a saúde abalada, em conseqüência do atentado a sua vida em Juiz de Fora, conseguiu vencer, e muito bem, o pleito democrático de 28 de outubro de 2018.
O triunfo democrático de BOLSONARO não deve ser encarado como uma simples vitória eleitoreira. Deve sim ser interpretado nas entrelinhas circunstanciais, em sua hermenêutica contextual, pois ele encarnou a vontade popular, na busca por reformas, além de, sobretudo, agradecer a proteção divina. No dia da aclamação das urnas, a prece pronunciada pelo senador MAGNO MALTA foi um hino sagrado ao Criador, ato inusitado e primeiro demonstrado por homens públicos na República brasileira. Na verdade, o êxito de BOLSONARO tornou-se um fenômeno social, para não dizer uma revolução espiritual. Queira ou não os analistas políticos e sociólogos aceitarem, certamente, seus vaidosos diagnósticos, nos mais diversos e potentes canais televisivos, foram equivocados e eivados de burras conclusões.
Por tudo isso, que o retorno de militares e civis de bem ao Poder, pelo voto, seja a bênção que há de alavancar a Pátria a patamares da justiça e da ordem.
BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS.
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