Tô na Ala, Presidente!
Para mim, como ex-piloto militar e combatente, o que melhor me personifica a palavra CONFIANÇA é a breve frase: Tô na sua ala!!
Deus me deu a oportunidade de voar 16 tipos de aeronaves na Gloriosa Força Aérea Brasileira por cerca de 20 dos meus 35 anos de carreira. Tive, também, quatro anos de experiência na aviação de helicópteros offshore, em transporte de passageiros de aeroportos para plataformas e navios e vice-versa. Esses não eram voos emocionantes, o "pé e mão" artesanal. Muito pelo contrário, a legislação e as doutrinas nos obrigavam a operar praticamente todo o tempo no piloto automático. Bem burocrata e mecânico esse tipo de vôo.
Tive experiências reais em muitas e muitas panes em vôo, entrada e saída de formações chuvosas e mau tempo, aliás, horripilante tempo, tanto de dia como à noite, em locais serenos como Campina Grande PB ou Palmas TO como nos turbulentos e abarrotados terminais aéreos para pouso em Congonhas SP ou Galeão RJ. Ali, nas quase artesanais aeronaves da FAB (note-se vinte anos atrás), todo santo dia era, de fato, uma aventura diferente. Um eterno "Jesus te chama!!"
Tudo era, até, muito seguro e sereno mesmo quando os pousos eram em formação de duas ou quatro aeronaves, o "coro de ripa cantava nas costas", embora eu como piloto ou da segunda aeronave na ala ou liderando o segundo elemento voando a terceira aeronave na formação não deixava de ficar tenso.
Houve um dia, perdido no passado, em que me senti o "pica das galáxias". Havia pousado quatro helicópteros no aeroporto do Galeão após receber quatro novas aeronaves Esquilo HB-350, na fábrica da Helibrás, em Itajubá MG. Chegamos na terminal RIO, descendo a serra no "Jesus te chama" após sobrevoar São José dos Campos SP, seguindo para o litoral e descendo em Ubatuba SP.
Dali, pelo maravilhoso e estonteante litoral prosseguimos até Mangaratiba RJ, na entrada da ocupadíssima terminal Rio. O "coro cantava" na terminal. Para não "pagar o mico e arregar" pousando bem antes em Santa Cruz RJ, declarei ao controlador que decisão tomaria. Ele com voz jovem e nervosa devido a nossa condição: QUATRO irrisórios helicópteros (de fato são pequenos) entrando em uma ocupadíssima terminal com o sinal radar "entrando e saindo".
Dali, pelo maravilhoso e estonteante litoral prosseguimos até Mangaratiba RJ, na entrada da ocupadíssima terminal Rio. O "coro cantava" na terminal. Para não "pagar o mico e arregar" pousando bem antes em Santa Cruz RJ, declarei ao controlador que decisão tomaria. Ele com voz jovem e nervosa devido a nossa condição: QUATRO irrisórios helicópteros (de fato são pequenos) entrando em uma ocupadíssima terminal com o sinal radar "entrando e saindo".
Fiz um "petit comitée" com as demais três aeronaves na ala e perguntei: "E aí? Vamos prosseguir?!" Os três responderam: "Afirm..tô na ALA!! Após o feedback, galhardamente comuniquei ao controlador: Ciente, requer visual especial com referências no solo, prosseguimos para o destino, Galeão!!
Bem, São Pedro lá de cima deve ter falado: "Lá vai minha tranquilidade para o espaço".
A tranquilidade dos controladores (e também do meu esfíncter) se deu ao ladearmos o maravilhoso Cristo Redentor em direção ao Morro da Penha. Dali para o pouso na pista 15 do Galeão.
Ao pousar, claro está que fiz uma ceninha de Tom Cruise, só faltou a doutora gata de cabelos esvoaçantes vir me abraçar, pois o chiclete já havia virado carvão de seco (mastigadas nervosa voando com mais três almas no mau tempo), de Santa Cruz até o Santos Dumont. Ainda dei aquela volta fudência e cheia de pose nos helicópteros. Acreditem, foi o melhor momento em meus 35 anos de serviço.
Ao pousar, claro está que fiz uma ceninha de Tom Cruise, só faltou a doutora gata de cabelos esvoaçantes vir me abraçar, pois o chiclete já havia virado carvão de seco (mastigadas nervosa voando com mais três almas no mau tempo), de Santa Cruz até o Santos Dumont. Ainda dei aquela volta fudência e cheia de pose nos helicópteros. Acreditem, foi o melhor momento em meus 35 anos de serviço.
O vôo na ala nos leva a confiar, até a vida, no líder da formação. Enquanto nós protegemos a formação vigiando o espaço das laterais das aeronaves para trás, o líder CUIDAVA de todos nós, voando até em baixa altura ou rasante, necessário para se ocultar dos radares do inimigo. Isso em ravinas e, até, em terrenos montanhosos. Nosso trabalho era manter os olhos grudados na asa do avião do líder para mantermos a posição. E o que vinha adiante de nós? Eu não via nem sabia, o líder foi preparado para nos conduzir em meio ao risco para locais seguros. NISSO EU CONFIAVA E CONFIO! Estou vivo e dono de minhas faculdades mentais agora por causa de meus competentíssimos líderes de formação. Aliás, o processo para se formar e ser diplomado líder em qualquer aeronave militar é extenuante e REQUER MUITO PREPARO técnico e intelectual.
Então, o "Tô na tua Ala" tem um enorme peso, densidade e significado para mim e para a grande maioria de pilotos na FAB. (acredito que o mesmo se dá com os companheiros da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro).
Mas o evento maior, onde descobri o Líder que eu queria ter na vida, meu grande mentor, ocorreu quando era tenente-coronel, comandava uma unidade aérea no Recife PE, deslocada para uma manobra conjunta com outras forças aérea, em Santa Maria RS.
A esquadrilha da Fumaça vinha de uma feira aérea internacional em Santiago, no Chile. Com previsão de pouso dela para o meio-dia fui dormir apreensivo. Fui contemporâneo do Líder, o Voget, "alemão", amigo de turma do sub-comandante e ex-comandante de dois dos pilotos novos. Apreensivo após consultar o briefing meteorológico para o dia seguinte. Previsão? Pesadas formações de nuvens e muita chuva para o meio-dia e para a tarde. O "pau ia cantar" feio!!
Uma hora antes aboletei-me junto aos controladores radar táticos, eles "já tinham" a Fumaça sob vigilância. O líder já conhecia a situação. E comecei a ficar impressionado e apaixonado pelo tom de voz: Em meio a todo aquele cenário caótico, a voz do Voget era serena e segura. Respondendo e "cotejando" ao controlador e passando a situação para os alas. Estes por sua vez, também respondiam: "dois, ciente!" "três, ciente!", até o "seis, ciente!" Masters no que faziam afinal, eram "Fumaça".
Ansiosos, uma multidão de oficiais e graduados olhávamos para as fortes formações na reta final para pouso na pista. A visibilidade muitíssimo prejudicada. O pouso seria MANDATÓRIO por instrumentos, ou seja, seguindo rigorosamente as diretrizes de uma "carta de aproximação e pouso". O líder Voget definiu. Entretanto, mais adiante, um experiente controlador de aproximação de precisão assumiu o posto de sugeriu vetoração radar para pouso de precisão. Quando as luzes das seis aeronaves apareceram dentre as nuvens baixas eu chorei, minha perna tremia muito e os aplausos e vivas explodiram dentre a audiência. A Fumaça foi elegante, como sempre, em seus pouso com os seis rigorosamente posição, rigorosamente. Aquela imagem não me sai da cabeça vinte anos passados. A Fumaça foi magnânima!!
O que me impressionou, todo o tempo, foi a serenidade do alemão em sua voz, em seu comandamento e em seu cotejamento. Deixou-nos todos impressionados, pois do chão víamos o caos nos céus. Com segurança de quem conhece, com serenidade, Voget conduziu as seis aeronaves, rigorosamente alinhadas em suas posições "cerradas" para o pouso "de precisão" e seguro, em meio às condições meteorológicas severamente adversas.
Saliento também a serenidade dos demais pilotos, seus alas, que revelava a eterna confiança no líder. Afinal, eles eram Fumaça!!
Saliento também a serenidade dos demais pilotos, seus alas, que revelava a eterna confiança no líder. Afinal, eles eram Fumaça!!
Fiquei saudoso de um Voget em minha carreira. Nunca tinha tido. O resto da carreira também me deixou saudades do que não tive. Aliás, só tive um contato pessoal com o Voget: quando ele me deu um brifim, mas sem concluir o vôo, para um voo de planador Blanick, no início de minha carreira como piloto, nos idos de 1979. Sem apertar as mãos, me despedi com um "sim senhor, cadete!"
Finalmente, na reserva, Deus me deu o meu líder, o "Voget": O Presidente Jair Messias Bolsonaro.
Minha admiração por ele remonta do acompanhamento de seu árduo trabalho como vereador do RJ. De lá saiu para uma discreta atuação na Câmara dos Deputados. Sempre humilde e trabalhador. Nas duas vezes que nos cruzamos, ambas a bordo de aeronaves em promoção, conversamos e ele, humilde, atendia-me e ouvia-me com atenção.
Eu sou muito seletivo nas amizades que tenho e contatos eventuais. Eu admiro o Bolsonaro por conhecer, por estudar o Brasil e seu sistema político e econômico há mais de trinta anos. Esse conhecimento começou como um hobby e depois virou farol de carreira e vida. Até hoje estudo muito sobre Brasil.
Servindo em Brasília vi o início da carreira política de todos que lá estão, fora os mais antigos, os que lá estão sem nunca terem largado o filé. Esse conhecimento me levou a ser selecionado para um mestrado internacional em Segurança e Defesa Hemisférica em Washington, EUA, ocasião na qual, pelos conhecimentos sobre Brasil demonstrados em aula, fui convidado para falar de nosso país para brasilianistas da National Defense University e para concludentes do mestrado em Relações Internacionais na American University. Posso serenamente dizer que amealhei um considerável conhecimento sobre Brasil nos últimos trinta anos.
Servindo em Brasília vi o início da carreira política de todos que lá estão, fora os mais antigos, os que lá estão sem nunca terem largado o filé. Esse conhecimento me levou a ser selecionado para um mestrado internacional em Segurança e Defesa Hemisférica em Washington, EUA, ocasião na qual, pelos conhecimentos sobre Brasil demonstrados em aula, fui convidado para falar de nosso país para brasilianistas da National Defense University e para concludentes do mestrado em Relações Internacionais na American University. Posso serenamente dizer que amealhei um considerável conhecimento sobre Brasil nos últimos trinta anos.
Por ter, eventualmente, tido contato com parlamentares e suas peculiares dinâmicas "de carreira" em busca de liberações orçamentárias ou os atendendo em embarques e desembarques na Sala de Autoridades da Base Aérea de Brasília, setor que era chefe e responsável, tive contato com vários deputados, senadores e ministros. Curiosamente nunca atendi o deputado Bolsonaro lá. De sorte que, aliado aos estudos e aos contatos pessoais com os políticos posso dizer que conheço razoavelmente bem aquele "metier". Nenhum deles se aproxima da embocadura e estatura ética e moral do Presidente Bolsonaro.
Quando ele foi eleito finalmente senti orgulho de ser representado por alguém que boa parte de nossa sociedade ansiava, apesar de não merecer. A composição de sua excepcional equipe de ministros e de cargos de segundo e de terceiros escalões só confirmou a retidão moral e a forma escorreita com ele deixa claro sua honestidade de propósitos e sua ética de vida. Um militar que como aluno da EPECEX anuncia ao instrutor ter tirado uma nota maior do que merecia de fato, não pode pairar sobre ele e educação que deu a sua família qualquer sombra de dúvidas. Portanto, com a mais absoluta serenidade e conhecimento sobre os viventes do Planalto Central, digo: A sociedade brasileira NÃO ESTÁ PREPARADA para ter um presidente como o Bolsonaro. Portanto, minha admiração não é tietagem. Muito pelo contrário, é fruto DE MUITO CONHECIMENTO, MUITO!!
Considero que, depois do presidente Castello Branco, o presidente Bolsonaro com sua farta experiência parlamentar e embocadura ética, é o melhor presidente que a sociedade brasileira já teve. Contudo, infelizmente, ainda não se faz merecer.
Embora na reserva remunerada, Deus me deu o meu líder dos sonhos, o "Voget", para eu proteger as laterais e a retaguarda e nele confiar nossa condução para um futuro seguro e sustentável. Enfim, para o objetivo, para o pouso final.
Finalmente Deus me deu a oportunidade de, com imenso orgulho, dizer:
Prof Jefferson W Santos MsC
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