sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ouvirumdum!!


Sobre urnas, lotéricas, Independência e o caminho para Pasárgada.

O que mais está me incomodando é que nos últimos dois anos de FHC a mídia e as redes sociais, poucas na época, estavam repletas de notícias de fofocas políticas, preocupadas com o que FHC comia, espirrava, se fazia cara de zangado, com quem Lula falava, a cerveja que Lula bebia, enfim, uma cacetada de detalhes inúteis enquanto o país, principalmente nas grandes cidades, em manobras orquestradas pelo PT, vivia paralisado por sindicatos em greve, invasões do MST inclusive em estradas e pedágios, invasões de índios e sem-tetos em órgãos públicos, greves e paralisações em Correios, centrais de distribuição de energia elétrica, transportes, hospitais etc etc etc.

Mas o brasileiro, por gostar de novelas, seguia embevecido por notícias padrão "do último capítulo da novela" sendo alimentado na tola impressão de estar acompanhando e por dentro do dia a dia do país.

O problema de fundo eram os grandes temas relegados ao esquecimento mas que influenciavam, sobremaneira, a saúde, o conforto e a segurança do cidadão eleitor, mas ele insistia em não se preparar para entender e melhor votar.

Venderam a idéia da MUDANÇA. Pois como se fora em uma perversa loteria, o cidadão votou para MUDAR. Hoje estamos não só na mesma merda mas em merda pior, no trânsito, na segurança, nos sinais de celulares que não funcionam, etc etc

A loteria teve um resultado perverso e nítido.
O que temos, então, após onze anos de PT no poder? Em que você pode dizer, com certeza, que melhorou? Em quase nada, em quase absolutamente nada. Não adianta contabilizar acesso a automóveis e bens de consumo, pois são passageiros e incidem de forma perversa nos demais segmentos. De que adianta ter carro novo se o atendimento hospitalar público não melhorou? Apenas a título de exemplo.
O que mais me preocupa é que o cidadão comum teve o acesso a informação aumentado substancialmente nesses últimos onze anos, todavia sua capacidade de perceber e processar, de forma útil, a informação ao seu redor, não melhorou em quase nada.
Uma sociedade preguiçosa, que não gosta de ler, portanto não se prepara para os desafios e para o futuro. Sociedade educada e habituada aos resuminhos para passar na prova ao invés de pesquisar os motivos e dinâmicas dos fatos sociais e econômicos que em nosso caso teimam e se repetir. Uma sociedade que se diz consciente mas não faz a menor idéia do que venham significar os versos e estrofes do próprio hino nacional. O doloroso e vergonhoso "ouvirundum" de mãos dadas com jogadores mascando chicletes nas hipnotizantes aberturas de jogos da seleção. Uma sociedade que não se dá ao valor e, por isso, é sistematicamente manipulada.

Novamente estamos prestes a comprometer o país em mais uma loteria, principalmente com os candidatos que temos nas três esferas do poder e, nova e dolorosamente, propostas cretinas, mentirosas e  manipuladoras, todavia simpáticas, charmosas e inclusivas. novamente a aceitação geral em função da incapacidade de absorver os deletérios e mentirosos conteúdos das promessas eleitorais e, de forma  repetida a atenção da sociedade em temas banais, em fofocas sobre candidatos, uma vez mais sendo vergonhosa e descaradamente, manipulada pela mídia controlada pelo PT.

A imaturidade, a letargia e o desinteresse da sociedade nos temais mais fundamentais (saneamento, educação, saúde pública, transporte, mobilidade urbana, resíduos sólidos, energia, relações internacionais, geração de empregos, previdência deficitária, etc etc) uma vez mais para o buraco, bem esquecido pelo desinteresse e pela contumaz e inexorável imaturidade do cidadão brasileiro.

Quando é que a sociedade irá se tornar digna de sua cidadania? Quando é que vai adquirir responsabilidade social e vergonha na cara? O futuro está-nos sendo roubado de forma inclusiva e politicamente correta e charmosa e a anomia social não se esgota. Uma vez mais trocaremos seis por meia dúzia e os problemas de base ignorados. Lamentável, lamentável.

Se pudesse já estaria com o pé na estrada, em busca de Pasárgada, não para ser amigo do rei, mas na vã esperança de viver entre gente séria e comprometida. 

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