Estava na fila esperando, pacientemente, minha vez de ser atendido.
Chegara cedo par evitar a dita fila. No mesmo intuito, para me antecipar, fiz a compra, a reserva de assentos e o check-in na webpage da empresa.
A opção por imprimir no espaço da empresa, no aeroporto, pareceu-me mais adequada e, até, segura. Estava evitando portar comprovantes desnecessariamente.
Em pleno fim da primeira década do século XXI, utilizei os recursos informacionais ao meu dispor, claro está que às minhas expensas: computador, softwares, conexão (lentium) e linha de celular para receber confirmações. Os meios causaram-me excelente impressão confirmando ser a informática uma elisão de informação automática...e rápida.
A chegado cedo ao aeroporto era para, exatamente, evitar a fila, ficar em pé olhando para o mural ou para outros sonolentos em uma modorrenta manhã de terça-feira.
Diriji-me, feliz e lampeiro, resoluto para um pod de layout simples e, ao mesmo tempo, sofisticado o suficiente para me proporcionar muitas informações a um simples toque digital.
Sinto um quê de orgulho e felicidade ao ver a tira longa e amarela ser expelida na parte baixa do pod. Atendendo à orientação da uma funcionária cujo posto de trabalho poderia ser reconsiderado com o uso de farta tecnologia (bem, se não diminuímos a quantidade de frentistas em postos de gasolina, em aviação, uma atividade considerada de parcela mais rica...nem pensar!!) prossigo para a fila.
Bem, uma fila. Esperava não encontra-la, principalmente por causa da quantidade de funcionários nos guichês de check-in.
Mas ela estava lá. Parecia zombar de mim e, ao mesmo tempo, me sussurar: Mané!! Você esqueceu de um detalhe: A idiossincrasia!!
Ainda um tanto perplexo, observei uma boa quantidade de pessoas que não usaram os mesmos meios que eu havia usado. Também havia eles...eles mesmos, os de sempre...os retardatários. Toda a atenção e vez no balcão dada a eles para que os vôos não saíssem atrasados.
Ao longo de mais de vinte minutos, em meio a usuários, como eu, atualizados, conscientes e absolutamente sintonizados com os meios da modernidade, absolutamente inseridos na “sociedade em rede” (Castells..exelente livro, vale e pena a leitura), na empresa 2.0, dentre vários atributos “tudaver” dado pela literatura corporativa mas que, no fundo, se comparados aos demais já citados, seríamos nada mais nada menos que: Manés!!
Nos posts que tenho lido e acompanhado, as críticas recaem sobre as empresas que não estão preparadas para a web 2.0 por não tratarem bem seus empregados (aliás...colaboradores!!) Fico imaginando quando começarão a avaliar o comportamento de indivíduo como usuário, cliente, que não está pronto (talvez) para tanta tecnologia.
Confesso que em meus devaneios comecei a pensar no que fazer com toda a tecnologia sobre a qual me debrucei e mergulhei.
Enfim, percebi que a caminhada será longa.
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