terça-feira, 19 de março de 2013

Pré-sal na nau da insensatez



Este diálogo tive com meus familiares em casa no último domingo.

Por que as enchentes não cessam todas as vezes que se chove? Por que temos violência nas ruas? Por que há surtos de energia elétrica? Por que sofremos no transporte coletivo? Por que há homéricos engarrafamentos nas grandes cidades? Resposta: Superpopulação nas grandes cidades e incapacidade gerencial, física, orçamentária e política de se dar solução a este problema.

Origem? Cidadãos que emigram de suas regiões para tentarem a sorte de uma vida melhor para si e seus filhos nas grandes cidades.

Mas por que lá não ficam? Por que os Estados onde moram e para trás deixaram não lhes oferece condições de emprego, de formação, alimentação e educação de suas famílias.

E por que isto ocorre? Por não terem desenvolvimento, estradas, energia elétrica e dependerem, pesadamente, de repasses orçamentários do governo cuja origem são outros Estados mais desenvolvidos.

Só isto? Não, os outros Estados também possuem mais riquezas naturais, tem melhor capacidade de desenvolver agricultura e indústrias, daí surgem mais empregos, mais ocupação, menos violência, mais arrecadação de impostos etc etc.


Por que este assunto surgiu?

Porque por serem cariocas, naturalmente, gostariam de saber porque sou contra não se dividir com a sociedade, que é a proprietária constitucional, de toda a riqueza do subsolo terrestre e marinho.

Ninguém se lembra que o Rio se beneficiou dos royalties da extração de ouro de Minas Gerais e do Pará (Serra Pelada). Tampouco outros estados também beligerantes para a exclusividade dos royalties.

Também porque não acredito no pré-sal. Comemoraram no governo o "record" de 300 mil barris no ano de 2012. Pousei em um navio que processa quase isto por dia.

Pré-sal será, por muitos anos, o ovo no esfíncter e reto da galinha. Fazer despesas com esta crédito incerto, para min, não só é insensato como estupidez, quando não crime.

Ademais, as pessoas virão para estes Estados melhor aquinhoados, irão se avolumar nas periferias, irão para as ruas por não terem qualificação, as prefeituras, por motivos previstos na Constituição, terão que gastar o que ainda não foi creditado, em benefícios sociais, saúde pública, saneamento, contenção de violência urbana, transporte público etc etc. 

Ainda sem falar no preguiçoso cidadão, carioca, paulista, capixaba, catarinense etc etc que não irá se dar ao trabalho de acompanhar a gestão pública desses supostos recursos, ou seja, morar e viver nestes Estados será, muito em breve, não só um desafio e desconforto, bem como um eventual inferno.

Será que vale a pena não distribuir com os demais estados estes prometidos e futuros recursos?
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