quinta-feira, 23 de maio de 2013

Custo alto da energia e do gás prejudica a competitividade

Um assunto maiúsculo para uma sociedade democraticamente amadurecida (nós?!?!?).
Ambientalismo e Ideologia são fatores predominantes nessa equação. O primeiro nos empurra para os braços do segundo, no caso a Bolívia de Evo Morales, de acordo com a doutrina do Foro de São Paulo.
De sobra, os ambientalistas, a quem atribuo "inimigos íntimos" combatem Belo Monte.
Conseguem aquilatar o alto custo para nosso desenvolvimento?



Custo alto da energia e do gás prejudica a competitividade
 Domingos Zaparolli 
Valor Econômico



Os preços de dois insumos básicos da indústria química, energia elétrica e gás natural - este último utilizado como fonte energética e matéria-prima petroquímica - afetam a competitividade da indústria nacional a ponto de paralisar fábricas e desestimular investimentos. A constatação é da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

A produção de gases industriais, cloro, soda e PVC, por exemplo, são eletrointensivas. Enquanto nos EUA o custo do megawatt hora está entre US$ 40 e US$ 50, no Brasil custa o dobro, na casa dos US$ 90. Como diz Fátima Giovanna, diretora de economia e estatística da Abiquim, os produtores químicos se abastecem no mercado livre de energia. Para eles, a redução do custo da energia elétrica, em decorrência das mudanças regulatórias promovidas em 2012 pelo governo federal, praticamente não trouxe benefícios.

O setor químico também é o maior usuário industrial de gás natural como fonte de energia para caldeirarias. Polos petroquímicos, produtores de fertilizantes e de químicos inorgânicos estão entre os principais usuários. Nesse caso, a diferença é de um custo para o consumidor industrial, dependendo de sua localização, entre US$ 13 a US$ 14 por BTU (Unidade Térmica Britânica) no Brasil, contra US$ 3 ou US$ 4 nos EUA.

A diferença de custo energético desestimula investimentos. Em 2012, o país importou 1,1 bilhão de toneladas de soda, a um custo de US$ 420 milhões, e 403 mil toneladas de PVC, pagando por isso US$ 469 milhões. "São volumes que justificariam a construção de novas unidades produtivas no país", diz Giovanna.

O gás natural também é a principal matéria-prima da petroquímica. Ele é utilizado na produção de insumos químicos como etano, base da cadeia produtiva do plástico, por exemplo; na produção da ureia, utilizada em fertilizantes, no metanol, base de várias resinas, nos isocianatos, que servem para fabricar espuma, e no negro de fumo, utilizado na produção de pneus e de tintas.

Segundo Giovanna, o Brasil importa entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões por ano de produtos da cadeia produtiva do gás natural. Em 2012 foram importadas 2,8 bilhões de toneladas de ureia, 51,4 mil toneladas de negro de fumo e quase 638 mil toneladas de metanol, enquanto produtores brasileiros estão trabalhando com alto índice de ociosidade em suas fábricas. Algumas unidades estão paralisadas, como a fábrica de metanol da GPC Química e a fábrica de isocianato da Dow.

O consultor Otávio Carvalho, da Maxiquim, diz que o custo do gás natural tem desviado investimentos que poderiam ser feitos no Brasil. Empresas brasileiras, como a Braskem, por exemplo, adiaram para 2014 a decisão sobre investimentos no Polo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), mas acelera seus planos produtivos no México. Unigel e Oxiteno também levaram investimentos para o México. "Se quisermos uma indústria petroquímica completa, temos que ter custos próximos aos americanos", afirma.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GEOMAPS


celulares

ClustMaps