sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Checklist



Em uma tradução livre, adequada para este contexto, seria uma “lista de verificações”.

Um checklist retrata um sequenciamento lógico quando ações adequadas, praticadas em momentos oportunos e em uma sequência cronológica são realizados, de forma concatenada em uma “hierarquia” de fluidez e de funcionalidade.

É, também, uma lista em hierarquia de importância de atos a serem realizados, um APÓS outro, JAMAIS simultâneos. Em uma cabine de vôo, sobretudo sob severas condições meteorológicas e de baixa visibilidade adiante, ainda que em período diurno, o “checklist” permite que o outro piloto confira (check!) ou realize os itens ao serem enunciado. Ao fim de cada etapa anunciam o “compliance” após concordarem e aceitarem a sequência como correta e adequada.

Em minha experiência como piloto voei mais de quinze aeronaves de categorias diferentes, entre aviões e helicópteros, mono e bi-motores e a doutrina intelectual de seguir, criteriosamente, os “checklists” sempre deu-me a garantia de um vôo seguro e consolidou aos demais a imagem de um profissional sério, dedicado, previsível e seguro. Enfim, um portfólio confiável e consistente.

Já em minha vida funcional e organizacional, chefiei mais de vinte setores e organizações distintas em natureza, porte e localidade. Os “checklists” que sempre me deram tranquilidade confiança para enfrentar todo e qualquer desafio, mesmo os intempestivos e inusitados.

Nas organizações, e também na atividade aérea, os “checklists” são estruturados na forma de diretrizes, manuais, normas e atualizados por circulares. A vantagem dos “checklists” é que não são engessados. Muito pelo contrário, são constantemente atualizados por intermédio de “lessons learned” ou lições aprendidas onde mudanças de contextos socioeconômicos são considerados. Novos conceitos e passos a serem seguidos são incorporados ou substituem os já sem pertinência ou validade.

Quanto às diretrizes, tais coletâneas enxergam e interpretam o cenário e orientam a interação mais adequada e oportuna, de toda organização, com o cenário do macroambiente e mercado onde a empresa está inserida. 
Devem ser encaradas como uma lista de experiências anteriores de sucesso e insucesso refletidos e depurados, sempre em busca da eficiência, colocados no papel e assinados.

No âmbito interno organizacional servem como “bíblias” ou “teclas SAP” através das quais todo elenco de normas e circulares servem para traduzir as melhores práticas, as “best practices” 

Dessa forma agregam valor e conhecimento ao incorporar experiências exitosas vivenciadas por outros anteriormente. Elas estabelecem o “modus operandi” através do qual o mercado vê, entende e aceita sua organização e a credibilidade do elenco de integrantes da empesa por intermédio da qualidade do bem ou serviço por ela produzidos.

Representam, também, uma sequência coerente e eficiente de atos que são entendidos e aceitos após certificados pela experiência funcional e vivencial de cada indivíduo ou setores envolvidos, diretamente, no processo.

Da mesma forma, garantem segurança até mesmo aos colaboradores recentes ou novos na empresa mesmo que estejam no dia anterior a uma grande e importante auditoria. Tive, como fato, recente experiência na empresa onde trabalhava cujos diversos setores enfrentaram vários problemas com auditorias externas por não serem seguidos passos elementares de suas próprias diretrizes e normas. Como resultado recebiam notificações com “não-conformidade” (com os próprios procedimentos estabelecidos em suas diretrizes organizacionais), fato que um “checklist” bem praticado certamente não dá espaço para tal acontecer.

Enfim, o que posso lhes dizer, por experiência de mais de trinta e cinco anos como PILOTO E GERENTE,  é que “Sigam os checklists”, pois são os “caminhos das pedras” para a eficiência, segurança, consistência, confiança e sucesso.

Bons Vôos, sucesso em seus projetos.
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