quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FORECAST


"O presente artigo trata de importância de se avaliar,  antecipadamente, o cenário no qual seu trabalho e organização estão inseridos. Permite estabelecer alternativas de ação e torna o processo decisório mais consistente e confiável."

Lidar com o desconhecido é uma preocupação latente em qualquer ser humano, em qualquer atividade na qual ele estiver inserido.

Quando nos encontramos no “olho do furacão” logo nos ocorre aquele desejo de ter, antecipadamente, previsto aquela situação para termos melhores e mais opções, melhores e mais acessíveis e seguros caminhos alternativos.

Na aviação, consultar um “Weather Forecast”, para pilotos é uma atividade imprescindível, posto que todo e qualquer vôo, por mais curto e breve que seja guarda, em si, o desconhecido, pois faz parte de sua natureza.

Mesmo em um curto vôo de helicóptero voando a baixo nível ou a mais de 35 000 pés de altitude, em um jato executivo, a oportunidade, segura e confiável, de se ter escolhas alternativas antecipadamente ocorre com o auxílio dos “forecast”.

“Weather Forecast” são previsões meteorológicas elaboradas por especialistas, também chamados de previsores (.stricto sensu).  Eles se encontram naquelas salas de aeroportos de médio e grande porte que é sinalizada por uma grande placa amarela, com uma enorme letra “C”, em azul. É um símbolo convencionado em todo mundo. Também encontramos tais especialistas nos CMA (Centros Meteorológicos de Área), também disponíveis, até por telefone, para pilotos em aeroportos de pequeno porte ou lugares remotos sem tais infraestrutura.
O papel de um previsor é estudar e interpretar as condições meteorológicas com base em comportamentos históricos. Eles se reptem com frequência determinada sobre cada quilômetro quadrado da superfície da Terra. Ou seja, fenômenos que surgem de tempos em tempos, ao longo das 24 horas, do afélio ao periélio (percurso da Terra ao redor do Sol). Apesar dessa relativa previsibilidade, alguns efeitos, para nós pilotos, variam substancialmente tornando-os incógnitas, o desconhecido. O pior deles, para mim, é a “windshear” ou a “tesoura de vento” (apelido atribuído ao fato de “cortar” a sustentação da aeronave, via de regra, na curta final para pouso).

Com relação ao uso dessas informações disponibilizadas pelo previsor e aliadas à experiências anteriores e muito estudo, gero um “conhecimento” sobre o fenômeno e procuro antecipar os resultados. Começo a planejar minha atividade gerencial: o vôo.

Para tanto, conhecia com profundidade o que tinha a fazer e as ferramentas com as quais daria conta da atribuição: a aeronave e seus diversos sistemas.

Quando havia uma programação de voo, um tipo de rotina, eu checava o “forecast” no dia anterior. Avaliava os comportamentos meteorológicos dos dias anteriores em busca de tendências para o dia seguinte. Se houvesse um pernoite fora da sede, ampliava a busca de informações para mais dois dias anteriores.

Já como gestor, subordinado ou liderando um setor ou organização, comportava-me da mesma forma. Todo e qualquer projeto ou simples atividade de rotina era antecedido de um estudo do “forecast”.

Uma tarefa ou projeto dificilmente é inédito em sua íntegra. Ainda que assim fosse, suas características gerenciais básicas muito se assemelhavam a tarefas ou projetos anteriores. Desta forma, recorria aos registros históricos escritos (“lessons learned” - lições aprendidas) ou conversava com quem já tinha tido experiência semelhante.

O Planejar (o “P” do PDCA- Plan, Do, Check and Act) tornava-se mais simples e a tarefa ou projeto, como um todo, menos complexo. O medo do desconhecido se esvaía.

As informações de meu “forecast” gerencial ou as obtinha junto a dois tipos de fontes. O primeiro grupo eram os memorandos e circulares que completavam orientações registradas em normas setoriais e diretrizes organizacionais. Avaliava as que diziam respeito ao meu setor e àqueles que me auxiliariam na consecução dos meus objetivos.

O segundo grupo advinha das notícias diárias. Jornais, rádios e, recentemente, o “twitter” auxiliavam-me, sobremaneira, nas previsões e análises sobre que decisões tomar e como melhor me preparar.

Por hábito adquirido nos planejamentos de voo, também avaliava notícias que viessem interferir nos setores que me apoiavam. Assim greves nos transportes, bloqueios em estradas, apagões de energia elétrica, greves no funcionalismo público, etc, faziam parte de um cenário mais abrangente que, da mesma forma que o vislumbrava a partir do “forecast”, ajudava-me a estabelecer rotas e soluções alternativas e, sempre, me permitiam tomar decisões mais acertadas e seguras. 

Minhas sugestões:

Conheça bem as ferramentas de seu trabalho; 

Conheça bem a missão que você tem que executar;

Conheça as possibilidades de apoio de sua rede de precedentes; 

Avalie o cenário de atuação como se fora a análise de um “forecast’;

Peça ajuda e pergunte aos que já fizeram ou passaram por situação semelhante;

Decida com segurança;

Realize;

Defina seu FCS (Fator Crítico de Sucesso);

Estabeleça seus pontos de controle; e, sobretudo

Registre suas experiências, sucessos e insucessos.

Dá certo. Vai na fé!!
Boa sorte, bons voos!!
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