Stephen Kanitz
O futuro é para ser feito, não para ser previsto.
Esta é a grande linha divisória que divide administradores de um lado, e os sociólogos, cientistas políticos e acadêmicos de outro.
Muitos cientistas sociais tentam prever o futuro, para administradores o futuro é feito com suor e lágrimas.
A maioria dos administradores não pretende ficar rico assessorando especuladores, porque a maioria acredita que o futuro não dá para ser previsto.
O máximo que cada um de nós pode fazer é ter uma vaga ideia do que poderá acontecer, podemos saber o jeitão da coisa, e nada mais.
Existe sim uma luta de classe neste país, mas é entre aqueles que acham que o futuro é científico e previsível e aqueles que acham que o futuro traz surpresas que precisam ser bem administradas.
É a luta de classes entres os intelectuais que acham que sabem, e o resto da população que acha que não sabe tanto, mas trabalha produzindo coisas todo dia, não ideias.
E, para piorar a situação, a maioria dos intelectuais não é motivada por dinheiro. Se fossem não escolheriam a profissão de acadêmicos.
Intelectuais são movidos por prestígio, entrevistas na imprensa, plateias e programas de televisão.
Aparecer em público ou simplesmente aparecer, é a sua moeda de troca, a sua motivação.
E aí a questão que todo intelectual é forçado a enfrentar é: devo dizer o que eu penso, ou devo dizer o que a plateia quer ouvir.
Se meu compromisso é com a integridade intelectual, a minha opção é a primeira.
Se meu compromisso é com a vaidade, a segunda opção é que vence.
Ser pobre e ao mesmo tempo desconhecido é a morte para o intelectual.
Pobreza foi o preço que ele pagou para conseguir a fama intelectual.
Todo professor reclama de seus baixos salários, e com razão.
Intelectual paga um preço muito alto se disser algo que nenhum veículo publica ou jornalista quer ouvir.
Woody Allen retrata este personagem no filme Zelig. Zelig é uma pessoa tão amável, tão desejosa de agradar que concorda com tudo o que a pessoa ao lado diz.
Só que Zelig acaba indo ao psiquiatra com sério problema. Ao querer ser todo mundo, ele acaba sendo ninguém.
Sendo ninguém, e não tendo opinião própria, ele acaba esquecido, o contrário do que o intelectual politicamente correto maria vai com a onda do momento pensa.
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