segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Passárgada, onde te encontras?


Procuro entender o que ocorre no Brasil, mas não é uma tarefa muito fácil, sobretudo quando se olha para as preferências nacionais ou aquilo que prende a atenção do brasileiro, cidadão, eleitor.

O paroxismo que a sociedade vivencia nos últimos três dias deixa-me perplexo, pois não faço a menor idéia do que ocorreu em uma transmissão, ao vivo, onde sabendo por intermédio de artigos, notícias e inúmeras postagens nas redes sociais, sobre a decretação da prisão dos mensaleiros.

Conforme já me alertaram, eu deveria tomar conhecimento, caso contrário passaria a impressão de alienado. Sei lá, pode ser que eu seja mesmo.

Bem, do alto de minha ignorância para com estes eventos passageiros, risíveis e fátuos, pergunto-me se o Brasil acordou melhor com a condenação deles. Há algum projeto para modificação da Lei 8666, que permite alguns escalabros nas licitações? Ou da Lei de Responsabilidade Fiscal que sufoca prefeitos e gestores públicos para acabar com gastos excessivos mas, sobretudo, garantindo o pagamento da uma ENORME folha de pagamentos e de Restos a Pagar que sufocam toda e qualquer administração pública. Bem, como bom alienado, venho acompanhando avidamente esta matéria. Quantos dos que acompanham o affair dos mensaleiros sequer fazem idéia do que e como isto ocorre?

Outra matéria de minha predileção alienativa são os parcos recursos aplicados em infra-estrutura para melhorar o saneamento público. Em minha vã ignorância, creio que um bairro ou cidade alagadas, propriedades, bens e vidas perdidas devem, ou deveriam, captar mais a atenção do eleitor que uma mera ação judicial. 

Ainda tenho minhas dúvidas e agonias de ficar preso em engarrafamentos, sobretudo no Rio, mediante o congestionamento causado por construções e reformas de vias a fim de se dar consecução a obras de mobilidade urbana. Claro que adicionado a itens legalmente cumpridos em questionável quesitos atendidos na Lei 8 666, permitirá alguns sobrepreços e a inexorável e decorrente paralisação da obra pelo TCU ou Min Público.

Enfim, em minha visão há muito mais agendas fundamentais a merecem a atenção do cidadão eleitor, mas o prazer que ele sente em acompanhar momentos, falas e movimentos dos recém-encarceirados deixa-me perplexo, com uma enorme e incidente sensação de ser um peixe fora d´água e, sobretudo, de perda de tempo. Ou, quem sabe, um arauto nas areias do deserto do agreste, tendo somente mandacarús e cipós selvagens como testemunhas.

Ademais, os condenados estarão seguros, vigiados e protegidos sob os olhares da Lei e de 190 milhões de brasileiros menos eu. Quanto a mim, resta-me o cagaço de andar nas ruas e cidades, principalmente durante chuvas, rezando para ficar invisível durante um eventual arrastão promovido por menores protegidos por Rosários e súcia.

Enfim, devo respeitar escolhas alheias e em nome da harmônica e politicamente correta convivência democrática e padecer sob escolhas erradas, de outrem. É a vida, é assim nosso país, será assim, nosso futuro. Passárgada, onde te encontras? 
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