sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Rússia e os emergentes

O artigo a seguir fala de uma realidade, até então, pouco discutida. Desde criado o termo BRIC para falar das economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China houve algumas confusões sobre quem poderia fazer o quê além de, propositadamente, se esquecer que a Rússia, formalmente, faz parte do G8, o grupo dos oito principais países do mundo.

Atribui-se à China a capacidade de ultrapassar os EUA em 2030, o que eu duvido muito. Para ilustrar minha opinião remeto-me ao vídeo sobre tráfego aéreo que postei mês passado dando conta do fluxo de aviões voando sobre o planeta por 24hs. Onde há aviões circulando com freqüência há infra-estrutura suficiente para se atender a este complexo modal de transporte de bens e de serviços.

O texto faz um importante comentário sobre a incapacidade de a Rússia acompanhar os passos de desenvolvimento nos próximos anos. Apesar de, também estarem sentados em berços esplêndidos, tais como gás e petróleo, aquele país vive em meio à grandes dificuldades de promover desenvolvimento em função do envelhecimento da população conforme o autor do artigo ressalta. Eu adicionaria outros fatores: A baixa densidade demográfica em termos de espalhamento de núcleos urbanos que dependem, sobremaneira de muito boa infra-estrutura em transportes e de distribuição de energia elétrica. Também a topografia do país que dificulta a instalação, manutenção e melhoria tanto de estradas e ferrovias como de redes de energia. Por fim o clima de predominância fria e com muitos períodos no ano chuvosos e com neve com gelo o que torna pior ainda as aspirações anteriores.

Apesar da jocosa e velha piada do “povinho que botarei nesta terra”, nós cidadãos brasileiros devemos estar atentos para os exemplos de riquezas e dificuldades de desenvolvimento que países muito mais velhos que nós enfrentam hoje em dia.

Vale a pena ler o artigo que também coloca o terrorismo como grande óbice ao desenvolvimento sócio-econômico.

"O Bric virou BIC"

Segundo o cientista político, a Rússia não merece figurar mais no bloco das grandes economias emergentes

http://portalexame.abril.com.br/v2009/areascomuns/imprimir.html

Um comentário:

  1. Olá Jefferson,

    Muito interessante a sua colocação, repleta de fundamento e realismo.
    Fiquei sabendo recentemente que, a Russia é a detentora do maior manancial de petróleo / gás do planeta. Por ignorância minha, pois sempre imaginei que fossem os países árabes (Kwait, Arábia Saudita e etc).
    O envelhecimento da população, a topografia e o clima do país são realmente fatores que inibem o desenvolvimento.
    Mas sinceramente, eu tenho dúvidas.
    Que certamente o BIC (Brasil, Índia e China) são países emergentes, com certeza, mas, não correria o risco de não colocar a Rússia como um emergente também.
    Na minha vã ignorância sobre economia mundial, acredito sim, que a Rússia ainda irá nos surpreender. Como disse, sou um leigo no assunto, mas minha intuição me diz isso.
    Topografia não deve ser um problema tão crítico, pois basta verificarmos o que foi feito em Dubai. Basta se ter dinheiro.
    Clima ? Bem, os países nórdicos são extremamente desenvolvidos e passam a maior parte do ano abaixo de neve, gelo e tempo nublado / cinzento.
    População envelhecida ? Bem, eles podem fazer ao contrário do que a China fazia antigamente (o de permitir apenas um filho por casal). O governo russo pode incentivar que os casais tenham 2, 3 ou 4 filhos.
    Particularmente, não sou muito favorável a estudos de cientistas políticos ou pseudo-visionários. Acredito que muitos outros fatores concorrentes (não considerados nestas análises e estudos) possam vir a conspirar para cenários muito diferentes aos previstos.
    E não nos esqueçamos que estamos na Era de quebra de paradigmas, onde a velocidade das mudanças escapa aos limites de nossa compreensão linear.

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