sexta-feira, 28 de junho de 2013

Da "cura gay"



Caros sobrinhos, bom dia, segue uma muito oportuna reflexão (não teria embocadura para tanto e eu sei que email longo é chato de ler, mas serve como antídoto contra a grassante e generalizada estultice ora presente nas mídias sociais e nas ruas):

"Os espadachins da reputação alheia, como escreveu Balzac, fazem questão de ignorá-la porque gostam de inventar inimigos imaginários para posar de mártires".


Vamos falar um pouquinho sobre o que está rolando no cotidiano?

Você não gosta do Marco Feliciano? Tudo bem, eu não gosto de jaca. Entretanto, eu não poderia falar mal da jaca naquilo que ela não faz. Eu não posso dizer que jaca é cancerígena, só porque eu não gosto dela. Mas posso dizer que tem um aroma e paladar insuportável para mim, pois eu não gosto.

Com relação ao Marco Feliciano, tenho discordâncias com sua teologia. E confesso que desconheço a atuação dele como deputado, então, neste ponto, eu teria que ficar neutro sobre qualquer opinião política. Mas não posso falar mal dele naquilo que ele não faz. A isso damos o nome de ética. Ser ético não quer dizer que você vai aderir a pregação da pessoa, mas apenas que você vai proceder com justiça.

Bom, como se faz milenarmente neste mundo, tiraram o cara para "judas" e distorceram um assunto sério, que não nem é de autoria de Feliciano; estamos falando do que a mídia tem chamado de "Cura Gay". Criaram um rótulo e empurraram pela goela das pessoas, que simplesmente aceitam a questão sem confirmar ou pensar.

Pensamentos prontos
Através da ironia, barulho e sem dar tempo para as pessoa pensarem, a mídia (ex: Programa CQC) tem dado para os telespectadores engolirem a opinião sobre o Projeto de Decreto Legislativo 234/11 de autoria do Deputado João Campos (PSDB-GO), que susta dois trechos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia. O projeto, com sua justificativa, pode ser lido neste link ( (http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=881210&filename=PDC+234%2F2011),
direto do Portal da Câmara dos Deputados (aquele junto ao Senado.gov que lhes sugeri incluir em suas visitas diárias).

Vivemos num momento de muita titulação acadêmica - o curso superior tornou-se o "segundo grau" do passado. Mas é um momento em que muitos têm títulos, mas não o raciocínio acadêmico, onde se pode pensar e dialogar. Onde o filósofo alemão Hegel já defendeu a dialética (que hoje se ensina, por fins didáticos: tese, antítese e síntese). Só que, em nosso tempo, as questões apresentadas ficam estacionadas na tese, e é ai que mora o perigo, pois a "tese" é sempre a do "politicamente correto". E quem tem feito feio nisso são diversos jornalistas, que opinam com o pensamento pronto - duvido que nenhum professor deles na faculdade tenha falado sobre a dialética - nem que seja o de metodologia científica.

Lembro-me quando eu era adolescente que uma amiga, da mesma idade que a minha, foi perguntada: "você gosta de roupa tal?". Ela pensou e disse: "não sei se eu gosto, tenho que ver na "Capricho" se eu gosto dela ou não". Capricho, como todos sabem, é um revista dirigida aos adolescentes. Pensem! Isso é um raciocínio imaturo, típico da idade, ela teria que consultar o que "todos estão dizendo", para aderir, se enquadrar e ficar "bem na fita". É o que muitas pessoas tem feito.

Porém, estamos falando de adultos que franquearam seu raciocínio à opinião dos outros: à militância gay e à mídia - corrompida, cheia de interesses, que controlam as massas, como um padeiro faz com a massa de pão. Algumas pessoa são apenas massa de pão, servem ao fim de quem as manipula, não pensam.

Mudança de sexo
O argumento de que um psicólogo não pode tratar um gay em suas crises de identidade de gênero é que a opção sexual não é uma doença. Eu vou forçar um pouquinho o raciocínio dessa turma e fazer um paralelo com a mudança de sexo.

No Brasil esse procedimento médico, de alta complexidade e custo, é legal, custeado também pelo SUS, e agora chama-se "readequação de sexo". Bom, vamos pensar, porque não custa nada: se uma intervenção pode ser justificada somente onde há uma doença para ser curada (e é por isso eles dizem que homossexualidade não pode ser curada, posto não ser uma doença [o que é verdade]), eu me pergunto: órgão sexual, por acaso é doença? Um pênis é uma doença no corpo de uma pessoa QUE JUSTIFIQUE INTERVENÇÃO MÉDICA?. Ora, bolas, pouca vergonha! Arrancar um órgão sadio para atender ao gosto do freguês é permitido E CUSTEADO COM IMPOSTOS DO POVO, mas uma pessoa ter o direito de ESCOLHER não ser gay e buscar, dentre outros suportes, ajuda profissional terapêutica para tratar seu conflito não pode??

Voltando...
O que chamam de "projeto de cura gay", não existe. Foi aprovado o projeto citado e lincado acima, que vai à outras instâncias, para retirar alguns trechos da resolução do CFP (Conselho Federal de Psicologia) que tocam na liberdade de expressão, escolha e debate sobre o assunto, incabível numa democracia, pois são atitudes autoritárias. Mas o texto da resolução que diz que não se pode patologizar a homossexualidade, nem haver coerção ou tratamento não solicitado FICA INALTERADO, respeitando a escolha do cidadão. A reparação foi com relação ao abuso e a intromissão, pois o oposto havia sido VETADO, ou seja, mesmo QUERENDO uma pessoa não poderia encontrar tratamento para SUA OPÇÃO.

Há um vídeo no Youtube, do próprio Marco Feliciano, explicando o assunto. Mesmo sem gostar da jaca, eu assistiria a um vídeo que falasse sobre ela, se isso fosse elucidador para mim. No vídeo ele não faz nenhuma das suas estripulias que faz nos púlpitos, antes são explicados argumentos, e isso com provas: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LcClBBNeczc

E se você quiser ainda mais informações, sugiro que leia o texto de Reinaldo de Azevedo, da Veja, que trás os mesmos detalhes, com todas as evidências, desmentindo toda a questão, segue link: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/voce-lera-que-comissao-aprovou-projeto-de-cura-gay-e-uma-falsa-noticia-e-aqui-se-explica-por-que/.

Conclusão
A cura da cura gay é bem simples, posso apresentar apenas nessas próximas linhas, embora eu tenha procurado desenvolver um pouco o assunto a fim de apresentar opinião e fatos. Mas a cura é: o esclarecimento e a retirada da ignorância (no sentido de ignorar o assunto mesmo). Só que isso não há SUS ou médico que dê jeito. Só a escola.
Pense nisso.
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