quarta-feira, 10 de julho de 2013

Diógenes, a lanterna e os impúberes ativistas da morena ética de Pindorama


Queridos sobrinhos, eu de volta. 

Confesso que preocupa-me o dia de amanhã, o dia que a "sociedade do basta" achou que largando, por um momento, a novela e o futebol poderiam ir para as ruas, em impúbere ativismo político e fazer tremer os políticos e a presidência. Amanhã será o dia dos profissionais da mobilização. Aquele "exército" petista bancado pelos impostos dos que pagam impostos. Amanhã vocês começarão a entender a m... na qual mergulharam a sociedade. A vantagem e sorte é que mais de 5 000 cidades continuarão alheias a zona que se imporá nas, ruas. Enfim, há que se sentir a dor do castigo para se crescer.

A propósito de crescer venho acompanhando esta "voluntária e espontânea" vontade de eleger alguns títeres sociais recentes. Claro está que a morena e irresponsável sociedade iria indicar Lula, transando com a secretária ou não, ele é vontade de altos empresários e quarenta por cento do resto da sociedade. E vocês demorarão muuuuito a entender o Brasil no qual vocês estão inseridos.

Chamou-me a atenção a indicação do Min Joaquim Barbosa para a presidência. Aí é que me entristeceu, pois com mais de 95% das residências com televisão e mais de 40% com acesso a internet, não falta de informação que nos impeça de mergulhar no mais profundo oceano da inocência e estupidez sócio-política.

Esta velha mania de querer achar qualquer um, que faça uma carinha de sério e circunspecto como pessoa séria e íntegra, é que põe em risco todo o nosso tênue futuro social.

Ainda não conseguimos avançar do fato de se eleger um palhaço profissional para ficar na mais absoluta pasmaceira parlamentar e um jogador com dificuldades em prosseguir com projetos simples, mas de abrangência nacional. Neste particular, vejo alusões a ele como governador carioca, onde o cidadão que transita no Facebook e tweeter, esquece da época onde ele era jogador europeu e defendia amigos traficantes no Rio. Ele está quase virando ícone. 

Detenho-me, contudo, novamente na figura do presidente do STF. Eu não estou, em nenhum momento, duvidando de suas competências, tando jurídicas como intelectuais, todavia o que me espanta e incomoda é o cidadão, mercê de todo o farto acesso a tecnologia de informação, insistir em ser inocente, quando não estúpido ao incentivar uma capanha dele para presidente. Estúpido por achar que ele governaria um país complexo, como o Brasil, com a cara fechada, séria e circunspecta achando-se que todos andariam na linha só porque ele fez cara feia contra mensaleiros. Diga-se de passagem, isso demonstra um gravíssimo desconhecimento da dinâmica da gestão pública nas três esferas de poder administrativo.

Bem, para clarificar, gostaria de convidá-los a algumas reflexões. Vocês acham que alguém, em nossa amada Pindorama, chega a algum lugar de destaque pelo simples fato de ser negro, ou de origem pobre, sem ter que anuir com uma considerável gama de interesses? Vocês acreditam mesmo? Então porque houve uma comoção social quando souberam a forma com a qual o, também, Min Fucs foi indicado para o STF. Ou mesmo o advogado particular de Lula e do PT, Min Dias Toffoli. Ou mesmo o Min Ricardo Lewandowski que, publicamente, opôs-se ao Min Barbosa na querela dos julgamentos. O Min Barbosa FOI indicado pelo PT para Lula nomear. Foi indicado pelo PT para Lula nomear. Foi i n d i c a d o pelo PT para Lula nomear como Min do Supremo. Será que é preciso desenhar? Fazer mímica de mudos? Fazer um quadro com massinhas lúdicas para que alguns entendam? O que falta, então, para se dar início a maturação necessária a democracia participativa e governança social responsável?

Nós somos naturais de Pindorama, a sociedade que relativiza a ética, que exige ética do outro e compra produto pirata, que "consegue por tanto tal produto", que está disposto a "comprar sem nota". Como é que se tem a cara de pau de eleger e brigar por qualquer um para nos governar no futuro?

Bem dizia o Barão de Itararé: "Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados." E "propina é o dinheiro que não estou ganhando no negócio que não ganhei." São frases de uma sociedade antiga, decana no golpe, no jeitinho. Nada melhor para personificar nossa morena e tolerante idiossincrasia.

Estamos desesperados por alguém na mais profusa e absoluta confusão conceitual e falta de referenciais éticos. Lembra-me Diógenes, um gaiato e pitoresco cidadão grego que vagava pelas ruas com uma lanterna de óleo de baleia a procura do homem íntegro, aquele que "vivesse sob sua própria essência".

Não acredito que ele saia, tão cedo, do seio de nossa sociedade. 

Portanto, queridos sobrinhos, novamente a leitura é quem nos libertará de nós mesmos, de nossa mais profunda e inexorável estupidez coletiva. Todavia a audiência da Globo, logo aquela com a, de longe, maior quantidade de recursos recebidos desse governo, parece sequer balançar, quanto mais despencar dando-se sinal de que a cidadania começou a querer resultados, a partir de si mesma, concretos, críveis e duradouros.
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