domingo, 21 de julho de 2013

O que você quer de seu emprego?

Prof Luiz Marins    

 A revista Fortune, dos Estados Unidos, fez uma ampla pesquisa junto a empregados de empresas americanas para saber o que eles querem de seu emprego.  O resultado, por ordem de importância, foi o seguinte que quero comentar com os leitores:
1. Um trabalho desafiante que dê sentimento de “missão e propósito”;
2. Uma liderança forte e inspiradora – as pessoas querem e aceitam uma “hierarquia” forte e confiável;
3. Sentir-se constantemente treinado e crescendo profissionalmente;
4. Bons colegas e chefes leais;
5. Uma empresa com forte imagem no mercado;
6. Um bom salário.  

 Em primeiro lugar aparece exatamente os que as nossas pesquisas no Brasil também apontam – “um trabalho desafiante”.  No mundo de hoje, o empregado precisa sentir-se num trabalho que seja mais do que um simples “emprego”. Esse “sentimento de missão e propósito”  é fundamental. As pessoas pesquisadas nem sempre sabem exatamente como isso pode ser traduzido na prática do cotidiano, mas a verdade é que quando o trabalho é rotineiro, pouco desafiante, monótono, sem autonomia e iniciativa, o empregado sente-se sem motivos – isto é – desmotivado a dar mais de si e entra num ciclo de baixa produtividade.
 Quanto ao item 2 – é igualmente verdadeiro também para o brasileiro. Pode parecer incrível mas o empregado “precisa” de uma chefia que o desafie, que seja “forte” e que inspire o funcionário à criatividade, à iniciativa. Chefe “bananas”, moles, pouco exigentes, criam pessoas com baixa auto-estima e igualmente desmotivadas.
 O item 3 fala da “empregabilidade”. As pessoas precisam sentir-se “empregáveis” e para isso têm que sentir-se em constante desenvolvimento e sendo treinadas constantemente em novos processos e novas tecnologias. O mundo vem mudando com uma rapidez incrível e as pessoas precisam sentir-se “atualizadas” e isso lhes dará a necessária segurança para dar mais de si à empresa, sem medo do futuro.
 O item 4 é muito claro. Como passamos a maior parte de nossas vidas no trabalho, bons colegas e chefes leais são fundamentais. Chefes “leais” significa aqueles chefes que exigem, falam a verdade, exigem o desempenho, avaliam constantemente e principalmente dão “feedback” a seus subordinados. Chefes que dizem “eu ganhei, nós empatamos, vocês perderam” , chefes que “roubam” idéias de seus subordinados são os mais odiados.
 O item cinco é muito interessante. Na verdade, o empregado sente-se sempre como um “representante” permanente de sua empresa. Quando uma coisa qualquer acontece com sua empresa ele é cobrado na sua comunidade, no seu meio de relacionamento, na sua vida particular. Quando algum escândalo de uma empresa sai nos jornais, todos os funcionários são “cobrados” e sentem-se na obrigação de dar alguma explicação seja para quem for. Assim, trabalhar numa empresa com bom nome no mercado é fundamental para a auto-estima.
O interessante da pesquisa é que salário aparece apenas em sexto lugar. O salário só aparece em primeiro lugar quando as demais condições não são satisfeitas. Trabalhar “pelo salário” é o que as pessoas menos desejam. Quando isso ocorre, não tardará a total desmotivação e a busca de novo emprego que pague alguma coisa a mais e que dê ao empregado os outros cinco atributos desejados. Daí temos funcionários em empresas que deixam a empresa apenas por poucos reais a mais em salário. Isso ocorre porque o único valor na empresa em que trabalham atualmente só lhes vale o salário. 
 Pense nesta pesquisa, que por certo não será diferente para o empregado brasileiro em todos os itens. Veja se a sua empresa está oferecendo a seu pessoal estes “motivos” para que dêem mais de si e sejam, portanto,  “motivados” a trabalhar ainda  melhor para vencer os desafios de competitividade que estamos vivendo.
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