Os países da AL têm baixo índice de escolaridade e de produção de conteúdo industrial de alto valor agregado, o que nos leva a depender de recursos minerais e agrícolas.
Estaremos sempre a reboque do resto do mundo e suscetíveis a crises se não, como sociedade, quebrarmos esta dinâmica.
Não convém continuarmos atribuindo a outrem, ou ao governo esta responsabilidade. Estamos com apagão de mão de obra e importando trabalhadores.
AL não escapa da crise
Vânia Cristino
Correio Braziliense
Região, incluindo o Brasil, crescerá apenas 3,6% em 2012 contra média de 5,4% nos últimos dois anos. China será determinante
A América Latina não vai escapar tão facilmente de uma nova crise financeira internacional, afirma o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que ontem divulgou, em Montevidéu, amplo relatório sobre a região.
De acordo com o BID, os países em situação mais preocupante são México, Chile, Colômbia e República Dominicana. Brasil e Argentina estão na mesma posição de antes da crise, enquanto Uruguai e Jamaica estão mais bem preparados. "A principal razão para a deterioração é a redução generalizada nos saldos primários estruturais", aponta o relatório.
O BID admite que os países tiveram que fazer uso de políticas anticíclicas para reagir à crise e que isso acabou contribuindo para deixá-los mais vulneráveis frente a um possível recrudescimento. No rastro da crise grega que se arrasta, o BID vê como uma fraqueza a dependência da região de bancos europeus, notadamente os espanhóis. Outros passivos potenciais vêm de uma crescente dependência das commodities, como o cobre, e de maiores custos de empréstimos, além do crescimento menor da China, com forte impacto sobre todo o mundo.
O relatório também chama a atenção para o fato de os países estarem crescendo menos. De acordo com o BID, as economias latino-americanas vão crescer, em média, 3,6% este ano, após dois anos de crescimento médio de 5,4%. O Brasil, por exemplo, que conseguiu crescer 7,5% em 2010, obteve um crescimento de apenas 2,7% no ano passado e, embora a previsão do governo indique uma taxa acima de 3,5% — essa é a previsão do Banco Central, enquanto o Ministério da Fazenda acredita que pode ultrapassar a 4% —, o mercado não acredita que o país consiga ultrapassar a barreira dos 3%.
Mais otimista, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse ontem em Pequim que a economia mundial mostra sinais de estabilização. "Os últimos anos foram muito difícieis, mas agora existem sinais de que as políticas estão dando frutos ."
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário