sexta-feira, 27 de julho de 2018

Sísifo, ladeira abaixo


Caros amigos, venho observando nas postagens de meus contatos nas mídias sociais muitas críticas aos governantes nas três esferas, seja a presidente, governadores e prefeitos. Da mesma forma as críticas vão para políticos. 

Todos desejamos um país melhor, mais seguro, mais ético e com desenvolvimento, um caminho estável para desenvolvimento que não pese nos bolsos de nós, contribuintes.
Todas as vezes que chove, há alagamentos, todas as vezes que alguém consegue um fato sensacionalista na porta de qualquer hospital, reverbera-se com críticas, todas as vezes que há engarrafamentos e os consequentes arrastões novamente vários posts revoltados e por aí a vida segue, sempre igual, sempre repetitiva.

Ainda não li nenhum post de alguém sugerindo uma solução. Ao menos sugerindo, pois tenho certeza que não há formulas simples para os problemas que vivemos atualmente.
Mas segue a pergunta: Alguém dos meus contatos faz alguma idéia, pelo menos idéia, de como resolver nossos problemas? Alguém, ao menos, tem certeza de que se seu candidato vier a ganhar uma vaga para o cargo ao qual você delega sua responsabilidade social, irá e como irá resolver o problema que, acredito, você não tem uma boa idéia formada sobre?

Bem, uma vez mais, farei minha parte. Vou hierarquizar nossos problemas que, resolvidos, poderão nos liderar para saída dos caos que vivemos atualmente.

Primeiro diria que o principal problema nosso é SANEAMENTO PÚBLICO (0,15% do PIB), sem ele o cidadão não tem acesso decente nem para de gastar seus parcos recursos para buscar a SAÚDE PÚBLICA (3,91% do PIB). Via de regra essa enorme concentração de pessoas nas margens das grandes cidades se dá por falta de HABITAÇÃO (0,02% do PIB)nas regiões de onde muitos emigraram para se concentrar nas periferias (margens, daí marginal) hoje denominada comunidades. Uma vez lá concentrados, como sardinhas em lata, falta-lhe TRANSPORTE URBANO (1,03% do PIB) para se deslocar em busca de EDUCAÇÃO ou EMPREGO (2,72% do PIB) (geração de postos de trabalho). Se ele não tem um bom saneamento, não será saudável o suficiente, uma vez que a saúde pública está caótica, para concorrer a uma boa educação. Não tendo uma formação escolar e técnica satisfatórias ele não consegue um bom emprego para sustentar sua família e acaba, via de regra, engrossando o contingente de desocupados nas ruas com subempregos ou subocupações ficando suscetíveis a serem vetores da violência urbana por adesão, ainda que involuntária, ao tráfico de drogas, jogos ilegais e demais atividades e violência muito difíceis de serem combatidas por ação de uma eficiente SEGURANÇA PÚBLICA (0,35% do PIB).




Haveria, em minha visão, a urgente necessidade de se desenvolver as regiões do interior do país onde pudesse se promover o desenvolvimento econômico, tais como ampliando e criando linhas de distribuição de ENERGIA ELÉTRICA (0,08% do PIB) que, por sua vez, permitiria a instalação e desenvolvimento de INDÚSTRIA (0,11% do PIB) e COMÉRCIO E SERVIÇOS (0,20% do PIB) gerando empregos, aumentando a arrecadação de municípios e estados que, por sua vez, vivem sufocados em altas dívidas o que faz com que a União tenha que onerar o ORÇAMENTO FEDERAL com reservas constitucionais na ordem de 42,42% do PIB.

Repito que é a tradução do cenário atual com pontuações muito particularizadas. Bem, de minha parte, os assuntos que apontei estão, diariamente, publicados no meu blog. Leia quem quiser.

Eu não acredito que a expressiva maioria da sociedade faça, sequer, idéia desses números, os motivos pelos quais o cenário chegou a este nível ou qualquer saída em médio prazo, repito, em médio prazo, para começarmos a mudar não só os números bem como a dinâmica que os faz existir nesse nível.

De sorte que, uma vez mais, convido aos amigos interessados a saírem da zona de conforto e passarem a se interessar por estes temas. Continuar na velha, preguiçosa e confortável mania de meter o pau e, no momento da eleição, apenas colocar o voto na urna como se fora um enorme jogo de loteria ao "apostar" em um candidato que ninguém conhece o trabalho direito, seja por nunca ter acompanhado ou por se deixar levar pela mídia absolutamente manipuladora e sensacionalista.

Eu não acredito em partidos, eu não acredito nas boas intensões do PT, nem do PSDB, nem nesse lamentável mis en scene do Eduardo aliado com Marina, para mim água e azeite tentando conviver na mesma moringa.

Ainda que qualquer um deles venha a vencer, os problemas que apontei não os deixarão fazer um governo decente e eficiente. Gastar-se-á, cada vez mais, em propaganda enganosa e manipuladora. Enquanto isto, a rede Globo e as demais emissoras que ganham fábulas do governo, continuarão a produzir hipnotizantes novelas, transmitindo e investindo em jogos de futebol e MMA/UFA e no famigerado BBB. E a sociedade, uma vez mais, em outubro tentará rolar a pedra morro acima, para mais adiante fugir, desesperado, da frente dela enquanto ela desce morro abaixo, num contumaz e inexorável suplício de Sísifo, em pleno quarto ano da segunda década, do século XXI, onde a sociedade brasileira, nunca dantes, teve tanto acesso a informação para poder refletir e ser mais responsável e ético em sua cidadania.
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