Este post tem a ver com liderança. Mas não se preocupe, pois será uma abordagem diferente. Uma opinião, apenas, que senti vontade de externar.
Comentei sobre sua preocupação, leitor, pois você já deve ter percebido que após leitura de uma enorme quantidade de artigos, quiçá livros, você percebe que pouquíssimo do que você leu se encaixa ou é aplicável no seu dia-a-dia, na sua relação funcional em sua organização.
Tampouco não se preocupe, pois não lhe darei dicas nem receitas de bolo ou mesmo “check-list” para ser usado em reuniões de coordenação ou treinamentos.
Caso você não consiga, como eu nunca consegui, se enxergar nos personagens dos inúmeros “cases” ou estudos de caso que sugerem, inexoravelmente, sere inventados, da mesma forma não se preocupe, pois se você observar bem a grande maioria diz respeito a se liderar equipes em escritórios, em ambiente controlado e muito adstrito física e geograficamente. Desconfio, ainda, que o ramo de atividades que serve de pano de fundo das estórias corporativas seja informática, Internet ou publicidade, pois para a variação de humor de um líder comprometer a liberdade de expressão ou criatividade do colaborador jamais seria em um canteiro de obras de construção de prédios ou assentamento de estradas, muito menos em plataformas marítimas ou dentre estivadores de cais de porto. Nos palcos corporativos onde tais deletérios desvios de comportamento ocorrem pode sim haver alguma possibilidade de que se um líder apresente comportamentos de “veneta”ou, conforme muito atribuído recentemente, “bipolar” pode ser que algum colaborador próximo vá passar o dia incomodado, isto se este dividir a mesma sala. Mas como somos latinos e, sobretudo, brasileiros amparados no atual elenco de leis trabalhistas é bem provável que este colaborador mande o líder pentear macacos.
Assim, se você é líder de vendedores, ou de mantenedores, ou de consultores, ou motoristas de vans ou veículos de entrega, enfim, uma miríade de profissionais com atividades externas muito provavelmente o estudo de caso ou as dicas não lhe servirão. Isso é normal, pois pelo que já li sobre este tipo de liderança também tenho a nítida impressão de “deja vu” ou estar correndo os olhos sobre uma interminável série de clichês.
Se você já observou, a essência das idéias sobre liderança corporativa advém de autores americanos. É um povo com uma idiossincrasia distinta da nossa. Nesse particular Peter Drucker já declarou que “liderança é conversa fiada”, segundo ele fruto da indústria editorial que atende à vida corporativa.
Em função de observações, conversas com funcionários de diversos níveis em empresas de varejo, atacadistas, magazines, livrarias, lojas de material de construção, bancos etc, quando morei nos EUA, cheguei à conclusão de que lá, também, na prática tais teorias pouco se aplicam, pois o funcionário tem três importantes características que restringem, bastante, a influência do líder: A primeira é que ele sabe o que tem que ser feito, a segunda é que ele gosta e se sente realizado trabalhando: “That’s my job!!” E a terceira é que ele se irrita quando sente que está sendo paparicado ao que ele reclama com um “Do not patronize me!!”
Por fim, você também já deve se ter perguntado após leituras sobre lideranças situacionais, holísticas, servidoras, jesuíticas, inovadores, para empresas 2.0, enfim, uma notável variação de titularidades para se identificar algo que é abosutamente o mesmo, único até, em sua essência onde e quando tais soluções se encaixam em contumazes greves de sistemas públicos ou de serviços privados, seja em época de se pedir aumentos ou por solidariedade entre categorias. Eu, também, por mais de trinta anos lendo e procurando praticar jamais descobri.
Assim, caro amigo gerente, supervisor, líder de equipe etc, principalmente os com pouco tempo de emprego ou de mercado, não se preocupe se nos arquétipos de liderança você não se encaixa. Seja apenas você, conheça com profundidade seu trabalho e, fundamentalmente, seja justo. Por incrível que possa parecer, estas são competências comuns de um simples chefe.
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