Achei muito inteligente a estorieta.
Fácil de se verificar em países latinos com democracias com pouca idade.
a propósito, se juntarmos os jornalistas veremos que a Venezuela já está dando os seus primeiros passos e antecipando outros, os das armas.
O FIM DOS ADVOGADOS!
O ano é 2.209 D.C.
Ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem
início a partir da seguinte interpelação:
Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo
tom vem a resposta:
Porque não existem mais advogados, meu anjo.
Advogados? Mas o que é isso? O que fazia um advogado?
O velho responde, então, que advogados eram homens e mulheres
elegantes que se expressavam sempre de maneira muito culta e que,
muitos anos atrás, lutavam pela justiça defendendo as pessoas e a
sociedade.
Eles defendiam as pessoas? Mas eles eram super-heróis?
Sim. Mas eles não eram vistos assim. Seus próprios clientes muitas
vezes não pagavam os seus honorários e ainda faziam piadas, dizendo
que as cobras não picavam advogados por ética profissional.
E como foi que eles desapareceram, vovô?
Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, pois todo
super-herói tem que enfrentar um supervilão, não é? No caso, para
derrotar os advogados esse supervilão se valeu da união de três
poderes. Por isso chamamos esse supervilão de "União".
Segundo o velho, por meio do primeiro poder, a União permitiu a
criação de infinitos cursos de Direito no País inteiro, formando
dezenas de milhares de profissionais a cada semestre, o que acabou com
a qualidade do ensino e entupiu o mercado de bacharéis.
Com o segundo poder, a União criou leis que permitiam que as pessoas
movessem processos judiciais sem a presença de um advogado,
favorecendo a defesa de poderosos grupos econômicos e do Estado contra
o cidadão leigo e ignorante. Por estarem acostumadas a ouvir piadas
sobre como os advogados extorquiam seus clientes, as pessoas
aplaudiram a iniciativa.
O terceiro poder foi mais cruel. Seus integrantes fixavam honorários
irrisórios para os advogados, mesmo quando a lei estabelecia limite
mínimo! Isso sem falar na compensação de honorários.
Mas o terceiro poder não durou muito tempo. Logo depois da criação do
processo eletrônico, os computadores se tornaram tão poderosos que
aprenderam a julgar os processos sozinhos. Foi o que se denominou de
Justiça "self-service" . Das decisões não cabiam recursos, já que um
computador sempre confirmava a decisão do outro, pois todos obedeciam
à mesma lógica.
O primeiro poder, então, absorveu o segundo, com a criação das
´medidas definitivas´, novo nome dado às ´medidas provisórias´ . Só
quem poderia fazer alguma coisa eram os advogados, mas já era tarde
demais. Estes estavam muito ocupados tentando sobreviver, dirigindo
taxis e vendendo cosméticos. Sem advogados, a única forma de restaurar
a democracia é por meio das armas.
Leis demais, conflitos demais, advogados demais.
ResponderExcluirDesde imemorias tempos se sabe:"in medio virtus". Mas nossa sociedade é superlativa em algus aspectos; infelizmente nos maus.
A quase fábula é um sofisma: permitir que a pessoa se defenda sem advogado é muito diferente de obrigar a pessoa a se defender sozinha. Mais do que corporativista, a mensagem geral do texto é sectária, induzindo que a qualidade profissional emerge da restrição à formação de bacharéis e não do mercado que os contrata, o que é, no mínimo meia-verdade. Pretende, por fim, "restaurar democracia" quando não acredita em acesso democrático ao conhecimento e à profissionalização...
Considerando o tema, o tal exame da ordem dos advogados, necessário para atuação profissional, é uma aberração - quando a pessoa cola grau em qualquer curso é porque está apta a trabalhar naquela profissão. De outra forma, o exame da ordem dos advogados deveria então se constituir do exclusivo acesso à carreira de advocacia, permitindo a qualquer pessoa com qualquer grau de instrução que obtivesse aprovação a advogar.
Seria interessante ver algum estudo que relacione a densidade de advogados e o crescimento das nações.
Sou estudante de Direito e defendo um trabalho justo. Justiça por definição é a ciência do Direito.
ResponderExcluirAcredito que a visão que a sociedade tem do advogado é reflexo do comportamento dos profissionais de baixa qualidade que vêm se formando. Os advogados são imprescindíveis e previstos em Lei!
Concordo em parte com o que o colega escreveu a respeito da prova da Ordem, que, nem sempre existiu e não foi ela por si só responsável por qualquer melhoria na qualidade dos profissionais.
A coisa começa errada do início, quando, ainda na sala de aula somos induzidos a 'reconhecer nossos direitos', quando na verdade acredito no diálogo e nos acordos. DETESTO quando vejo um autor reclamando de algo que sequer tentou verificar junto ao réu o que pode ter levado àquela situação. Mas, diálogo não dá dinheiro, né?!
Será que estou na profissão certa?