Conforme ressalto várias vezes em meus posts, a mídia jamais irá esclarecer o cidadão brasileiro acerca das peculiaridades funcionais do processo social, político, eleitoral e, sobretudo, gerencial da coisa pública -patrimônio, orçamento, etc- . A constante e inexorável preocupação é com a ditadura, extinta oficialmente com o início do governo Sarney, apesar da abertura e repatriação dos exilados terem ocorrido bem antes.
Note-se -reconhecido até por renhentos jornalistas tais como Miriam Leitão, que mais de 75% da sociedade brasileira nasceu após a assunção de Sarney, registrado pelo IBGE, ou seja, não faz uma idéia precisa do que tenha sido os governos militares.
De sorte que, caros amigos, esclarecer o cidadão comum acerca das obrigações de vereadores, deputados, prefeitos e governadores não passa, nem de longe, na prioridade da mídia que é, por excelência, a forma complementar de educação de toda e qualquer sociedade.
Ou seja, mídia no Brasil é um posto avançado da alienação patrocinada pelo atual governo e base aliada, nos mais de 5 565 municípios. Daí, tanta bobagem e estupidez -quando não crime e estelionato eleitoral, dito, mostrado, escarrado no horário político.
INTERESSE POR POLÍTICA
EDITORIAL
ZERO HORA (RS)
Recente pesquisa com os eleitores de Porto Alegre revela não apenas o elevado grau de politização dos porto-alegrenses, mas também a visão clara de que a democracia é sempre preferível à ditadura. A amostragem, realizada pelo Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais, reafirma virtudes dos moradores da Capital, que podem ser percebidas, com algumas variações, em todas as regiões do Rio Grande do Sul. Apesar da sempre propalada indiferença com a política, os habitantes de Porto Alegre preservam a confiança nas instituições, na democracia e, para surpresa de muitos, também nos partidos.
Mesmo que os responsáveis pela pesquisa alertem para a impossibilidade de comparações com outras capitais brasileiras, os números revelam um dado a ser comemorado: o interesse pela política segue padrões de democracias consolidadas. Ressalte-se que, em tempos de calmaria econômica e política, como se constata atualmente no Brasil, reduz-se a percepção de que os partidos e a democracia são relevantes, como observa o cientista político Benedito Tadeu César. Não é o que chega a acontecer em Porto Alegre, o que deve ser saudado como sinal de maturidade e de cidadania.
Uma conclusão que poderia ser inquietante, por revelar parcela de 20,6% de pesquisados que admitem conviver com regimes ditatoriais, deve ser entendida também na sua subjetividade. Boa parte desses são jovens que não têm como confrontar democracia e ditadura, como ocorreu com as gerações que os antecederam. Nasceram e cresceram em ambiente sem restrições e exercitam suas liberdades não só quando escolhem partidos e candidatos, mas quando se expressam politicamente por outros meios, como a internet. No seu conjunto, a pesquisa traz, portanto, boas notícias.
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