terça-feira, 22 de maio de 2018
NEM SE EU ESCREVER ISTO UM MILHÃO DE VEZES
Percival Puggina
Nem se eu escrever isto um milhão de vezes conseguirei produzir mínimo efeito sobre quantos foram convencidos, de tanto ouvir, que as gestões petistas acabaram com a miséria no país. Esse disparate foi tantas vezes repetido, e repetido por tantos, que nenhuma outra afirmação consegue espaço para ecoar no imaginário de uma parcela imensa da população.
No entanto, após ouvir isto, novamente, como som de fundo de um vídeo, entoado por pequena multidão fardada de vermelho - “Quem tira o povo da miséria é o PT” - me senti na obrigação de transcrever alguns dados que, a rigor, são desnecessários a quem tenha olhos abertos para o que acontece em nossas ruas e, principalmente, na periferia das nossas cidades. Causa sofrimento saber que a Educação que ali chega, como regra, é da pior qualidade; que provavelmente sua vizinhança foi tomada pelo tráfico e que tantas crianças e adolescentes são por ele recrutados; que os problemas de saúde são agravados por motivos sanitários; e que tantos irmãos nossos se tornam cativos por dependência das mesmas mãos que politicamente os explora.
Segundo o relatório Síntese dos Indicadores Sociais, divulgado pelo IBGE em dezembro do ano passado, com dados de 2016, o Brasil encerrou aquele ano com 24,8 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, com renda inferior a ¼ de salário mínimo por mês (R$ 220, à época). Isso significa que 12,1% da população brasileira era miserável segundo esse critério em que uma família de quatro pessoas só se encaixa na definição se tiver uma renda familiar inferior a R$ 880,00/mês. E tem mais: se considerarmos a renda per capita, ainda em 2016, com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, 44 milhões de pessoas recebiam menos de R$ 747 por mês.
Por fim, bons exemplos da possibilidade de as políticas de esquerda acabarem com a miséria podem ser observados em Cuba e Venezuela, justamente as duas maiores afeições políticas das lideranças left wing brasileiras.
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