Sobre pássaros e pipas

Quando éramos garotos  peladeiros de pés descalços, correndo atrás de pipas ou jogando bolas de gude tínhamos o hábito de ouvir os aposentados pelo "Instituto". Eles ficavam na sombra do botequim, diante de um engradado de madeira de cervejas onde repousavam as pedras do dominó ou as cartas de baralho da "sueca".

Quando estávamos prestes a "brigar" com meninos de outros bairros, ou invadir terrenos alheios atrás das pipas "avoadas" eles diziam com voz baixa, serena e sapiente: "Passarinho que come pedra sabe o [esfincter] que tem!!".

Isso me vem, com frequência, ao ver os posts tanto no Whatsapp como no Face apoiando a permanência dessa paralisação dos caminhoneiros.

Para mim a sociedade desconhece e não está preparada para lidar com os ovos quebrados do omelete.