Muito discretamente está sendo publicada apenas, por enquanto, no exterior, contudo vale a pena algumas digressões:
Relembrando que três meses atrás houve um embate entre o Presidente Lula e o Pres da Vale, um dos executivos, no seu posto, mais jovens no país. O governo quer estatizar a Vale. Por quê? Está nas entrelinhas desta reportagem.
Outro elemento que ajuda a entender este fato portador de futuro é a capacidade de produção interna da China decair. Relembro que lhes repassei um artigo falando da diminuição do PIB chinês em função do retorno ao interior de milhões de chineses. Tudo lá é no milhão, assim causa impacto no mundo inteiro.
A China entrando no mercado para comprar eleva o preço naturalmente em função da colossal demanda por infra-estrutura naquele país-continente.
Assim, o mundo terá um dos principais insumos para as principais indústrias no mundo: naval, automobilística e construção civil com o preço aumentado por, pelo menos, nos próximos cinco anos. Quem já estava com dificuldades de se recuperar, como a Grécia e Espanha, deve ter problemas e impactar os demais da região.
Assim, amigos, nosso PAC e demais obras de infra-estrutura irão sofrer impactos significativos e, provavelmente, nossa carga tributária também.
Vale a pena acompanhar....bem discretinha esta notícia, quase invisível.
Vale quer aumento do preço mundial do minério de ferro
Javier Blas
Em Londres (Reino Unido)
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2010/03/12/vale-quer-aumento-do-preco-mundial-do-minerio-de-ferro.jhtm
A mineradora brasileira Vale, a maior companhia extratora de minério de ferro do país, pediu a alguns dos maiores produtores mundiais de aço que paguem de 80% a 100% a mais pelas suas reservas do minério em 2010 e 2011, segundo a associação de produtores de aço europeus.
A declaração da Eurofer é a primeira confirmação de que as companhias de minério de ferro, incluindo a Vale, a Rio Tinto e a BHB Billiton, estão buscando um aumento de preços recorde para esse produto.
Gordon Moffat, o diretor-geral da Eurofer, disse ao “Financial Times” que a Vale propôs um aumento de 80% a 90% do preço do minério de qualidade inferior aos produtores europeus de aço e de mais de 100% para o minério e pellets de melhor qualidade. “Até o momento a Rio Tinto e a BHP Billiton estão em cima do muro”, disse ele.
Em um comunicado, a Eurofer declarou: “A indústria siderúrgica europeia está indignada com o anúncio feito pela indústria do minério de ferro de que haverá aumentos maciços de preço”.
Moffat acrescentou que a Vale deseja modificar os contratos de fornecimento de minério de ferro, que atualmente são anuais, e passariam a ser trimestrais. Ele recusou-se a citar o nome das companhias siderúrgicas que receberam os comunicados, mas a ArcelorMittal e a ThyssenKrupp são duas integrantes importantes da Eurofer e tradicionalmente lideram as negociações entre as siderúrgicas europeia e as mineradoras.
A Vale não respondeu a telefonemas solicitando que a empresa tecesse comentários sobre a questão.
A demanda por um aumento recorde do preço desta matéria-prima usada na produção de aço ocorre no momento em que o comércio de minério de ferro atinge o seu patamar mais elevado dos últimos 18 meses. O minério de ferro australiano – com um teor de ferro de 62% - alcançou ontem (11/03) o valor de US$ 131 (R$ 231,87) a tonelada, segundo negociações realizadas na bolsa de valores de Cingapura. Ao se excluir o valor do frete da Austrália à China, que é de cerca de US$ 10 (R$ 17,70) a tonelada, os preços atuais estão cerca de duas vezes mais elevados do que o valor de US$ 60 (R$ 106,20) a tonelada utilizado para os contratos anuais que foram fechados em 2009 e início de 2010.
Os preços do minério de ferro aumentaram 120% no último ano, quando a China elevou as suas compras do produto para compensar a baixa produção doméstica.
Os executivos do setor de mineração já advertiram que os chamados contratos anuais de benchmark precisam refletir os preços maiores do mercado do minério.
As siderúrgicas e as mineradoras estão quase estourando o prazo para chegar a um acordo antes que os atuais contratos de 2009/2011 expirem em 31 de março. As negociações poderiam prosseguir após aquela data, com os preços ajustados retroativamente.
As siderúrgicas estão resistindo ferozmente ao aumento dos preços, argumentando que o mercado de minério de ferro não reflete o verdadeiro equilíbrio entre a oferta e a demanda. Moffat disse que aumentos de preços da magnitude que está sendo proposta teriam um “impacto significativo sobre os preços do aço”, indicando que as siderúrgicas elevariam em cerca de 100 euros (R$ 242,31) o preço atual da tonelada da bobina laminada a quente, que é de aproximadamente 450 euros (R$ 1.090).
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