Sempre defendi meus pontos de vista. Assim, fico extremamente feliz que este movimento esteja perdendo força.
"Ora, direis, certo perdeste o censo ou não ouvis direito!!"
Confiei na máxima de Nelson Rodrigues: "Há momentos em que toda a unanimidade é burra!!" E, ainda bem, está se mostrando ser assim nos resquícios de Copenhague.
Desculpe minha posição, mas quando vejo pessoas nas ruas e crianças brincando em favelas dividindo espaço com lixo fico mais ainda com raiva dos ambientalistas. Nota-se aqueles que querem impedir nossa redução de desigualdade em favor de suas bandeiras.
Sou a favor do desenvolvimento, sustentável. O cidadão merece ter energia elétrica, vias de circulação, moradias, postos de saúde com energia elétrica sustentável e de qualidade, coisas que geradores de termelétricas (gás ou carvão) nem sempre têm condições de oferecer.
Enfim, meios de se promover infra-estrutura e desenvolvimento no interior do país para ajudar a retenção do cidadão em sua origem, não o expulsando para inflar os bolsões marginais de grandes cidades em condições indignas de vida.
Este movimento cult "contra o aquecimento global" estava carente de coerência plena...ainda bem que está se debastando e, enfim, possa se promover os PAC´s, construção de moradias, ampliação de redes de energia sem o sentimento de culpa ambientalista...Desaquecimento global
http://www.estadao.com.br/
José Reynaldo Bastos da Silva, Celso Dal Ré Carneiro - O Estado de S.Paulo
Ao contrário do que propagam, o planeta Terra tem hoje temperatura média de 15º C e está numa era interglacial. Ainda não é possível afirmar quando terá início nova glaciação. Portanto, a Terra está em desaquecimento global... com oscilações.
O tema do "aquecimento global" aparece com tal frequência na mídia que muitas pessoas creem plenamente na veracidade do fenômeno e na principal causa admitida, a de que o dióxido de carbono o determina. Isso exemplifica como um tema científico não deve ser tratado, porque houve perigosa mistura de interesses políticos, econômicos e sociais, à parte problemas e desafios de conotação essencialmente científica.
Consideremos a complexidade e a variedade de fatores determinantes do clima na Terra.
Há 18 mil anos começaram a diminuir os efeitos severos da última era glacial. Sob clima frio e seco, grandes massas de gelo ocupavam parte expressiva dos continentes no Hemisfério Norte, onde vagavam mamutes e mastodontes. Em fins dessa era, o nível dos oceanos subiu cerca de cem metros. Com o derretimento e diminuição das geleiras, a temperatura média da superfície global aumentou, no máximo, 5° C.
Falaciosos, retóricos ou bombásticos são os temas de aquecimento global atribuídos ao efeito estufa: degelo dos polos, extinção do urso polar, alçamento do nível do mar, inundação de partes das cidades costeiras, variações de frequência e intensidade de eventos climáticos e alterações em regimes regionais de chuvas. Estão em voga porque a velocidade dos fenômenos climáticos é infinitamente mais rápida que a dos fenômenos estritamente geológicos. Enquanto aqueles se sucedem em segundos, estes envolvem, no mínimo, milhares de anos, no caso das glaciações; milhões e até bilhões de anos para mudanças substanciais, como separação e colisão das placas tectônicas que sustentam os atuais continentes.
Quais são as reais causas das variações climáticas na Terra?
A dinâmica climática é controlada por três categorias de fatores: astronômicos, atmosféricos e tectônicos. As causas específicas ainda não estão bem compreendidas, mas já se conhece a periodicidade dos ciclos, da ordem de centenas, milhares e milhões de anos. Informações obtidas da análise de sedimentos profundos e testemunhos de sondagens no gelo polar indicam que os períodos interglaciais são da ordem de 15 mil a 20 mil anos. Vivemos, pois, um desses períodos.
Por mais avançadas que estejam as Geociências, marcadamente as subáreas da Geologia e Geografia, muito ainda existe para pesquisar sobre os fenômenos naturais. As causas do aquecimento/resfriamento global são naturais e podem ser amplificadas por ações antropogênicas, no caso de aquecimento. Dentre as causas conhecidas, a humanidade pode interferir apenas na retenção de calor pela atmosfera. As causas astronômicas e tectônicas estão livres de nossa influência.
A pretensiosa declaração "vamos salvar o planeta!" é contestada por cientistas que estudam climas atuais e antigos. Eles concluíram que há épocas de mudança rápida e global do clima. Se for rápida, isso pode significar catástrofe: "Civilizações floresceram e foram destruídas ao ritmo das pulsações do clima" (Jonathan Weiner, Planeta Terra, 1988, Editora Martins Fontes, página 94).
A Terra não precisa de quem a salve, mas a espécie humana pode desaparecer se continuar a tratar os espaços e recursos naturais da maneira devastadora e irresponsável como o faz.
Não podemos perder de vista que as mudanças climáticas são partes da ciclicidade dos fenômenos geológicos que afetam o planeta todo. O tema tem profundas implicações educacionais e deveria ser abordado no ambiente escolar com dados abrangentes. Em síntese, falta muita Geologia na escola básica, ou geoeducação, como dizem os europeus, mais avançados que nós em lidar com esses temas na escola.
Na escola básica, quando muito, fala-se de processos terrestres como causa de catástrofes naturais como terremotos, tsunamis (ondas gigantes do mar), com suas terríveis consequências. Mostra-se que vulcões se formam na base da crosta e produzem massas incandescentes e explosivas, as lavas, que nós, brasileiros, só observamos pela televisão ou pela internet. No topo da crosta ocorrem catástrofes induzidas pelo homem, como deslizamentos ou escorregamentos de terra em encostas íngremes que jamais deveriam ser habitadas, fato que, infelizmente, se verifica no Brasil. Enchentes e inundações devem-se a fatores como impermeabilização do solo, crescimento urbano acelerado, ausência de planejamento territorial, agravados pela disposição inadequada do lixo.
Já a atmosfera, enigmática desde a mitologia grega, foi considerada vulnerável à revolta dos deuses por civilizações primitivas e alguns observadores incautos atuais. Ela é visível e sensível por todos: quando vai chover? Quando virão tempestades? Camponeses sabem responder, até bem antes das previsões meteorológicas, ao observarem o rumo dos ventos, a umidade do ar ou até o canto dos pássaros.
Não se podem admitir generalizações: nem tudo é "aquecimento global". Ao contrário, muitos geocientistas anunciam a corrente, antagônica, do resfriamento global. Para visualizar melhor as incertezas inerentes ao fenômeno observem como foi rigoroso o último inverno no Hemisfério Norte...
Uma coisa é certa: planejamentos territoriais devem ser feitos com visão holística e equipes multi, inter e transdisciplinares, ou seja, devem envolver geólogos e profissionais de todas as áreas científicas afins. Caso contrário, casas, pontes ou viadutos podem cair. Buracos como o do Metrô Pinheiros continuarão aparecendo e engolindo vidas.
A Terra, nossa Gaia majestosa, é dinâmica e pulsa como um ser vivo. Os geólogos que o digam!
GEÓLOGOS, SÃO, RESPECTIVAMENTE, PROFESSOR VISITANTE E DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS APLICADAS AO ENSINO DO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNICAMP. E-MAIL: JRBSILVA@IGE.UNICAMP.BR
O tema do "aquecimento global" aparece com tal frequência na mídia que muitas pessoas creem plenamente na veracidade do fenômeno e na principal causa admitida, a de que o dióxido de carbono o determina. Isso exemplifica como um tema científico não deve ser tratado, porque houve perigosa mistura de interesses políticos, econômicos e sociais, à parte problemas e desafios de conotação essencialmente científica.
Consideremos a complexidade e a variedade de fatores determinantes do clima na Terra.
Há 18 mil anos começaram a diminuir os efeitos severos da última era glacial. Sob clima frio e seco, grandes massas de gelo ocupavam parte expressiva dos continentes no Hemisfério Norte, onde vagavam mamutes e mastodontes. Em fins dessa era, o nível dos oceanos subiu cerca de cem metros. Com o derretimento e diminuição das geleiras, a temperatura média da superfície global aumentou, no máximo, 5° C.
Falaciosos, retóricos ou bombásticos são os temas de aquecimento global atribuídos ao efeito estufa: degelo dos polos, extinção do urso polar, alçamento do nível do mar, inundação de partes das cidades costeiras, variações de frequência e intensidade de eventos climáticos e alterações em regimes regionais de chuvas. Estão em voga porque a velocidade dos fenômenos climáticos é infinitamente mais rápida que a dos fenômenos estritamente geológicos. Enquanto aqueles se sucedem em segundos, estes envolvem, no mínimo, milhares de anos, no caso das glaciações; milhões e até bilhões de anos para mudanças substanciais, como separação e colisão das placas tectônicas que sustentam os atuais continentes.
Quais são as reais causas das variações climáticas na Terra?
A dinâmica climática é controlada por três categorias de fatores: astronômicos, atmosféricos e tectônicos. As causas específicas ainda não estão bem compreendidas, mas já se conhece a periodicidade dos ciclos, da ordem de centenas, milhares e milhões de anos. Informações obtidas da análise de sedimentos profundos e testemunhos de sondagens no gelo polar indicam que os períodos interglaciais são da ordem de 15 mil a 20 mil anos. Vivemos, pois, um desses períodos.
Por mais avançadas que estejam as Geociências, marcadamente as subáreas da Geologia e Geografia, muito ainda existe para pesquisar sobre os fenômenos naturais. As causas do aquecimento/resfriamento global são naturais e podem ser amplificadas por ações antropogênicas, no caso de aquecimento. Dentre as causas conhecidas, a humanidade pode interferir apenas na retenção de calor pela atmosfera. As causas astronômicas e tectônicas estão livres de nossa influência.
A pretensiosa declaração "vamos salvar o planeta!" é contestada por cientistas que estudam climas atuais e antigos. Eles concluíram que há épocas de mudança rápida e global do clima. Se for rápida, isso pode significar catástrofe: "Civilizações floresceram e foram destruídas ao ritmo das pulsações do clima" (Jonathan Weiner, Planeta Terra, 1988, Editora Martins Fontes, página 94).
A Terra não precisa de quem a salve, mas a espécie humana pode desaparecer se continuar a tratar os espaços e recursos naturais da maneira devastadora e irresponsável como o faz.
Não podemos perder de vista que as mudanças climáticas são partes da ciclicidade dos fenômenos geológicos que afetam o planeta todo. O tema tem profundas implicações educacionais e deveria ser abordado no ambiente escolar com dados abrangentes. Em síntese, falta muita Geologia na escola básica, ou geoeducação, como dizem os europeus, mais avançados que nós em lidar com esses temas na escola.
Na escola básica, quando muito, fala-se de processos terrestres como causa de catástrofes naturais como terremotos, tsunamis (ondas gigantes do mar), com suas terríveis consequências. Mostra-se que vulcões se formam na base da crosta e produzem massas incandescentes e explosivas, as lavas, que nós, brasileiros, só observamos pela televisão ou pela internet. No topo da crosta ocorrem catástrofes induzidas pelo homem, como deslizamentos ou escorregamentos de terra em encostas íngremes que jamais deveriam ser habitadas, fato que, infelizmente, se verifica no Brasil. Enchentes e inundações devem-se a fatores como impermeabilização do solo, crescimento urbano acelerado, ausência de planejamento territorial, agravados pela disposição inadequada do lixo.
Já a atmosfera, enigmática desde a mitologia grega, foi considerada vulnerável à revolta dos deuses por civilizações primitivas e alguns observadores incautos atuais. Ela é visível e sensível por todos: quando vai chover? Quando virão tempestades? Camponeses sabem responder, até bem antes das previsões meteorológicas, ao observarem o rumo dos ventos, a umidade do ar ou até o canto dos pássaros.
Não se podem admitir generalizações: nem tudo é "aquecimento global". Ao contrário, muitos geocientistas anunciam a corrente, antagônica, do resfriamento global. Para visualizar melhor as incertezas inerentes ao fenômeno observem como foi rigoroso o último inverno no Hemisfério Norte...
Uma coisa é certa: planejamentos territoriais devem ser feitos com visão holística e equipes multi, inter e transdisciplinares, ou seja, devem envolver geólogos e profissionais de todas as áreas científicas afins. Caso contrário, casas, pontes ou viadutos podem cair. Buracos como o do Metrô Pinheiros continuarão aparecendo e engolindo vidas.
A Terra, nossa Gaia majestosa, é dinâmica e pulsa como um ser vivo. Os geólogos que o digam!
GEÓLOGOS, SÃO, RESPECTIVAMENTE, PROFESSOR VISITANTE E DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS APLICADAS AO ENSINO DO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNICAMP. E-MAIL: JRBSILVA@IGE.UNICAMP.BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário