quinta-feira, 25 de março de 2010

A volta do trem

A tônica tem a ver com infra-estrutura imprescindível para nosso desenvolvimento social e econômico.

O desenvolvimento, a geração de postos de trabalho, a diminuição da violência urbana e o combate à exclusão social passam, necessariamente, pelo desenvolvimento e ampliação das malhas viárias, em especial neste momento de esgotamento do modal rodoviário, a ferroviária.

O escoamento de pessoas, bens e serviços são mais eficientes usando-se o modal ferroviário, notadamente considerando-se aspectos de impactos ambientais.

Houve um momento na História, tendo-se como um dos objetivos o de se dar vazão ao refugo do petróleo produzido, na forma de asfalto, que o modal rodoviário teve maior prevalência. Também pesou nesta ocasião, a topografia muito acidentada de nossas regiões próximas ao litoral, o que inviabilizava o investimento maior em máquinas de forte tração.

O argumento da maior integração entre as cidades e seus vilarejos satélites ajudou, por fim, na escolha e priorização das rodovias, além de ser um maior captador de mão-de-obra de ocupação momentânea.

Agora temos o sufocamento das vias de acesso notadamente próximas aos centros urbanos, assim, creio que a escolha do modal ferroviário ajudará, em muito, na correção dos problemas existentes de trânsito, enchentes, distribuição de energia elétrica, inclusão social e diminuição da violência urbana.

Apesar da reportagem focar mais a região sudeste, vale a pena acompanhar este tema.


A volta do trem


Três décadas depois de terem sido eliminados do cenário brasileiro, os trens interurbanos de passageiros voltam a merecer a atenção das autoridades e, se alguns dos planos já anunciados saírem do papel, eles estarão em operação dentro de poucos anos. Não se trata de mero saudosismo. Como em vários outros países, também aqui o transporte ferroviário de passageiros pode ter um importante papel no alívio dos congestionamentos em vias urbanas e nas rodovias e também na desconcentração das atividades econômicas e da população, o que acabará resultando na melhora da qualidade de vida nas grandes cidades.

[A propósito de haver projetos para ampliação de cidades próximas a capital paulistana]
"Acabariam os congestionamentos nas estradas", prevê, com muito otimismo, o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos, Aílton Brasiliense. Para ele, é importante que um país classificado entre as principais economias do mundo, como o Brasil, tenha opções eficientes de transporte por avião, por rodovia e por ferrovia.

O transporte ferroviário interurbano de passageiros teve grande importância no País. Quatro dezenas de pequenas e grandes empresas operaram redes que chegaram a transportar 100 milhões de passageiros em 1960, sem contar o transporte urbano e o suburbano. Por falta de interesse das autoridades e pelos estímulos oferecidos pelo transporte rodoviário, o trem de passageiros ficou praticamente limitado ao transporte urbano (em São Paulo, com o Metrô e a CPTM).

Trens de passageiros de longa distância continuam em operação em países de dimensões continentais, como EUA, Canadá, Rússia, Índia e China, mas, no resto do mundo, o transporte de passageiros por ferrovia passou por transformações, sobretudo, a partir do momento em que empresas privadas passaram a operá-lo. Há, atualmente, uma forte predominância de ligações de média distância.

As ligações ferroviárias chamadas de regionais, com até 200 km de extensão, têm grande demanda e, em geral, não envolvem grandes investimentos na infraestrutura básica e nos sistemas de controle e segurança operacional, pois, em geral, utilizam redes preexistentes. Os maiores investimentos costumam ser nos próprios trens, que devem oferecer aos usuários conforto, segurança e confiabilidade suficientes para fazê-los abandonar ônibus ou automóveis e escolher o trem.

[...] No plano federal, o Ministério dos Transportes iniciou estudos de viabilidade econômico-financeira de dezenas de ligações ferroviárias, inclusive no Estado de São Paulo, com o objetivo de selecionar 15 nas quais concentraria recursos, parte dos quais financiados pelo BNDES. O governo federal tem também o plano de construção do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, com extensão até Campinas. 
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