ALEXANDRE GARCIA
EM TEMPO
Antes de invadir a Universidade de Salamanca, o general falangista Milán Astray encerrou uma discussão com o reitor Miguel de Unamuno com o grito: “Abaixo a inteligência!”.
O Brasil parece hoje tomado por falangistas que têm medo de livros, de escolas, de conhecimento. Bibliotecas estão abandonadas. Escolas malcuidadas.
Professores malformados. Alunos semianalfabetos, ainda que tenham diploma de curso superior. O mérito está sendo abolido, substituído por cotas e por aprovação de ano automática. E agora o MEC referenda um livro, distribuído a quase meio milhão de alunos, que apoia o falar errado: “O livro ilustrado mais interessante estão emprestado”.
O governo não se importa de contrariar a Constituição que estabelece o Português como a língua oficial do Brasil. Quer abonar o patoá.
Ironicamente, o livro se chama “Por uma Vida Melhor”. Como terá vida melhor alguém que, não aprendendo a língua, não vai se comunicar direito, nem vai conseguir um bom emprego sem se expressar da forma correta? Quem vai à escola é para aprender, e não para ser vítima da esquizofrenia do politicamente correto. A ideia é liberar o falar errado; fale errado sem medo. Sim, sem medo.
Depois se dane, porque você foi nivelado por baixo e terá uma vida sempre nivelada por baixo. Porque se você crescer intelectualmente, tiver mais acesso ao conhecimento, vai querer pensar, tirar conclusões e deixará de votar em demagogos, populistas e mentirosos.
O professor Evanildo Bechara, mestre de todos nós que amamos o nosso País e, em consequência, amamos a língua que nos distingue, afirma que “se o professor diz que o aluno pode continuar falando ‘nóis vai’, porque isso não estaria errado, então esse é o pior tipo de pedagogia.
Se um indivíduo vai à escola, é porque busca ascensão social e isso demanda da escola que lhe ensine novas formas de pensar, agir e falar”.
Aqui, a esquizofrenia da frustração pretende uma espécie de bestificação social. Todo somos iguais e todos somos as mesmas bestas. Vai para onde o Brasil desse jeito? A China sabe aonde vai. Há 320 anos manda multidões de jovens para os Estados Unidos, para fazerem pós-graduação. Nas escolas chinesas, o ensino é rígido, é competitivo e premia o mérito.
O Brasil despreza esses três meios de se obter sucesso futuro. E fica cada vez pior.
Agora estão terminando o fundamental sem estarem alfabetizados. Os especialistas dizem que no segundo ano já deveriam estar alfabetizados.
Quando fiz o primário em grupo escolar, estávamos alfabetizados no primeiro ano. No segundo já interpretávamos leitura, dividíamos e multiplicávamos. Também plantávamos horta para a merenda escolar, sem medo de sujar as mãos com barro e mexer em minhocas, ó ausentes pais urbanos!
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário