Uma boa chance de impedir que o senador do seu estado incorra em quebra de decoro parlamentar por desvio de função é não votando nele em outubro. Aliás, sua única chance é não reeleger quem te faz de bobo.
Antonio penteado mendonca - Estadão
04 Maio 2018
Um bando de senadores decidiu verificar as condições da cela do ex-presidente Lula na Polícia Federal, no Paraná.
O fato é inusitado, da mesma forma que é inusitado a presidente de um partido político fazer uma gravação em vídeo solicitando a intervenção das forças árabes para restaurar a democracia nacional, ou alguém dizer que a prisão do chefe de quadrilha, condenado a 12 anos de prisão, só aconteceria depois de um banho de sangue.
A única conclusão é que os ilustres representantes dos estados que os elegeram não sabem a quem representam. O senado não representa o povo, representa as unidades da Federação. Como boa parte das cobras criadas que gravitam por lá nunca leu a Constituição, eles não sabem o que fazem e por isso aprontam viagens como essa para ganhar 10 minutos de imprensa às custas do contribuinte que pagou suas passagens.
Mas essa visita traz um dado novo: ou S. Exas. deixaram de cumprir suas funções porque nunca visitaram nenhum dos milhares de outros presos brasileiros, ou não havia razão nenhuma para visitarem as instalações da Polícia Federal no Paraná.
Se uma situação está certa, tanto faz qual, a outra está errada e justificaria a abertura de um processo para apurar quebra de decoro parlamentar por desvio de função.
Independentemente disso, você, eleitor, tem uma boa chance de impedir que o senador de seu estado, que andou fazendo turismo às suas custas, volte a fazer isso. Basta você não votar nele em outubro.
Isso mesmo. A sua arma, o voto, é a forma mais fácil e barata de resolver casos em que ninguém vai fazer nada, porque amanhã pode acontecer com o colega. Não reeleja quem te faz de bobo. O maior castigo para um político é ser mandado para casa.
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