segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Considerações sobre o discurso de Oscar Arias

Amigos, estou fazendo uma análise, aos poucos, acerca do excelente discurso do Presidente de Costa Rica, Oscar Arias.
Sugiro a leitura do primeiro post antes.



O que devemos considerar, ou pelo menos não perder de vista, é nossa formação.
Alguns fatores que dificultaram um melhor avanço no passado permanecem presentes até hoje: Clima, topografia, densidade demográfica, religião e idiossincrasia.

Quando o presidente inicia suas comparações ele não se aprofunda nestes parâmetros e, em meu entender, foram fundamentais em nossa formação e continuam a dificultar nosso melhor desenvolvimento.

A primeira diferença entre nós foi o padrão de colonização.
Enquanto nos EUA os colonos estavam a serviço de um investimento, um “franchising” da coroa britânica, desonerando aquele Estado da concentração de seus meios bélicos no ocidente, nós tivemos um Estado (Coroa Espanhola e Portuguesa) que via em nossos territórios nada mais do que celeiros de riqueza a serem explorados e enviados àquela península ao menor custo possível.

Em termos de idiossincrasia, a primeira postura fazia com que o colono se sentisse parceiro de um empreendimento, tanto o é que eles atendiam aos chamados de reuniões de conselhos nos centros das vilas não se importando, para tanto, em viajar horas a fio para poder comparecer às assembléias. Ressalta-se que a falta fazia com que o mesmo não tivesse o acesso imediato aos recursos financeiros e materiais bem como à consultoria promovida pelos prepostos da coroa.

Ainda em termos de idiossincrasia, quanto aos nossos antepassados, tendo sua formação influenciada por uma distinta miscigenação e pela distância nas relações sociais estabelecida pelos representantes da coroa, o que  fazia com que nossos antecedentes buscassem formas de se aglutinar, entre seus iguais, em objetivos diversos àqueles estabelecidos que  visavam nada mais do que a exploração e à expropriação dos bens dos nativos, a fim de se protegerem e sobreviverem aos pesados encargos estabelecidos pelos representantes daquelas coroas, espalhados ao longo de nosso continente na forma de “regiamentos”. Essa separação, aliada à topografia que dificultava o acesso e à baixa densidade demográfica nas regiões, notadamente às mais próximas às cordilheiras e serras fez com que o contato entre as vilas e demais grupos sociais.

Bem, em termos de hoje entendo que esta formação social influenciou na nossa formação intelectual e no preparo para a economia de desenvolvimento. Aliando-se isto aos demais fatores, notadamente nossa dificuldade de circulação e integração social (pouquíssimos entre nossos países, talvez Uruguai e boa parte da Argentina, têm condições de interligar toda as partes de seus territórios com estradas e ferrovias, a título de exemplo) não pudemos estabelecer uma economia, sequer agrícola que além de competitiva fosse sustentável ao longo dos anos com vistas a futuro. O fato objetivo é que tudo o que os nossos países produzem produz-se em outra parte do planeta de forma mais econômica e eficiente.

Este é um fator importante que nós sociedade, temos que nos debruçar para buscarmos soluções factíveis e que nos faça produzir e desenvolver diminuindo-se, paulatinamente, a dependência de investimentos estrangeiros.
Pretendo desenvolver um pouco mais esta revisão do discurso de Oscar Arias.
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