quinta-feira, 26 de julho de 2012

Espanha à beira da quebra

É difícil se explicar a sociedade, notadamente impregnada de visão ideológica de esquerda após trinta anos de doutrinação subliminar, que a guerra que prevalece na última década é a econômica e não a militar.

Espanha já foi superpotência. Espanha tem uma sociedade com índices culturais e educacionais muito superiores ao resto do mundo. Espanha teve uma grande quantidade de colônias e recursos minerais e de commodities a disposição. Mas a Espanha optou pelo socialismo assistencialista irresponsável.

Vejam que hoje, não obstante a todo o potencial econômico já esgarçado, membros da classe média tradicional estão nas filas atrás de pão e de batatas.

Este é o futuro que Lula quer para nosso país ao se alinhar ao Foro de São Paulo. 
Aos que não gostam de política, acho que está em tempo de começar a prestar atenção.
O difícil é derrotar Rita e Carminha e platitudes similares.



ESPANHA À BEIRA DA QUEBRA PÕE LÍDERES EUROPEUS EM XEQUE

EDITORIAL
VALOR ECONÔMICO


A Espanha está prestes a reconhecer que não terá mais condições de sair de seu atoleiro econômico sem ampla ajuda europeia. Há poucas chances de que os mercados deem um alívio providencial na cobrança de juros estratosféricos para que o país consiga rolar sua respeitável dívida de US$ 1 trilhão. Ao deixar que as cartas do castelo da união monetária fossem caindo uma a uma, os líderes europeus ficaram com poucas opções de socorro nas mãos e elas são exatamente as que foram evitadas até agora. A Espanha emite sinais de que está arruinada e de que, por si só, é incapaz, pela rota que está seguindo, de reerguer-se. Ao que tudo indica, precisará de auxílio urgente, mas essa última palavra não frequenta o vocabulário dos governantes europeus pelo menos desde que a crise irrompeu na Grécia.
Com sua segunda recessão desde 2008 e desemprego de 25%, a Espanha caminha para uma grave crise política. O Partido Popular, que voltou ao poder há poucos meses, se desmoralizou ao redobrar receitas recessivas que demagogicamente atribuiu aos socialistas para chegar ao poder. O primeiro ministro Mariano Rajoy não se dirige à nação para dizer aonde pretende chegar com seu pesado plano de austeridade de € 65 bilhões, talvez porque não tenha muito a dizer ou outra opção menos dolorosa a propor. Com a esquerda socialista abatida pelas urnas e a direita perdendo capital político aos golpes da crise, as insatisfações podem desaguar fora das instituições políticas tradicionais. Pelo passado espanhol, pode-se esperar todo tipo de reação, menos a apatia.
Os líderes europeus acreditaram que a aprovação do socorro de € 100 bilhões para capitalizar os bancos espanhóis fosse suficiente para recuperar parte da confiança perdida dos investidores. O alívio durou algumas horas. A ajuda foi mais que bem-vinda, mas não era imediata e pode não chegar a tempo. O atual Fundo de Estabilização Financeira Europeia, após esse empréstimo, tem apenas € 150 bilhões em caixa. O novo Mecanismo de Estabilização Europeu, com seus € 500 bilhões, não entrou em vigor. Deveria fazê-lo agora, mas a Corte alemã só vai julgar a legalidade de a Alemanha a ele aderir em setembro.
Além disso, a capitalização só poderá ser feita após ser esboçada a "união bancária" e após o poder de supervisão dos bancos da zona do euro ser transferido para o Banco Central Europeu. Não se espera que isso ocorra antes do início de 2013.
E tempo é o que a Espanha não tem. Seus títulos de dez anos pagaram juros recorde de 7,62% ontem. Como não consegue se financiar a custo compatível a longo prazo, o governo buscou recursos com títulos de curto prazo, cujos juros também foram para a estratosfera na segunda-feira - papéis de dois anos saíram a 6,54%, batendo um recorde na história do euro.
Mesmo os recursos do novo mecanismo de apoio não são suficientes para sustentar a Espanha, se ela realmente precisar deles. A crise do euro vai chegando a novo estágio, mais devastador, porque uma coisa é um país pequeno como a Grécia deixar a união monetária - algo ainda possível e até provável -, outra é a quarta maior economia do bloco fazer a mesma coisa. Para evitar isso, restaram as propostas que estão na mesa há muito tempo e que foram rejeitadas.
Agora uma parte das apostas indica que o Conselho Europeu e o BCE pressionarão a Espanha para que peça formalmente assistência financeira. Diante da escassez de recursos, essa atitude não resolverá os problemas imediatos. O BCE, então, terá de embarcar em vasto programa de afrouxamento monetário, com a compra em massa dos títulos espanhóis em um primeiro momento, e logo em seguida, dos papéis da Itália, que tenderá a seguir o caminho da Espanha, se ela for à lona.
Há tempos o BCE interrompeu seu programa de compra de títulos soberanos, no qual gastou € 280 bilhões. Seus efeitos foram desprezíveis, o que não significa que a arma não seja potente. Sob oposição da Alemanha, Holanda e outros países, o BCE disparou suas ordens de compra a contragosto e indicando como norte que as aquisições não seriam muito expressivas ou ilimitadas. A Espanha é um divisor de águas. Para ajudá-la, o BCE não poderá ter limite de gastos nem o veto dos países mais poderosos da zona do euro. De novo, a união monetária está perto do estilhaçamento.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GEOMAPS


celulares

ClustMaps