Tudo isto tem um triste histórico. Comecei a ficar curioso com o pedido de demissão da primeira ministra da Educação, Esther de Figueiredo Ferraz. Ela não conseguia prosseguir o principal projeto na época, de alfabetização e ensino básico. A elite queria expressivos investimentos nas universidades. Ela tinha visão diferente. Passou, também, a bater de frente nas universidades com a esquerda ideológica, quase invisível na época. Depois foi a vez do imortal Portela, dono da frase "eu não sou ministro, "estou" ministro. Conseguiu sair como herói no embate com o presidente-general Figueiredo. Ganhou, mais tarde, um "prêmio" por sua obra, virou imortal da ABL.
Era "cult" na época, dizer que o governo não investia em educação. Bobagem, desde aquela época, intensificando-se no governo Sarney, que Educação e Saúde foram as maiores fatias no orçamento. O PT, em crescimento, arregimentava intelectuais sob este mote: a Educação no país presisa mudar, tem que ser inclusiva. O que temos agora amigos? Dez anos de Lula e PT no poder? Melhoramos? E contando com FHC e Itamar, quando a esquerda ganhou corpo, são vinte e cinco anos. Melhoraram o que criticaram? O que lhes serviu de encorpamento e visibilidade para com a sociedade? Não.
A conclusão que chego é a mesma, batida, antiga: A Educação não melhora porque a sociedade não quer, e não os políticos. Esta omissão contumaz é a principal causa. Reflete-se de várias formas.
Se tinha algo que me irritava após planejar, cuidadosamente, minhas aulas, era a porra do "resuminho" o "macetinho" em uma sociedade que não leva a sério a Educação. O "corta, copia e cola" sobretudo nos meios acadêmicos, um horror.
Eu não digo que é preciso fazer algo, venho tentando fazer há anos. Perco um bom tempo de minha noite lendo artigos importantes e selecionando os melhores, sob vários temas de relevância. Seleciono os melhores, posto no blog, no Face, no Linkedin e, ainda, envio via email para um seleto grupo que "disse" que se interessava. Aí, quando cruzo com alguns, pergunto: E aí, está gostando? Claro, não tenho muito tempo, "seleciono" para ler depois e mais adiante proclama uma besteira, via Face ou internet, sob um assunto onde um especialista ou vários havia analisado e eu enviado via email. Leu porra nenhuma, então não mente, que fica feio.
Enfim, minha parte na cidadania eu faço, mas ao longo dos anos tenho visto que não gera interesse. 3300 contatos no Face e 3350 no Linkedin e apenas vinte ou trinta visitas aos artigos postados mostram o grau de interesse da sociedade, em particular, esta que tenho contato direto. Isto meus caros, é cansativo e desestimulante. É dar murro em ponta de faca. O sociedade se amarra em ficar em cima do muro, faz parte de nossa idiossincrasia. Contra biotipo e idossincrasia não se briga. Minha frase favorita ao abrir módulos letivos.
Aí, pergunto: O país vai melhorar? Não, não vai, pois o cidadão é comodista, não gosta de ir a reunião de condomínio ou de escola de filhos. Gosta de ficar na comodidade do lar, na zona de conforto e dizer, da mesma forma que dizia na "época dos militares": "É um absurdo...alguém tem que fazer algo para mudar isto que está aí...".
Não verás país algum...
Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global sobre a qualidade de educação
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking de educação que comparou 40 países. No topo, aparece a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong. O estudo, que levou em conta, entre outros fatores, notas de avaliações e qualidade dos professores, foi encomendado à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado.
As informações são da BBC Brasil. De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira (27), os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações estão na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que aparece na última posição.
Entre os critérios usados para definir a colocação dos países, estão testes internacionais, como o Pisa, o Pirls (sigla em inglês para programa sobre leitura e alfabetização) e o Timss (sigla para programa sobre matemática e ciências), além de aspectos como autonomia das escolas, idade que as crianças entram na escola e tempo médio de permanência, taxas de pessoas alfabetizadas e com nível superior.
A pesquisa encomendada pela Person está disponível aqui, em inglês.
Entrevistado pela BBC, Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, disse que as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação. As nações asiáticas se destacam porque o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.
O relatório também fala sobre a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários, segundo a BBC.
.
Bom dia Jefferson!
ResponderExcluirEm primeiro lugar, gostaria de parabenizar pelo seu exelente trabalho neste Blog e também no Face.
Entendo a sua indignação pelo descaso das pessoas com os fatos que acontecem ao seu redor, com a indiferensa do que ocorre na sociedade e até com este seu trabalho que acima me refiro.
Não esmoreça, pode ter certe de que seus Emails fazem parte de minha leitura diária, os quais tem me ajudado a melhorar minha percepção dos fatos
Um forte abraço!
Bertoldo