segunda-feira, 13 de maio de 2019

O "apagão de mão de obra": depoimento

JÁ ESTAMOS  e dificilmente sairemos de uma GRAVE crise de POTENCIAL de desenvolvimento econômico. 
Eu tenho serena e irrefragável convicção de que mesmo com os cofres da União abarrotados de recursos, as reformas previdenciária e tributárias APROVADAS com rapidez e ampla folga de votos, contudo “o povinho dessa terra...” vem sendo sistematica e irrefragavelmente ALEIJADOS intelectualmente. 
Sou professor de faculdade e CONSTATO ISSO DESDE 2014, além de ter, voando helicópteros offshore, ter constatado tal deficiência por quatro anos nas empresas públicas e privadas com as quais tive direto contato.
EU NÃO SEI a saída com a esquerda DOMINANDO capilarizadamente pelo PT a ACADEMIA e o ENSINO.
É A REVOLUÇÃO GRAMSCIANA PREVALECENDO.

INSISTO no risco da RESPONSABILIDADE CRIMINAL SOLIDÁRIA de um "líder" ou chefe, ou patrão cujo "colaborador" ou subordinado comete um erro de procedimento qualquer, cuja forma correta de fazer está em manuais, ou checklist mas, DELIBERADAMENTE ou por DIFICULDADE de ler e de entender, o "colaborador" NÃO FAZ e o resultado é um SINISTRO!!

PROFISSIONAIS MAL FORMADOS SÃO UM RISCO ENORME para muitas atividades...

Ademais, HÁ O RISCO CRIMINAL solidário de VOCÊS, como patrões, serem envolvidos em acidentes causados por esses profissionais mal educados e formados.
POR FAVOR!!!
LEIAM!!!
*

Depoimento de Rafael Rosset, da Rosset & Advogados Associados

Uma objeção feita à reorientação orçamentária pretendida pelo MEC, remanejando verba do ensino superior e concentrando no básico, é que programas como FIES e ProUNI ajudam a qualificar a mão de obra dos mais pobres, abrindo a eles novas perspectivas de trabalho e ascensão social.

Quem fala isso claramente nunca assinou uma carteira de trabalho na vida.

Por aqui nós frequentemente abrimos processo seletivo para auxiliar de escritório e secretaria. As candidatas em geral são egressas da escola pública que estão cursando Administração de Empresas numa universidade de segunda linha através de algum programa de financiamento estudantil. O teste exige apenas uma redação sobre temas contemporâneos e uma prova de múltipla escolha. Nós literalmente exigimos apenas que a candidata saiba se expressar bem na língua falada e escrita, tenha noções de Excel, saiba atender ao telefone e consiga formatar um documento simples no Word.

Eu posso assegurar a vocês: vivemos o mais absoluto apagão de mão de obra.

Jovens no 4º ano de Administração não sabem a diferença entre regime de competência e regime de caixa, não sabem explicar o que é IPCA ou IGP-M, nem conseguem diferenciar pro-labore de dividendos. Não sabem pra que serve a Auto Soma numa planilha do Excel, têm dificuldades com qualquer texto acima de 3 parágrafos (a maioria vence o curso superior sem precisar ler um livro sequer), não conseguem enviar um e-mail de 4 linhas sem assassinar o idioma umas 10 vezes e não sabem sequer o nome do prefeito, porque não se interessam pelo noticiário.

Esses jovens saem do curso com um diploma que lhes garante a titulação e achando que estão prontos para o mercado de trabalho, mas não vão achar um único patrão disposto a lhes pagar um salário mínimo que seja, porque depois de 11 anos de escola pública que não alfabetizou adequadamente nem ensinou as 4 operações fundamentais, e mais 4 ou 5 anos de uma faculdade que vendeu um diploma financiado pelo contribuinte, vão descobrir, da pior maneira possível, que não têm nenhuma habilidade útil a oferecer à sociedade. E eles não vão sequer compreender o porquê, já que foram sendo empurrados de degrau em degrau desse sistema educacional perverso que nunca quis ensinar, e sim produzir números vistosos de redução de evasão escolar ou melhora nos índices de alfabetização.

É nesse momento que "a filha da empregada doméstica" vai se dar conta que a mãe dela tem muito mais trabalho e ganha (muito) mais dinheiro que ela fazendo faxina 4 dias por semana. E que esse papo de "agora pobre pode estudar na universidade" é um ESTELIONATO, um golpe sob medida aplicado por políticos populistas de um lado e empresários donos de conglomerados educacionais de outro, os primeiros instrumentalizando os sonhos de alguns em troca de um punhado de votos e os segundos interessados em utilizar o governo pra meter a mão no bolso do pagador de impostos, todos aplaudidos pela nossa classe falante, os chamados "especialistas", a seu turno parasitando também o dinheiro público desenvolvendo pesquisas inúteis em alguma universidade federal.

O que fizeram com a educação brasileira nos últimos 40 anos é muito pior que cem bombas de Hiroshima. É uma hecatombe que destruiu as legítimas aspirações de incontáveis gerações de jovens, e jogou o Brasil para a lanterna mundial nos rankings de produtividade. Vamos precisar de 10 ou 15 governos bem intencionados, fazendo a coisa certa ao longo de uns 50 anos, pra COMEÇAR a reverter essa tragédia.

Por Rafael Rosset, do escritório de advocacia Rosset & Associados.

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