domingo, 24 de julho de 2011

De quintal a reserva legal






O artigo abaixo trata de explanações envolvendo a bandeira do ambientalismo e preservação de nossa agricultura sustentável padrão exportação. A senadora, autora do artigo, vem sendo crucificada por nossa mídia.

Ressalto, todavia, que um deputado do PCdoB, partido historicamente de esquerda radical, teve um relator Dep Aldo Rebelo, como relator, que pensa como a senadora, dita de direita conservadora. Ambos defendem nossa agricultura dentro do Cód. Florestal.

Esse tema é de fundamental importância que o cidadão acompanhe, notadamente em função dos dados abaixo, verdadeiros, registrados pelo IBGE e FUNAI.

Para uma sociedade onde a Educação não favorece os cidadãos e pouco lhes permite acesso a postos de trabalho de alto valor agregado, a agricultura é a principal saída para a redução de desigualdade.


"o Brasil tem 851 milhões de hectares. Apenas 27% são ocupados pela agricultura e pela pecuária; 0,2% estão com as cidades e com as obras de infra-estrutura. A agricultura ocupa 59,8 milhões (7% do total); as terras indígenas, 107,6 milhões (12,6%). Que país construiu a agropecuária mais competitiva do mundo e abrigou 200 milhões de pessoas em apenas 27,2% de seu território, incluindo aí todas as obras de infra-estrutura?"  Reinaldo Azevedo em Veja.




Não deixem de acompanhar na mídia ou neste mesmo blog os comentários acerca da propaganda americana sobre a necessidade da proteção de nossa Amazônia para evitar a perda de competitividade dos produtos DELES, denunciado por Aldo Rebelo, o relator do Código Florestal.


Veja, também, o vídeo: "Farms here, forests there."


Por fim, amigos, temos que assumir um lado como cidadãos: O desenvolvimento econômico e social, também por intermédio da agricultura, ou preservação de interesses estrangeiros, via ONG e  "mitos" acerca de preservação ambiental.

De quintal a reserva legal
KÁTIA ABREU 
folha de sp


O Brasil prosperou, e já não é quintal; mas, como exportador de alimentos, tornou-se réu ambiental.

Houve um tempo em que os Estados Unidos se referiam ao Brasil, em tom jocoso, como "o nosso quintal", dito que aqui acatávamos como fatalismo humilhante.
Os tempos mudaram, o Brasil prosperou, não obstante exibir ainda imenso contencioso de problemas. Mas já não é quintal.
No setor agrícola, por exemplo, o Brasil passou, a partir de meados da década dos anos 1970, de importador de alimentos à autossuficiência.
Duas décadas depois, já disputava na linha de frente o mercado mundial como exportador.
Está hoje entre os três maiores exportadores mundiais, com potencial para superar os outros dois.
Nessa condição, deparou-se com outro tipo de pressão. Tornou-se réu ambiental.
Embora toda a revolução agrícola aqui processada, graças ao uso intensivo de tecnologia, tenha ocorrido praticamente sem expandir a área de plantio -a ocupação produtiva cresceu, em meio século, apenas 5%, de 23% para 28%-, o país está na lista negra das ONGs (organizações não governamentais) ambientais -a maioria estrangeiras.
É acusado de predador ambiental, não obstante, nesse período, a área preservada dentro das propriedades tenha aumentado 68,5%, já que nelas passou a ser exigido um percentual de vegetação nativa.
Hoje, o Brasil é o único grande produtor de alimentos a ter 61% de seu território intocado.
Não há nada semelhante no planeta, e os produtores brasileiros jamais postularam a redução dessa área de vegetação nativa, que, na Europa, é de -pasmem- 0,2% e nos Estados Unidos, de 23%, para citar apenas as duas regiões que sediam as ONGs que mais veemente pressão política e moral exercem sobre nossa produção rural.
O termo "reserva legal", que consta do Código Florestal, só existe aqui. É uma jabuticaba jurídica, que não agrega nenhuma função ambiental. Foi-nos imposta por essas ONGs, que não se mostram tão indignadas com a degradação ambiental em seus próprios países. Se "reserva legal" fosse unanimidade, não existiria só no Brasil.
O que está em pauta é uma guerra pelo mercado de alimentos, em que o ambiente é mero pretexto.
Alguns nela embarcam de boa-fé, por inocência e desinformação; outros, de má-fé mesmo. Duvidam?
Pois leiam o relatório "Farms here, forest there" ("Fazendas aqui, florestas lá"), da Shari Fem, David Gardiner & Associados, publicado em dezembro do ano passado.
Já no título, diz-se o que se pretende: que o Brasil arque sozinho com o ônus ambiental, enquanto os Estados Unidos cuidam da produção de madeira e de alimentos.
O documento, disponível no site da ONG Union of Concerned Scientists, faz minucioso estudo sobre os ganhos dos setores agropecuário e madeireiro norte-americanos, se obtiverem o que o relatório propõe: produção, aqui (Estados Unidos); preservação, lá (florestas tropicais -Brasil).
Vejam este trecho do relatório: "A agricultura dos Estados Unidos e as indústrias de produtos florestais podem se beneficiar financeiramente com a conservação das florestas tropicais por meio de políticas climáticas, (...), que poderiam aumentar nossa receita agrícola de US$ 190 bilhões para US$ 270 bilhões entre 2012 e 2030".
Em outro trecho: "Proteger as florestas tropicais através de financiamentos climáticos permitirá aos produtores de biocombustíveis nos Estados Unidos prosperarem com menos preocupações sobre o impacto ambiental de sua produção".
A síntese está nesta frase, de Dwayne Siekman, da Associação de Produtores de Milho de Ohio: "Parar o desmatamento tropical é uma vitória para a competitividade da agricultura dos EUA (...)".
Esses interesses estão mais do que nunca exacerbados com a perspectiva de aprovação, no Senado, do novo Código Florestal. Não se trata, porém, de ambiente, mas de luta por mercados. Querem nos passar de quintal a reserva legal.
O que é espantoso é a adesão entusiástica, quase religiosa, da militância ambientalista do Brasil, endossando as mesmas teses, mesmo as mais desonestas, em nome de não se sabe bem o quê.
Do interesse da população brasileira é que não é.
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