Outra mostra da idiossincrasia do brasileiro. Tirar proveito econômico especulativo do desenvolvimento econômico travestidos de necessitados sociais.
Como avançaremos ao primeiro mundo com um comportamento como esse?
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Tapumes e 3h de trabalho: Maresias ganha 2 barracos em favela por semana
SÃO SEBASTIÃO - Não muito longe das mansões milionárias à beira-mar, cerca de 4 mil pessoas se aglomeram em duas favelas localizadas na Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. A situação não é diferente nas demais praias do município, como Juqueí, Barra do Saí, Boiçucanga e Camburi, entre outras. Só que ali surgem até dois barracos novos por semana e a ocupação ampliou o crescimento para 10% ao ano (quase o dobro da taxa municipal, de 5,5%).
Reginaldo Pupo/AE
Sem esgoto nem luz, mas com placas de 'vende-se'
Somente no primeiro semestre deste ano, foram registradas 81 ocorrências relacionadas a invasões de área ambiental - 47 delas em área de preservação permanente - em todo o município. No ano passado, no mesmo período, foram 60 ocorrências e, em 2009, 77 boletins foram lavrados pela Polícia Ambiental.
"A maioria das ocorrências é registrada justamente na Costa Sul", destaca o tenente Marco Aurélio Ribeiro da Silva, comandante interino da Polícia Ambiental no litoral norte.
Nordeste e Minas. Quem passa pela Rodovia Rio-Santos (que margeia a praia) em busca de ondas, sol e gente bonita, não imagina que no lado oposto da rodovia há uma ocupação clandestina que avança pelo Parque Estadual da Serra do Mar. A cada fim de semana, até dois barracos de madeira são erguidos ali, em menos de três horas.
A maioria dos moradores vem do Nordeste e de Minas, em busca de emprego. O surgimento também desenfreado de centenas de condomínios de luxo é o que atrai a mão de obra da construção civil. Levantamento feito pela Federação Pro Costa Atlântica, entidade que reúne as sociedades amigos de bairro da região sul, revela que São Sebastião cresceu 112% nos últimos 20 anos, proporção cinco vezes maior do que a cidade de São Paulo. Ainda segundo o levantamento, cerca de 22 mil pessoas vivem em núcleos de favelização.
Pelo fato de o local não ser regularizado, não há serviços públicos como coleta de lixo - que é lançado nos pequenos córregos que se formam nas dezenas de vielas de chão batido e fétido. Caminhar pelas vielas requer cuidado, pois em todo o percurso há lixo doméstico espalhado.
De olho neste nicho, empresas de ônibus criaram há quase duas décadas linhas diretas entre cidades do norte de Minas e São Sebastião, para facilitar a chegada desses moradores. Para driblar a fiscalização, diversos imigrantes chegam à capital paulista de ônibus e, de lá, "pulverizados" em vans, chegam de madrugada à região, já munidos de tapumes. Ao amanhecer, o barraco está pronto para moradia.
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