terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Os Estados reduziram seus investimentos e o PIB

Os Estados reduziram seus investimentos e o PIB
O Estado de S.Paulo

No ano passado, o governo federal, a fim de cumprir o superávit primário fixado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, sacrificou os investimentos enquanto elevava as despesas de custeio, o que, a nosso ver, contribuiu para a queda do PIB. Ontem, o jornal Valor, com base em informações recolhidas nas Secretarias da Fazenda dos Estados mais importantes, apontou as respectivas receitas e despesas de investimentos.

Entre os Estados mais importantes da Federação (Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo), apenas em Pernambuco não houve queda dos investimentos, enquanto as receitas aumentavam de um mínimo de 4,6% (Rio Grande do Sul ) a um máximo de 20,4 % (Minas Gerais). Mesmo levando em conta uma inflação de 6,5%, só no Rio Grande do Sul a receita ficou abaixo disso em valor real.

Dado o resultado satisfatório, em termos de receitas, seria lícito pensar que os Estados poderiam impulsionar mais os investimentos, especialmente por terem obtido facilidades para se endividar com essa finalidade.

Mas apenas Pernambuco aumentou seus investimentos, que chegaram a R$ 1.947,8 milhões, ou seja, 9,5% das suas receitas, enquanto em São Paulo ficaram em 0,4% das receitas.

O objetivo era conseguir superávit primário (receitas menos despesas, fora o pagamento de juros), o que exigia optar por custeio ou investimento nas despesas. Ao contrário de Pernambuco, os governos estaduais preferiram reduzir em 28,3% os investimentos.

E, como no caso do governo federal, a queda dos investimentos contribuiu para a redução do PIB. As despesas de custeio sem dúvida favorecem o consumo doméstico, mas os investimentos também fazem isso. Só que a vantagem, no caso dos investimentos, é que há um efeito durável, desde que realizados para melhorar a produtividade dos setores por eles beneficiados. No caso da indústria e da agricultura, é fácil ver que os investimentos permitem reduzir os custos por meio da melhora da produtividade.

Mas os governos não têm muita consciência das vantagens dos investimentos em infraestrutura e que dependem essencialmente deles. Exemplos: a melhoria dos transportes públicos contribui para elevar a produtividade do trabalhador que chega menos cansado a seu trabalho; os investimentos na saúde também trazem vantagens evidentes; os investimentos na infraestrutura dos transportes (estradas, ferrovias e portos) reduzem os custos de acesso de bens nacionais e estrangeiros aos consumidores. São vantagens duradouras, ao contrário das que decorrem do aumento do custeio, que desemboca muitas vezes na inflação.
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