Breves considerações acerca de uma ferramenta fundamental para nosso desenvolvimento.
Temos que admitir nossas origens. Somos latinos de idiossincrasia bem distinta dos anglicanos, base de formação do americano caucasiano, e dos germânicos.
Talvez o frio, as vicissitudes enfrentadas em épocas de guerras ao longo dos milênios, tenham incorporado naquelas raças o hábito do registro, do inventário e, sobretudo, de se registrar ocorridos para críticas maduras e necessárias para melhorias futuras que viessem a ajudar a coletividade a melhor enfrentar seus problemas e desafios.
Talvez nossa base de formação ibérica, sobretudo com climas menos rigorosos e formação racial e social que não despertassem cobiças que levassem a contínuas guerras não tenham exigido os mesmos cuidados das bases raciais que hoje dominam o mundo econômico e que serviram, sobretudo, de base para a formação das sociedades orientais, notadamente a chinesa onde um influente e poderoso primeiro-ministro abriu mão da conduta socialista para mergulhar na vida capitalista com uma notória frase: "Não importa a cor do gato, desde que mate ratos!!", dito aqui de forma bem simplista, é claro.
Com a ampliação das trocas comerciais, facilitadas pelos avanços tecnológicos, a globalização renasceu em um fenômeno mais abrangente que o existente no coração do mundo milênios atrás. Necessariamente, muito dos costumes, principalmente os de vida organizacional e corporativa, tiveram que ser repassados, ensinados e orientados a fim de se melhor absorver novos produtos ou tecnologias. As ferramentas conceituais que melhor permitiam essa aderência ao novo e inusitado eram os manuais, as listas de verificação ("check-list") e, sobretudo, os relatórios. Estes eram fundamental, sobretudo para se divulgar as impressões dos usuários e beneficiados e permitiam não só correções bem como decisões.
Para tanto, relatórios, de preferência sucintos, devem conter, necessariamente, um início, um meio e um fim, este trazendo o principal, a conclusão amparada na bagagem vivencial e profissional de quem elabora. A partir dessa "receita de bolo" é que melhorias podem ser aplicadas e decisões podem ser adotadas.
Parece simples, contudo, em meus 35 anos de carreira o que mais vi foram relatórios muito bem elaborados, com figuras, gráficos, tabelas, fotografias, encadernação plastificada de qualidade contendo um elenco de platitudes e informações óbvias que, sobretudo, denunciavam a principal praga do mundo da tecnologia informacional, o famigerado "corta, cola e copia".
Pressa e pouca atenção para o principal objetivo de um relatório é o que melhor caracteriza nossa idiossincrasia latina, de uma maneira geral. Quando bem elaborado poderá servir muito mais além do que uma bonita peça decorativa de mesas de centro de salas de espera. Poderá, sobretudo, ser a base para grandes projetos.
Um relatório, em meu entender, é uma ferramenta de informação que amparam decisões. Também é o principal cartão de visitas de um funcionário. A informação pertinente é o núcleo, o "core", que precisa ser introduzida, desenvolvida e concluída, com uma opinião fundamentada e coerente com o objetivo do relato.
Pense com carinho nisso.
Boa sorte.
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