sexta-feira, 30 de julho de 2010

As ligações perigosas das ongs que atuam na floresta

Um assunto para a sociedade acompanhar.
A pressão que exercem, como lobby, sobre nosso Código Florestal é muito forte.
Dependemos da agricultura para nos projetar e nos sustentar.

Já perdemos a Raposa da Serra do Sol, uma enorme quantidade de território brasileiro, por lei, hoje não só é área de preservação ambiental como também reservas indígenas.

Outro tema maiúsculo e necessário.
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As ligações perigosas das ongs que atuam na floresta

Nos últimos anos, dezenas de ongs indigenistas e ambientalistas que atuam na Amazônia vêm sendo alvos de investigações da Abin e da Polícia Federal. Por Hugo Souza
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Os países amazônicos governados por grupos partidários da chamada “nova esquerda” latino-americana parecem ter entrado em guerra contra organizações não-governamentais indigenistas e ambientalistas, as estrangeiras ou aquelas financiadas com dinheiro de governos e entidades com ou sem fins lucrativos dos EUA e da Europa.

No início de julho, o governo do Peru cancelou o visto de um religioso britânico que participou de manifestações em defesa da Amazônia e avisou que não permitirá que estrangeiros realizem protestos no país. Em Quito, o presidente Rafael Corrêa se referiu a manifestantes ligados à Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador como “gringuitos” que se organizam em “grupitos” e se autodenominam ongs. Na Bolívia, o mesmo Evo Morales que há cinco anos tomava posse trajando um “aguayo” (tecido costurado à mão pelos índios aimará e quíchua) agora acusa o seu povo de estar sendo manipulado por estrangeiros a fim de desestabilizar seu governo.

Na Amazônia boliviana, prefeitos do departamento (estado) de Pando, no norte do país, expulsaram da região cinco ongs ligadas à Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês), entidade ligada ao Departamento de Estado norte-americano. O próprio Evo Morales ameaçou proibir a presença da Usaid na Bolívia, dizendo que a agência dos EUA incorreu em ingerência no país ao, segundo ele, incitar ongs e índios a realizarem uma grande marcha de protesto contra o governo central de La Paz.

A fúria de Morales contra as ongs tem mais a ver com a disputa interna por hegemonia política do que com a defesa da soberania boliviana, mas os laços da Usaid com grandes ongs que atuam na Amazônia é um fato que carece de maior transparência, tendo em vista as reiteradas denúncias de que o ambientalismo-indigenismo vem sendo usado pelos países-ricos como um instrumento de dominação geopolítica.

‘Gosto de árvores, floresta…’
No Brasil, a Usaid consta como “parceira” de ongs como a SOS Amazônia e Centro dos Trabalhadores da Amazônia, organização fundada pela ex-ministra do Meio Ambiente e atual candidata do PV à presidência da República, Marina Silva. As ongs que recebem dinheiro da Usaid costumam funcionar como satélites das chamadas “king ongs” (as ongs maiores, com sedes no exterior e que estabelecem as linhas-mestras de atuação para suas congêneres menores e locais). Foi também a Usaid que formulou a campanha Iniciativa para a Conservação da Bacia Amazônica, com o objetivo de aprimorar a “governança ambiental” de ongs na região.

No ano passado, a Usaid acertou um acordo com os índios suruí de Rondônia com a intermediação da ong norte-americana Forest Trend. O objetivo declarado é organizar um fundo para vender créditos de carbono obtidos com ações de preservação na reserva dos suruí. O cacique Almir Suruí já recebeu uma homenagem na cidade de Los Angeles, nos EUA, e teve um encontro em Londres com o príncipe Charles, que tem uma “fundação ambiental”.

Nos últimos anos dezenas de ongs indigenistas e ambientalistas que atuam na Amazônia vêm sendo alvos de investigações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal por compra ilegal de terras, espionagem, contrabando, apropriação de saberes indígenas e prospecção de riquezas minerais e vegetais a serviço de empresas estrangeiras.

Uma dessas ongs é a Cool Earth, criada pelo sueco Johah Eliasch, empresário que chegou a lançar uma campanha no Reino Unido pedindo doações para a compra de terras na região norte do Brasil. Em 2008, quando foi perguntado pelo Fantástico, da Rede Globo, sobre o motivo desse seu tipo de interesse em nosso país, Eliasch respondeu: “Gosto de árvores, floresta…”. Pouco tempo depois da entrevista de Johah Eliasch ao Fantástico o abnegado nórdico amante da natureza recebeu uma multa do Ibama por causa da derrubada ilegal de 230 mil árvores na Amazônia.
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