quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aeroportos não ficarão prontos

Sílvio Ribas
Correio Braziliense


O governo já admite que aeroportos das cidades sede da Copa do Mundo de 2014 não ficarão prontos em tempo para o evento. Ontem, o assessor especial do Ministério do Esporte, Ricardo Gomyde, afirmou que o terminal de São Gonçalo do Amarante, a ser construído na região metropolitana de Natal (RN), não atenderá turistas e torcedores. Segundo ele, a própria Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) estima que a obra será concluída em agosto de 2014, um mês após o fim do Mundial.

A pista do aeroporto potiguar, que está sendo concedido integralmente à iniciativa privada, só deve estar concluída em outubro de 2013. Mas a Infraero não tem informações sobre o restante do projeto, de responsabilidade da concessionária, para que o terminal entre em funcionamento. Gomyde garantiu, contudo, que o atraso na obra não impedirá que Natal seja sede da Copa. E acrescenta que a estatal responsável pela gestão dos aeroportos brasileiros tem um "plano B": a reforma do atual Aeroporto Augusto Severo, de Natal.

O assessor especial disse que mesmo com o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), que flexibiliza a Lei das Licitações para obras dos eventos esportivos, não vai acelerar a obra de São Gonçalo do Amarante. O dispositivo foi recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados e está no Senado. O presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, Jonas Donizette (PSB-SP), que tem acompanhado o andamento dos projetos para a Copa, também acredita que a reforma do atual aeroporto de Natal será suficiente para atender aos passageiros durante o Mundial.

Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em abril revelou que nove dos 13 aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 não ficarão prontos em tempo. E mesmo que as obras fossem realizadas, 10 aeroportos também não conseguirão atender ao atual crescimento do movimento nos terminais. Para realizar o estudo, os pesquisadores do Ipea levaram em conta os prazos médios no Brasil para a elaboração de projetos, emissão de licenças ambientais, processos licitatórios e obras civis.

Vários integrantes do governo criticaram os resultados. A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, reagiu à época, dizendo que tinha "confiança" de que o país não vai "passar vergonha" com os aeroportos na Copa de 2014. "Como sempre, o Brasil vai fazer bonito", acrescentou.
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