quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Crescimento com menos pobreza e fome em um mundo incerto

Amigos  este é um tema reincidente de difícil equacionamento uma vez que países com pouca capacidade de produção tecnológica ou agrícola  não conseguem ser competitivos tampouco atraírem investimentos.
Alguns fatores aprendi que contam, idiossincrasia social, crenças religiosas, infra-estrutura, suceptibilidade a desastres ambientais e, sobretudo, baixa capacidade de promover saneamento e educação aos cidadãos.
Tomando-se como exemplo apenas a América do Sul podemos ver a enorme dificuldade de integração territorial e escoamento de produção em função da topografia e da climatologia. Serras, amazônia, pantanal e cordilheiras impedem, substancialmente, o desenvolvimento econômico e a inclusão social das regiões mais ínvias nos países envolvidos.
Quanto ao Caribe, a suceptibilidade a desastres naturais, tais como terremotos, maremotos e furações estraçalham qualquer iniciativa para se promover infra-estrutura e tornar os produtos agrícolas economicamente competitivos no mundo. 
Enquanto não forem abordados estes tipos de fatores continuaremos no reino do "dever ser".
Vale a pena saber sobre este tema.

Robert B. Zoellick - Presidente do Banco Mundial
Correio Braziliense - 23/09/2010  

.A necessidade de superar a pobreza extrema e a fome tem sido o centro do esforço global para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) desde sua adoção há uma década. Até as crises dos alimentos, do petróleo e financeira nos últimos dois anos, os países em desenvolvimento progrediam para alcançar esses objetivos embora em ritmos diferentes.

Em 1981, 52% das pessoas nos países em desenvolvimento viviam na pobreza. Em 2005, a proporção havia caído para 25%. Os esforços foram bem-sucedidos até o advento das crises – os níveis de pobreza diminuíram acentuadamente no leste da Ásia, América Latina e na Europa Central e do Leste. Mas isso não chegou a todos. A África Subsaariana continua muito atrás: seus índices de fome e desnutrição têm diminuído, mas não o suficiente para atingir o objetivo de erradicar a fome até 2015.

As crises só agravaram a situação. O Banco Mundial estima que 64 milhões de pessoas a mais passaram a viver na extrema pobreza (com menos de US$ 1,25 por dia) em 2010; até 2015, 1,2 milhão de jovens morrerão; 350 mil estudantes adicionais não completarão o ensino primário e cerca de 100 milhões de pessoas a mais seguirão sem acesso a água potável. Além disso, pela primeira vez na história, 1 bilhão de pessoas irão para a cama com fome todas as noites.

Temos de redobrar os esforços para concentrar a ajuda nos pobres e vulneráveis. Investir na cadeia alimentar para aumentar a produtividade e a quantidade dos produtos agrícolas não ajudará apena a aliviar a fome. Também contribuirá para superar a pobreza, pois 75% dos pobres do mundo vivem nas áreas rurais dos países em desenvolvimento.

Os países de baixa renda podem melhorar os programas de proteção social para ajudar os mais vulneráveis. A nutrição deve ser parte integrante desses programas. A melhoria nutricional acarreta outros efeitos positivos ligados à mortalidade infantil e materna, à educação e à saúde.

O Banco Mundial está trabalhando com o Programa Mundial de Alimentos e a Unicef para melhorar a interconexão entre a nutrição e os programas de proteção social, como na merenda escolar e nos programas de alimentos por trabalho. Em parceria com outras organizações, esperamos aproveitar novos conhecimentos sobre suplementos alimentares para melhorar a dieta dos mais pobres.

A recuperação econômica global será desigual e incerta se não houver o necessário aumento de postos de trabalho. Temos de recuperar o terreno perdido e acelerar o passo para a superação da pobreza. O potencial de crescimento não se limita a alguns poucos mercados emergentes. A implementação de políticas mais sólidas melhorou o desempenho econômico e as oportunidades em muitos países de baixa renda, incluindo na África Subsaariana, que registrou taxa de crescimento anual de 6% durante os cinco anos anteriores à crise.

É imperativo que o foco esteja sobre os trabalhadores – emprego pleno e com máxima produtividade. Nesse contexto, os países devem ter sistemas que gerem habilidades por meio do desenvolvimento da primeira infância, com foco na nutrição, na estimulação e nas habilidades cognitivas básicas. Também devem assegurar que, uma vez na escola, os alunos aprendam sob regras transparentes, bons professores e recursos adequados, enfatizando resultados e o desempenho no sistema educacional mais amplo. É essencial estimular as habilidades exigidas pelos empregadores e promover o empreendedorismo e a inovação.

A recuperação depende também da reação do setor privado. As empresas investem e geram empregos apenas se vislumbrarem retorno. Os países deveriam criar um ambiente mais atrativo para investimentos, estabelecendo regras claras, implementando reformas regulatórias e proporcionando financiamento para os investimentos das pequenas e médias empresas, ao mesmo tempo garantindo a governança e o combate à corrupção.

Nesta semana, durante a avaliação na ONU sobre o progresso nos ODMs, a comunidade internacional precisa olhar além dos números para entender o que podemos aprender com eles e com nossos esforços até hoje. Temos de investir no que funciona e ajustar o que não funciona. O espírito humano pode conseguir coisas incríveis. É preciso dar essa oportunidade a todos.

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