sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A economia global fraqueja

Nosso baixo rendimento intelectual e educacional reflete-se na baixa captação de trabalhadores em indústrias de produção de alto valor agregado e, por conseguinte, produtos internacionalmente competitivos os que nos leva a depender de investimentos externos que priorizam produção e exportação de commodities. Isso nos leva a depender do consumo externo que está claudicante. Daí, infere-se que os recursos de investimentos externos poderão não ter o mesmo volume dos dois últimos anos, o que nos leva a pensar acerca do sustentáculo dos programas sociais para os próximos dois anos e nossa carga tributária elevada para manter as promessas de campanha.
Sentiu o drama?



.A economia global fraqueja
.
Bons tempos para o mercado do ouro são em geral os piores para a economia - e os preços do ouro voltaram a subir, impulsionados por uma porção de más notícias, principalmente dos Estados Unidos e da Europa. A economia americana voltou a derrapar, depois dos primeiros sinais de recuperação, e o dólar permanece fraco em todo o mundo. O Federal Reserve (Fed) poderá jogar mais dinheiro na praça, em novo esforço para reanimar os negócios. Manter os juros entre zero e 0,25% ao ano pode ser insuficiente como estímulo. A nota emitida na terça-feira pelo Comitê de Mercado Aberto, responsável pela política monetária, começa com uma descrição sombria das atividades em marcha lenta na maior parte dos setores. Segundo a nota, os preços terão de subir um pouco mais, para o Fed cumprir sua missão legal de conciliar o máximo de emprego possível com a estabilidade de preços. O nível de inflação desejável não é especificado, mas deve ficar, segundo analistas, na faixa de 1,7% a 2% ao ano. Nos 12 meses terminados em agosto, a variação ficou em 1,1%. Excluídos os preços de energia e alimentos, a alta não passou de 0,9%.
Um dia antes da reunião do comitê, o mau estado da economia havia sido ressaltado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, responsável pela datação dos ciclos. A recessão iniciada em 2007 acabou em junho do ano passado, segundo o escritório, mas o emprego dificilmente voltará ao nível pré-crise antes de 2013. A persistência de um enorme número de trabalhadores desocupados - atualmente mais de 9% da população ativa - retardará a expansão do consumo e a recuperação econômica.
A recuperação perdeu impulso na maior parte do mundo rico, embora o desempenho dos países tenha sido muito desigual. Em conjunto, as sete maiores economias capitalistas cresceram no segundo trimestre em ritmo equivalente a 2,5% ao ano, depois de uma expansão de 3,2% no trimestre anterior, segundo a OCDE, formada na maior parte por países desenvolvidos. No segundo semestre, segundo as novas projeções, aqueles sete países devem crescer à taxa anualizada de 1,5%. "Não está claro", segundo o documento da organização divulgado neste mês, se a perda de impulso é temporária ou se é sinal de um enfraquecimento dos gastos privados como consequência da retirada de estímulos. Se este for o caso, será necessário, segundo os economistas da OCDE, aumentar os estímulos monetários. Coincidentemente, esta é a linha de ação indicada como provável pelo Fed.
Nos últimos dias, o documento de tom mais otimista foi divulgado pela OMC. Segundo a nova projeção, o volume do comércio global de bens deve crescer 13,5% neste ano. O número projetado em março era 10%. Se a atual estimativa for confirmada, a expansão do intercâmbio em base anual será a maior desde 1950. O desempenho mais notável será o das economias em desenvolvimento e da Comunidade de Estados Independentes (ex-União Soviética): 16,5% de aumento das exportações. As economias desenvolvidas exportarão 11,5% mais que em 2009.
Mas o cenário fica bem menos luminoso quando se leva em conta a contração do comércio no ano passado: 12,2% em todo o mundo. Quando se considera essa base, o volume do comércio ainda será 0,3% inferior ao de 2008, se o crescimento de 13,5% em 2010 for confirmado.
Esse aumento do comércio, segundo o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, poderá proporcionar os meios para os países saírem da recessão e voltarem a criar empregos. Os governos, acrescentou Lamy, "tiveram a sabedoria" de resistir às pressões protecionistas. Há um certo exagero nessa afirmação, embora as barreiras ao comércio tenham sido, de fato, limitadas. Mas o assunto não está encerrado. Há uma guerra cambial, e não só por causa da moeda chinesa subvalorizada. Os governos da Europa e do Japão tentam reagir não só à política chinesa, mas também à desvalorização do dólar. No meio do fogo cruzado, as autoridades brasileiras tentam limitar a valorização do real e a perda de competitividade dos produtores nacionais. 
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GEOMAPS


celulares

ClustMaps