O mantra de que o Brasil tem as eleições mais seguras do mundo tira do sério o cientista paraibano Silvio Meira. Ele engrossa o coro dos descontentes com o sistema de votação eletrônica adotado no país, que considera "totalmente furado". Além disso, critica a postura "totalitária" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o tema.
Na sua avaliação, as urnas brasileiras podem ser violadas de forma relativamente simples por pessoas que conheçam o sistema. Um dos motivos seria o fato de que o software que está dentro da urna pode ser substituído por outro que, eventualmente, altere o resultado da votação. Há também, segundo ele, a possibilidade de acesso ao banco de dados do TSE.
"Meu avô dizia que qualquer que seja o grupo de pessoas, 10% têm intenções pagãs. Como sei que milhares de pessoas já conhecem o sistema do TSE, é de se esperar que pelo menos uma centena esteja efetivamente tentando fraudá-lo", diz o cientista.
Sua crítica mais ácida, no entanto, é para o Tribunal, que segundo ele não apresenta de forma satisfatória as informações contidas no programa que alimenta as urnas e conta os votos. Meira lembra que o Tribunal organizou uma cerimônia para verificação do código-fonte do sistema, porém se queixa do fato de que a checagem só podia ser feita ali mesmo, na tela do computador. "As pessoas tinham que verificar na hora mais de 16 milhões de linhas de programação. Isso não é razoável", criticou.
"Acho muito ruim para a democracia que um negócio tão importante quanto as eleições não esteja sendo feito como deveria. E se está, não há por que não apresentar os dados. O TSE garante que está sendo feito corretamente, mas não pode ser na base do "La garantía soy yo", completou o cientista com ironia.
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