quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O futuro da indústria e o aumento das importações

Bem, as previsões indicam uma contínua necessidade de investimentos externos o que pressupõe que haverá responsabilidade fiscal e estabilidade financeira.
É um bom sinal, todavia nossa indústria precisa gerar postos de trabalho, gerar receitas, tributos e inclusão social. A equação parece não estar sendo tão simples.
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.O futuro da indústria e o aumento das importações
No artigo que publicou no jornal Valor sob o título Importação provisória ou permanente, Denise Neumann, sem dar uma resposta segura, imagina que a indústria se prepara para substituir parte das importações. Mas há aspectos que levam a muitas dúvidas.

O fator mais importante para o aumento das importações foi a taxa cambial, somada a uma demanda maior decorrente, de um lado, da melhoria da renda das famílias em razão das "generosidades" do governo e do Congresso e, de outro, de uma aceleração dos investimentos públicos e privados.

A jornalista indica que os preços dos bens importados pelo Brasil subiram em média 2%, enquanto o volume foi 42% maior. Por seu lado, os bens exportados ficaram 17% mais caros. Aos efeitos da crise econômica, que favoreceu a queda dos preços dos produtos importados, veio se acrescentar a valorização do real ante o dólar, que seguramente favoreceu a importação de componentes em detrimento da produção nacional.

O preço médio dos bens de capital caiu 6%, o que estimulou os investimentos nacionais, mas talvez não com o uso dos equipamentos mais sofisticados, que permitiriam ao Brasil oferecer produtos de consumo capazes de aumentar o valor adicionado da produção industrial nacional.

O que deve nos preocupar para o futuro próximo é que, mesmo com um aumento do déficit em transações correntes do balanço de pagamentos, a possibilidade de uma mudança significativa da taxa cambial é muito limitada, enquanto a entrada de capitais estrangeiros deve aumentar consideravelmente. O presidente da Petrobrás, Sergio Gabrielli, confirmou que a capitalização da empresa ocorrerá em setembro. Sabe-se que a poupança nacional não terá como assumir papel significativo no aumento de capital da Petrobrás e que o capital estrangeiro terá maior participação, obrigando o governo à captação de recursos externos para manter sua participação.

Os grandes investimentos previstos, como o do trem-bala, só poderão ser realizados com participação externa - sem falar da necessidade de importar alguns bens de alta tecnologia, o que só poderá ser feito com financiamentos externos.

A herança deixada pelo governo Lula não será propícia a um controle de preços e poderá desencadear, dependendo de quem assuma a orientação da política monetária, uma maior pressão inflacionária, desfavorável a um aumento das exportações. É duvidoso, pois, que nossa indústria cresça como seria desejável.
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