sábado, 31 de dezembro de 2011
2012, me surpreenda
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
SER PILOTO!
QUEM VOA SABE... Por Francis Gary Powers, famoso piloto da USAF, derrubado na Rússia em 1960. Existem dois tipos de pilotos, aqueles que levam em seu sangue a necessidade de voar, pelas mesmas razões que precisam dormir, comer ou respirar, e aqueles que o fazem apenas pela tarefa, por obrigação ou por não ter outra alternativa. Esses últimos normalmente chegam à profissão por acaso ou outra forma não planejada. Os primeiros frequentemente tem a inquietude desde pequenos, quando viam nos aviões algo notável, místico, sublime, talvez muitos destes começaram desde pequenos a construir modelos de aeroplanos, ou acumulando fotos e pôsteres ou qualquer outra coleção com motivos aéreos. Conheciam as especificações e dados de qualquer avião com riqueza de detalhes. Quando crescem e têm a sorte de realizar seu sonho de criança, desfrutam plenamente do seu trabalho e sentem-se os homens mais sortudos do planeta. Os pilotos são uma classe à parte de humanos, eles abandonam todo o mundano para purificar seu espirito no céu, e somente voltam à terra depois de receber a comunicação do infinito. Esse grupo conhece a diferença entre voar para sobreviver e sobreviver para voar. A Aviação os ensina orgulho como também humildade e apesar de que voar é uma magia, eles caem voluntariamente vítimas de seu feitiço. Quando estão na terra, durante dias ensolarados, observam continuamente o firmamento com saudades de estar ali, durante dias chuvosos e nublados revêem os procedimentos de voo em suas mentes. O piloto sabe que o melhor simulador de voo esta em si mesmo, em sua imaginação, em sua atitude, porque a mente do piloto esta sempre acessível a elementos novos e compreende que para voar é preciso acreditar no desconhecido. No mais, os pilotos são homens lógicos, calmos e disciplinados, que pela necessidade precisam pensar claramente, de outra maneira se arriscam a perder violentamente a vida ao sentar-se na cabine. O verdadeiro piloto não amarra seu corpo ao avião, pelo contrário, através do arnês ele amarra o avião em suas costas, em todo seu corpo. Os comandos da aeronave passam a ser uma extensão de sua personalidade, essa simples ação une o homem ao aparelho na simetria de uma só entidade, numa mistura única e indecifrável, cada vibração, cada som, cada cheiro tem sentido e o piloto os interpreta apropriadamente. Não há duvida de que o motor é o coração do avião, mais o piloto é a alma que o governa. Os pilotos não vêem seus objetos de afeição como máquinas, ao contrário, são formas vivas que respiram e possuem diferentes personalidades, em alguns momentos falam e até riem com eles. Esses seduzidos mortais percebem os aviões com uma beleza incondicional, porque nada estimula mais os sentidos de um Aviador que a forma esquisita de uma aeronave, não podem evitar, estão infectados pelo feitiço, e viverão o resto de suas vidas contemplados pela magia de sua beleza. Para o piloto perceber um avião é como encontrar um familiar perdido, uma e outra vez. Quando o destino trágico mostra sua inexorável presença e vidas se perdem em acidentes a essência do piloto se entristece pelo acontecido, mais não poderá evitar, talvez por infinitesimal segundo, que a sombra de seu pensamento volte aos aparelhos, e um golpe de afeição pelo amigo caído seja inevitável. Para o Aviador o som dos pistões é uma bela sinfonia, o som de um jato a síntese da força. Aviões perigosos não existem, somente não são pilotados adequadamente, para eles os aeroportos são altares ao talento humano. Ali se realizam diariamente os desafios e os milagres frente às energias da natureza e a força da gravidade. São lugares sagrados, onde o ritual de voar se exalta e se glorifica, de onde caminhos e fronteiras se encontram e o mundo fica pequeno, nos que se chora de alegria e também de tristeza, onde nascem esperanças e sucumbem ideais, onde o som do silêncio habitam as lembranças. No ar o piloto esta em seu elemento, em sua casa, ao que pertence, é ali que ele se liberta da escravidão que o sujeitam na terra. É um dom de Deus que ele aceita com respeito e alegria. Este privilégio lhe permite escalar as prodigiosas montanhas do espaço, e alcançar dimensões no firmamento que outros mortais não alcançarão. Este presente permite apreciar a perfeição do criador e o absurdamente pequeno humano. Permite-lhe igualmente reconhecer que ninguém há visto a montanha dali, como sua sombra do céu. Distinguir uma pessoa que deu sua alma à Aviação é fácil, em meio à multidão quando um avião passa seu olhar volta-se imediatamente ao firmamento buscando-o e não descansará até que o veja. Não importa quantas vezes haja visto o mesmo avião, é preciso vê-lo novamente, é algo inconsciente e espontâneo. Os pilotos talvez possam explorar os elementos físicos do voo, mas descrever o que ocasiona sua existência é impossível porque explicar a magia de voar esta além das palavras. |
A pessoa do ano
CONTARDO CALLIGARIS
FOLHA DE SP
"Nem sempre se trata de uma figura admirável. O critério da escolha é a influência. Prova disso: em 1938, a pessoa do ano foi Adolf Hitler, e Stálin ganhou em 1939"
Tradicionalmente, no fim de dezembro, a revista Time elege a "pessoa do ano" e lhe dedica sua capa.
Nem sempre se trata de uma figura admirável. O critério da escolha é a influência, o peso -para o bem ou para o mal. Prova disso: em 1938, a pessoa do ano foi Adolf Hitler, e Stálin ganhou o título em 1939 por causa dos possíveis efeitos catastróficos do pacto germano-soviético de não agressão (certamente pouco apreciado pela Time e por seus leitores). Stálin foi pessoa do ano novamente (desta vez, por razões lisonjeiras) em 1942, pela vitória de Stalingrado, que mudou o curso da Segunda Guerra (1939-45).
Como já sabíamos antes que a Time desta semana fosse publicada, a pessoa do ano de 2011 é "The Protester" - o protestador, no sentido de manifestante que contesta e protesta.
A Time reconhece que há diferenças consideráveis entre as três categorias principais de protestadores do ano, ou seja, entre: 1) os insurrectos da Primavera Árabe, que pediram (e muitos deles ainda pedem) uma mudança de regime; 2) os indignados europeus, desempregados e/ou ameaçados pela crise de seus Estados assistenciais; e 3) os revoltados norte-americanos do movimento "Ocupe Wall Street", descontentes com a desigualdade e com o poder do capital financeiro (um pouco no espírito da revolta de Seattle em 1999).
Mas a revista julga que os traços comuns a esses grupos são mais importantes que suas diferenças: nos três casos, a massa dos protestadores é composta de jovens, instruídos, de classe média, que não se identificam com partidos políticos oficiais e acreditam "que o sistema político e a economia de seu país tenham se tornado disfuncionais e corruptos - democracias de fachada, manipuladas para favorecer a ricos e poderosos".
Há outra diferença aparente entre os grupos: como nota Kurt Andersen, os manifestantes europeus e de Wall Street se queixam da falta de democracia nos seus regimes, enquanto muitos combatentes da Primavera Árabe apontariam esses regimes como modelos desejáveis de funcionamento democrático.
Contradição? Nem tanto. A democracia é um sistema que sobrevive à condição de que nunca paremos de lutar, ou seja, ela é sempre perfectível e se perde se a consideramos perfeita e deixamos de lutar por ela - para estabelecê-la (como os árabes) ou para aprimorá-la (como europeus e americanos), tanto faz.
Além disso, a Time não escolheu um grupo: a pessoa do ano é um indivíduo, "o" protestador. Algo análogo tinha acontecido em 1956, quando os tanques da União Soviética esmagaram a resistência popular húngara. A revista elegera pessoa do ano o "Hungarian Freedom Fighter", o lutador húngaro pela liberdade. Nesse caso também, não fora honrado um grupo, mas "o" lutador, um indivíduo - anônimo, mas um indivíduo mesmo assim, como o "protester" de 2011.
Isso não acontece apenas porque "a pessoa do ano" teria que ser necessariamente singular (uma pessoa, justamente). Há outra razão: a revista escolheu "o" indivíduo que manifesta porque (como escreveu Rick Stengel na apresentação), independentemente da razão pela qual ele protesta, pelo simples fato de protestar, essa figura "literalmente encarna a ideia de que a ação individual pode acarretar mudanças coletivas e colossais".
Em suma, alguns dirão que a escolha do protestador como pessoa do ano de 2011 não foi certa, porque, por exemplo, o foco dos protestos é vago e seus efeitos futuros ainda incertos - eles perguntarão: "Não será cedo para dizer se esses protestos transformaram alguma coisa para melhor?".
Mas a Time enxergou outra coisa: a atitude do indivíduo que protesta é a matriz de qualquer democracia. A coragem do manifestante, mesmo que, às vezes, a gente o julgue inoportuno, mesmo que discordemos de suas razões, de seus pedidos e dos meios pelos quais ele se expressa, não deixa de ser a grande garantia da democracia.
Sempre me esforço para me lembrar disso quando sou aprisionado no meu carro por uma manifestação que paralisa o trânsito da cidade: o protestador acredita na possibilidade de seu ato mudar o mundo, e é graças a essa fé que a democracia se afirma e insiste - para todos nós.
Enfim, ao ler as retrospectivas, 2011 parece ter sido um ano de alegrias, dores e incertezas, um ano intenso. Espero que o próximo seja, para todos nós, tão interessante quanto este, se não mais.
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A escolha é sua
A escolha é sua
Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.Você pode assumir sua individualidade, ou reprimir seus talentos e fantasias, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse.Você pode produzir-se e ir se divertir, brincar, cantar e dançar, ou dizer em tom amargo que já passou da idade ou que essas coisas são fúteis.
Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.
Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.
Você pode ouvir o seu coração e apaixonadamente viver, ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.
Você pode deixá-la como está para ver como é que fica, ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.
Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos, ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.
Você pode amaldiçoar sua sorte, ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a vida lhe oferece.
Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações, ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre é você quem decide o tipo de vida que quer levar.
Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.
Você pode viver o presente que a vida lhe dá, ou ficar preso a um passado que já acabou - e portanto não há mais nada a fazer -, ou a um futuro que ainda não veio e que portanto não lhe permite fazer nada.
Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo de coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.
Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta, ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.
Você pode celebrar a Vida e a Energia Universal que o criou, ou celebrar a morte, aterrorizado com a idéia de pecado e punição.
Você pode continuar escravo da preguiça, ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.
Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa de aprender nada mais.
Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.A escolha é sua.E o importante é que você sempre tem escolha.
Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar - sozinho e sempre - o peso das escolhas que fizer.
Colaboração de Wilma Santiago
Esqueceram do custo socioambiental
ANDRÉ VILLAS-BÔAS e MARCELO SALAZAR são integrantes do Instituto Socioambiental
Malthus versão século 21
2012 - tempos interessantes
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O pedágio urbano é uma necessidade
O caos citado pelo autor é o resultado do desenvolvimento econômico ao qual as classes E, D e C passaram a ser atores atuantes, ou seja, compraram carros e ajudaram a economia e municípios com geração de empregos e impostos. Em outras palavras, "as dores do crescimento".
O aumento da disponibilidade de moradias e de empresas e escritórios também gera maior quantidade de veículos nas ruas, dessa forma o assunto precisa da participação da sociedade.
Eis um tema farto e controverso onde a ação responsável dos ambientalistas se faz necessária.
Acredito que em breve este tema será, também, obrigatório em concursos públicos e ENEM. Portanto, vale a pena já ir se familiarizando.
O pedágio urbano é uma necessidade
O Brasil na corrida global
Cabe ressaltar, contudo, que a Inglaterra perdeu a sexta posição em função de seus financiamentos nas economias dos países que hoje passam por crises na Europa, notadamente Grécia, Portugal, Espanha e Itália, ou seja, quando aquela crise acabar volta-se ao que era.
Temos que, como sociedade, nos envolvermos mais na sustentabilidade da nova posição.
O Brasil na corrida global
Mobilidade versus carrocentrismo
Em breve, o tema suscitará um significativo impacto na produtividade e na vida organizacional brasileira o que irá requerer novas formas de abordagem e de treinamentos dignos de serem antecipados nas empresas.
Ricardo Abramovay é professor titular do Departamento de Economia da FEA, do Instituto de Relações Internacionais da USP e pesquisador do CNPq e da Fapesp.
Site: www.abramovay.pro.br
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